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05/11/2004
-
12h25
da France Presse, em Washington
O possível fim da era Iasser Arafat, 75, --líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP)-- poderá aumentar a pressão sobre os Estados Unidos para que se envolvam a fundo em um processo de paz entre palestinos e israelenses, afirmam os especialistas em Oriente Médio.
Washington estimulou nos últimos anos o afastamento de Arafat de toda e qualquer negociação. Seu desaparecimento eliminaria um dos argumentos da administração americana para se manter à margem das conversações.
No entanto, ontem, ao se pronunciar à nação americana devido à sua reeleição, o presidente republicano George W. Bush evitou abordar as possíveis ações que poderiam ser promovidas pelo seu governo.
"Que Deus o abençoe [Arafat]", limitou-se a responder Bush em sua primeira entrevista após a reeleição, quando informado da suposta morte do líder árabe, que segundo algumas fontes está sob morte cerebral em uma hospital de Paris.
Os funcionários americanos mantiveram uma grande prudência sobre o agravamento do estado de saúde do dirigente palestino para evitar qualquer declaração de natureza política que pudesse ser considerada inconveniente devido ao estado de ânimo que impera entre os palestinos e o mundo árabe.
Ao mesmo tempo, o Departamento de Estado reconheceu que intensificou os contados diretos com responsáveis palestinos, prova de que Washington segue com uma lupa a evolução do conflito israelo-palestino, com repercussão possível em todo Oriente Médio, incluindo o Iraque.
O primeiro-ministro dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, presente à Cúpula da União Européia (UE) em Bruxelas, na Bélgica, expressou ontem sua esperança de ver logo após as eleições americanas "uma revitalização no processo de paz no Oriente Médio", uma opinião amplamente compartilhada pela comunidade internacional.
Muitos analistas americanos esperam também que o fim da era "Arafat" faça os Estados Unidos saírem de sua passividade e se envolver mais no processo.
"A morte de Arafat" não se traduzirá em uma efeito imediato sobre o processo de paz, mas como os EUA e Israel consideram que Arafat não é mais um interlocutor válido para ajudar no processo, então, deverá haver a possibilidade de renovar o diálogo com os palestinos", disse Mark Ensalaco, especialista para o Oriente Médio da Universidade de Dayton (Ohio, norte).
Para Scott Lasensky, do Instituto de Paz dos EUA (Usip), os aliados americanos na Europa e no mundo árabe vão relançar suas pressões sobre Washington em uma questão evidente: "Vocês queriam que Arafat não fosse mais parte da equação... agora que isso ocorreu, o que pensam fazer?"
"De agora em diante será mais difícil para os EUA ficarem no banco de reservas, como fez no curso dos últimos dois ou três anos", disse.
Contudo, o simples desaparecimento de Arafat poderia ser insuficiente para convencer a administração Bush a se envolver no assunto.
"Isso cria a pressão, mas não muda fundamentalmente a situação. A saída de Arafat não fará que as coisas voltem à situação de dez anos, quando reinava a esperança sobre a aplicação dos acordos de paz de Oslo", acrescentou Lasensky.
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O possível fim da era Iasser Arafat, 75, --líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP)-- poderá aumentar a pressão sobre os Estados Unidos para que se envolvam a fundo em um processo de paz entre palestinos e israelenses, afirmam os especialistas em Oriente Médio.
Washington estimulou nos últimos anos o afastamento de Arafat de toda e qualquer negociação. Seu desaparecimento eliminaria um dos argumentos da administração americana para se manter à margem das conversações.
No entanto, ontem, ao se pronunciar à nação americana devido à sua reeleição, o presidente republicano George W. Bush evitou abordar as possíveis ações que poderiam ser promovidas pelo seu governo.
"Que Deus o abençoe [Arafat]", limitou-se a responder Bush em sua primeira entrevista após a reeleição, quando informado da suposta morte do líder árabe, que segundo algumas fontes está sob morte cerebral em uma hospital de Paris.
Os funcionários americanos mantiveram uma grande prudência sobre o agravamento do estado de saúde do dirigente palestino para evitar qualquer declaração de natureza política que pudesse ser considerada inconveniente devido ao estado de ânimo que impera entre os palestinos e o mundo árabe.
Ao mesmo tempo, o Departamento de Estado reconheceu que intensificou os contados diretos com responsáveis palestinos, prova de que Washington segue com uma lupa a evolução do conflito israelo-palestino, com repercussão possível em todo Oriente Médio, incluindo o Iraque.
O primeiro-ministro dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, presente à Cúpula da União Européia (UE) em Bruxelas, na Bélgica, expressou ontem sua esperança de ver logo após as eleições americanas "uma revitalização no processo de paz no Oriente Médio", uma opinião amplamente compartilhada pela comunidade internacional.
Muitos analistas americanos esperam também que o fim da era "Arafat" faça os Estados Unidos saírem de sua passividade e se envolver mais no processo.
"A morte de Arafat" não se traduzirá em uma efeito imediato sobre o processo de paz, mas como os EUA e Israel consideram que Arafat não é mais um interlocutor válido para ajudar no processo, então, deverá haver a possibilidade de renovar o diálogo com os palestinos", disse Mark Ensalaco, especialista para o Oriente Médio da Universidade de Dayton (Ohio, norte).
Para Scott Lasensky, do Instituto de Paz dos EUA (Usip), os aliados americanos na Europa e no mundo árabe vão relançar suas pressões sobre Washington em uma questão evidente: "Vocês queriam que Arafat não fosse mais parte da equação... agora que isso ocorreu, o que pensam fazer?"
"De agora em diante será mais difícil para os EUA ficarem no banco de reservas, como fez no curso dos últimos dois ou três anos", disse.
Contudo, o simples desaparecimento de Arafat poderia ser insuficiente para convencer a administração Bush a se envolver no assunto.
"Isso cria a pressão, mas não muda fundamentalmente a situação. A saída de Arafat não fará que as coisas voltem à situação de dez anos, quando reinava a esperança sobre a aplicação dos acordos de paz de Oslo", acrescentou Lasensky.
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