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02/01/2005
-
17h14
BHAGWAN SINGH
da France Presse, na Índia
As entidades humanitárias e as autoridades estão preocupadas com as centenas de crianças indianas que ficaram órfãs no maremoto, já que elas, além de terem perdido os pais, tornaram-se objeto do desejo para muitos devido à promessa de ajuda financeira do governo indiano.
Não se sabe o número exato de crianças que ficaram órfãs na tragédia, mas no distrito de Thanjavur, por exemplo, foram identificadas pelo menos 145.
Em Tamil Nadu, Estado indiano mais afetado pela catástrofe, Jayashri, 3, disse que seus pais foram "ao leste", o que em sua aldeia significa à praia ou à pesca, e que quer ver sua irmã Nitia, 6, e seu irmão Gunasekaran, 10.
A criança perdeu de vista seus irmãos quando sua avó materna a levou a um campo de sobreviventes da localidade costeira de Nagapatinam, o distrito mais afetado pelas ondas gigantescas que deixaram mais de 5.500 mortos.
Em Nagapattinam, os serviços sociais encontraram 50 crianças num espaço de duas horas. Os irmãos de Jayashri se encontram com sua avó paterna.
Essas avós podem fazer parte dos indianos interessados na bolsa de 200 mil rúpias (US$ 4.544) que os governos local e federal ofereceram por cada órfão.
Metade desta quantia --descomunal para um país em que o salário mensal médio é de US$ 50-- tem de ser depositada numa conta poupança até que as crianças alcancem a maioridade.
Apesar desta precaução, são muitos os interessados inescrupulosos. Segundo um alto funcionário do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), um homem tentou levar uma criança alegando ser seu tio, o que era mentira.
"Esses órfãos são valiosos para suas famílias e para as pessoas de fora devido à ajuda prometida pelo governo", disse S. Vidyaakar, diretor da "Udhavum Karangal", uma organização não-governamental de Madras, capital de Tamil Nadu.
Vidyaakar teme que, uma vez que os tutores tenham recuperado parte do dinheiro ou não consigam recebê-lo, devolvam as crianças. A ONG afirma ter publicado em vão um anúncio no jornal propondo tomar conta dos "órfãos dos tsunamis".
Segundo um funcionário de Tamil Nadu, que não quis se identificar, o futuro destas crianças os preocupa porque, na maioria dos casos, elas são reclamadas por familiares que esperam receber dinheiro do governo.
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As entidades humanitárias e as autoridades estão preocupadas com as centenas de crianças indianas que ficaram órfãs no maremoto, já que elas, além de terem perdido os pais, tornaram-se objeto do desejo para muitos devido à promessa de ajuda financeira do governo indiano.
Não se sabe o número exato de crianças que ficaram órfãs na tragédia, mas no distrito de Thanjavur, por exemplo, foram identificadas pelo menos 145.
Em Tamil Nadu, Estado indiano mais afetado pela catástrofe, Jayashri, 3, disse que seus pais foram "ao leste", o que em sua aldeia significa à praia ou à pesca, e que quer ver sua irmã Nitia, 6, e seu irmão Gunasekaran, 10.
A criança perdeu de vista seus irmãos quando sua avó materna a levou a um campo de sobreviventes da localidade costeira de Nagapatinam, o distrito mais afetado pelas ondas gigantescas que deixaram mais de 5.500 mortos.
Em Nagapattinam, os serviços sociais encontraram 50 crianças num espaço de duas horas. Os irmãos de Jayashri se encontram com sua avó paterna.
Essas avós podem fazer parte dos indianos interessados na bolsa de 200 mil rúpias (US$ 4.544) que os governos local e federal ofereceram por cada órfão.
Metade desta quantia --descomunal para um país em que o salário mensal médio é de US$ 50-- tem de ser depositada numa conta poupança até que as crianças alcancem a maioridade.
Apesar desta precaução, são muitos os interessados inescrupulosos. Segundo um alto funcionário do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), um homem tentou levar uma criança alegando ser seu tio, o que era mentira.
"Esses órfãos são valiosos para suas famílias e para as pessoas de fora devido à ajuda prometida pelo governo", disse S. Vidyaakar, diretor da "Udhavum Karangal", uma organização não-governamental de Madras, capital de Tamil Nadu.
Vidyaakar teme que, uma vez que os tutores tenham recuperado parte do dinheiro ou não consigam recebê-lo, devolvam as crianças. A ONG afirma ter publicado em vão um anúncio no jornal propondo tomar conta dos "órfãos dos tsunamis".
Segundo um funcionário de Tamil Nadu, que não quis se identificar, o futuro destas crianças os preocupa porque, na maioria dos casos, elas são reclamadas por familiares que esperam receber dinheiro do governo.
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