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02/01/2005 - 18h22

Equipes de socorro lutam para salvar sobreviventes na Ásia

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da Folha Online
da France Presse, em Jacarta

Uma semana depois do maremoto que arrasou o sudeste asiático, o mundo realiza uma verdadeira corrida contra o tempo hoje para socorrer milhões de desabrigados e impedir o surgimento de epidemias. A Organização Mundial de Saúde anunciou ontem a aparição dos primeiros casos de doenças contagiosas nas regiões afetadas pelos tsunamis de 26 de dezembro.

Como resultado de um grandioso movimento de solidariedade, a ajuda pública prometida se aproxima de US$ 2 bilhões (US$ 500 milhões correspondentes ao Japão e US$ 350 milhões aos Estados Unidos). "Há um nível de solidariedade internacional nunca visto", disse o coordenador da ajuda de emergência da ONU, Jan Egeland.

No entanto, dois grandes jornais americanos, "Washington Post" e "Los Angeles Times", criticaram hoje a lentidão do governo Bush em reagir à catástrofe e sugeriram que os Estados Unidos aproveitem a ocasião para melhorar sua imagem entre os muçulmanos, especialmente na Indonésia.

As críticas foram rebatidas pelo secretário de Estado americano, Colin Powell, em declarações à rede de TV NBC. "Não há razão alguma para se sentir constrangido [com a ajuda oferecida por Washington]", afirmou o chefe da diplomacia americana, que viaja hoje à Tailândia e Indonésia para avaliar as necessidades e demonstrar a solidariedade dos Estados Unidos.

Vítimas

Enquanto isso, o balanço das vítimas continua crescendo e milhares de pessoas permanecem desaparecidas, com pouquíssimas esperanças de serem encontradas. A ONU (Organização das Nações Unidas) estima que os maremotos podem ter provocado 150 mil mortes e ressalta que o número absoluto e definitivo provavelmente nunca será conhecido.

O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, participará nesta quinta-feira, em Jacarta, de uma conferência sobre as conseqüências do maremoto. A reconstrução pode levar dez anos e custar "milhares de milhões de dólares", segundo Annan, referindo-se à "catástrofe mais importante que a ONU teve que enfrentar" em sua história.

As Nações Unidas, como o conjunto das organizações internacionais, estão tendo que enfrentar uma operação de ajuda sem precedentes, destinada a dez países diferentes.

Foi estabelecida uma ponte aérea até o norte da ilha de Sumatra, a região mais próxima ao epicentro do terremoto e onde o número de mortos confirmados é de 79.906, com 3.600 desaparecidos. O Ministério da Saúde da Indonésia teme que haja 100 mil mortos.

Segundo a ONU, mais de um milhão de pessoas em Sumatra (e 700 mil no Sri Lanka) dependerão durante meses da ajuda externa para se alimentar.

Ajuda

Uma semana após o desastre, a ajuda apenas começa a ser distribuída nas populações afetadas. As equipes de socorro vêm enfrentando enormes dificuldades logísticas.

Extensas regiões costeiras do noroeste de Sumatra continuarão inacessíveis por terra durante pelo menos três semanas.

"Temos de transformar pequenas pistas de aterrissagem danificadas em aeroportos" e, para evitar o congestionamento, é preciso recorrer a navios que transportem helicópteros, já que eles "podem percorrer a costa sem obstruir as pistas", disse Egeland.

Segundo ele, necessita-se também de equipes de controle do tráfego aéreo, uma centena de barcos e pontos de desembarque, várias centenas de caminhões, aviões de transporte de grande porte, como o C-17, e outros menores, como o C-130.

O porta-aviões americano "Abraham Lincoln" se encontra na costa de Sumatra e a França enviará seu porta-helicóptero Joana D'Arc. Helicópteros americanos Sea Hawk lançavam garrafas de água sobre a região hoje, para alívio dos habitantes. Segundo as equipes de socorro, os refugiados estão desidratados e famintos.

No Sri Lanka, que conta oficialmente com 29.729 mortos e 5.240 desaparecidos, a ajuda internacional chega num ritmo muito inferior às necessidades e as autoridades estão preocupadas com a situação sanitária.

Na parte norte da ilha, militares estrangeiros esperavam hoje a luz verde dos rebeldes tâmeis, que controlam parte da região. No sul, um primeiro destacamento de 200 marines americanos, de um total de 1.500, estava previsto para chegar hoje , procedente da base de Okinawa, no Japão.

Na Tailândia, que conta com 4.993 mortos (2.461 deles estrangeiros) e 3.810 desaparecidos, começavam as tarefas de limpeza e reconstrução.

No entanto, o Ministério da Saúde teme a aparição de doenças respiratórias infecciosas, da malária, da cólera e do tifo entre os sobreviventes e na população da província de Phang Nga.

Na Índia, onde o balanço da catástrofe alcançou 9.067 mortos e 5.511 desaparecidos hoje, a assistência parece insuficiente e em certos casos caótica.

Autoridades das zonas afetadas denunciaram uma repartição desigual. Nos arquipélagos de Andaman e Nicobar (a cerca de 1.000 km da Índia continental), foi anunciada uma terrível escassez de equipes médicas.

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