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09/11/2004 - 16h00

EUA cruzam Fallujah e dizem controlar grande parte da cidade

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da Folha Online

Tropas americanas abriram caminho nesta quinta-feira até o centro da cidade de Fallujah [50 km a oeste de Bagdá], realizando buscas em cada casa da cidade, no segundo dia da ofensiva para tomar dos rebeldes o controle da cidade e capturar o terrorista jordaniano Abu Musab al Zarqawi --por quem o Exército americano oferece recompensa de US$ 25 milhões.

Os EUA anunciaram ter o controle de grande parte do norte do reduto sunita rebelde de Fallujah.

Por volta das 12h (7h de Brasília), veículos blindados norte-americanos, vindos do norte de Fallujah, avançavam através do centro da cidade em direção ao sul, segundo a agência de notícias Associated Press.

O comandante da Segunda Brigada da Primeira Divisão de Cavalaria dos EUA, Michael Formica, disse que um cordão de isolamento foi feito ao redor da cidade para garantir que rebeldes vestidos como civis não fujam do cerco.

"Minha preocupação é só uma: não permitir que rebelde nenhum escape. Não quero que esses homens [os rebeldes] saiam daqui. Eu os quero mortos ou presos", disse.

Boicote

Com os ataques, o clérigo sunita iraquiano Harith al Dhari, secretário-geral da Associação de Estudos Muçulmanos do Iraque, pediu hoje à população que boicote as eleições do país, previstas para janeiro de 2005, em protesto contra as ações do Exército americano na cidade.

Os EUA se preocupam com um possível boicote sunita, que poderia levantar dúvidas sobre a legitimidade da votação. A maioria xiita representa 60% da população iraquiana.

Cerca de 14 soldados americanos morreram nos últimos dois dias --três deles em Fallujah e os outros 11 ontem, em uma onda de ataques realizados por rebeldes em Bagdá e no sudoeste de Fallujah, segundo dados do Pentágono.

O primeiro-ministro iraquiano, Ayad Allawi, decretou toque de recolher em Bagdá [primeiro a ser decretado na cidade em um ano] e nos arredores da capital, um dia depois de uma série de ataques de rebeldes na capital e no norte do país ter causado a morte de nove iraquianos e ter deixado 80 feridos.

No bairro de Jolan [noroeste de Fallujah], a resistência foi menor que a esperada, o que pode indicar tanto que os rebeldes escondidos no bairro teriam fugido da cidade antes do início da ofensiva norte-americana como que ainda não se atingiu o centro das operações rebeldes, segundo o Pentágono.

Nas ações de ontem, os EUA avaliam que 49 rebeldes foram mortos. Muitos já teriam fugido da cidade, e entre eles pode estar o líder rebelde Al Zarqawi. Mais de 4.000 marines [fuzileiros navais] e soldados do Exército dos EUA entraram pela região nordeste de Fallujah, dando início a um ataque maciço para retomar a região ontem. Os EUA dizem que a cidade abriga cerca de 3.000 insurgentes.

Necessidades básicas

As tropas americanas cortaram o fornecimento de energia elétrica à cidade e seus moradores disseram estar ficando sem água. Com a maioria dos mercados da cidade fechados, deve haver escassez de alimentos em breve.

Fallujah está privada de água e eletricidade desde domingo (7) e começa a sentir os efeitos do cerco do Exército americano. Segundo médicos de hospitais locais, a situação é difícil, com escassez de equipamentos médicos e cirúrgicos.

O Alto Comissariado da ONU (Organização das Nações Unidas) para Refugiados disse estar "extremamente preocupado" com os civis que tentam fugir de Fallujah.

O responsável pela Segurança do governo interino do Iraque, Barham Saleh, disse que até 70% da população civil de Fallujah já deixou a cidade para escapar da violência. A informação foi dada à radio inglesa British BroadcastingCorp.

"Até o momento, entre 60% e 70% da população deixou cidade, simplesmente porque eles [os moradores] não têm como enfrentar essa infeliz situação", disse --referindo-se a ações terroristas que intimidam os residentes de Fallujah.

Com Associated Press

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