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02/01/2005
-
17h21
SHAUN TANDON
da France Presse
Além das perdas humanas, os maremotos que há uma semana devastaram o sul e sudeste asiáticos geraram uma catástrofe em matéria de saúde mental, já que milhares de pessoas vivem desde então sob o medo de serem engolidos a qualquer momento por um paredão de água.
Os especialistas traçam um paralelo com os traumas causados pelos atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos, com o agravante de que o cataclismo atingiu uma região do mundo onde os serviços de assistência psicológica são limitados ou praticamente inexistentes.
"Estamos formando uma equipe, mas é evidente que dez pessoas não podem ajudar milhões. Temos de trabalhar com os serviços de saúde de cada país", afirma Harsaran Pandey, porta-voz da Organização Mundial da Saúde no sul da Ásia.
Segundo os psicólogos, os sobreviventes lembram constantemente das cenas de terror e o barulho de uma onda mais forte ou de uma sirene de emergência faz com que eles se desesperem.
Mohamad Fikri Rahim, 11, encontrava-se na ilha de Penang, na Malásia, quando foi arrastado por uma onda gigante "alta como um coqueiro e cheia de barro", segundo sua mãe, Rahibah Osman. Desde então, Mohamad chora à noite e grita em seus sonhos: "Não, não!".
Segundo Sandy McFarlane, responsável pelo departamento de psiquiatria do hospital Queen Elizabeth, de Adelaide (Austrália), os sobreviventes terão de conviver com a lembrança da catástrofe por toda a vida, de uma forma ou de outra.
Numerosos sobreviventes se sentem culpados, ainda que não tenham controle algum sobre os tsunamis.
Quando os membros de uma família morrem numa catástrofe, os que sobrevivem sempre pensam que poderiam ter feito mais, explica Clivia Langer, da Associação Alemã de Psicólogos.
"Temos de convencê-los de que não fizeram nada de errado", diz.
Os primeiros sintomas de estresse mental causado pelo traumatismo são o choque, a inércia e um sentimento de distanciamento que pode durar vários dias, explica o psiquiatra malaio Lim Chee Min. Depois vêm o medo e a ansiedade, uma inquietude constante, as crises de angústia e os pesadelos sobre a morte.
Essas sensações podem ocorrer pela mínima circunstância que lembre o maremoto, como o barulho da água ou mesmo a vista da praia.
Há uma semana, um terremoto de 9º na Escala de Richter provocou um maremoto que devastou o sul e sudeste asiático, causando, segundo a ONU, mais de 150 mil mortes em oito países.
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Além das perdas humanas, os maremotos que há uma semana devastaram o sul e sudeste asiáticos geraram uma catástrofe em matéria de saúde mental, já que milhares de pessoas vivem desde então sob o medo de serem engolidos a qualquer momento por um paredão de água.
Os especialistas traçam um paralelo com os traumas causados pelos atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos, com o agravante de que o cataclismo atingiu uma região do mundo onde os serviços de assistência psicológica são limitados ou praticamente inexistentes.
"Estamos formando uma equipe, mas é evidente que dez pessoas não podem ajudar milhões. Temos de trabalhar com os serviços de saúde de cada país", afirma Harsaran Pandey, porta-voz da Organização Mundial da Saúde no sul da Ásia.
Segundo os psicólogos, os sobreviventes lembram constantemente das cenas de terror e o barulho de uma onda mais forte ou de uma sirene de emergência faz com que eles se desesperem.
Mohamad Fikri Rahim, 11, encontrava-se na ilha de Penang, na Malásia, quando foi arrastado por uma onda gigante "alta como um coqueiro e cheia de barro", segundo sua mãe, Rahibah Osman. Desde então, Mohamad chora à noite e grita em seus sonhos: "Não, não!".
Segundo Sandy McFarlane, responsável pelo departamento de psiquiatria do hospital Queen Elizabeth, de Adelaide (Austrália), os sobreviventes terão de conviver com a lembrança da catástrofe por toda a vida, de uma forma ou de outra.
Numerosos sobreviventes se sentem culpados, ainda que não tenham controle algum sobre os tsunamis.
Quando os membros de uma família morrem numa catástrofe, os que sobrevivem sempre pensam que poderiam ter feito mais, explica Clivia Langer, da Associação Alemã de Psicólogos.
"Temos de convencê-los de que não fizeram nada de errado", diz.
Os primeiros sintomas de estresse mental causado pelo traumatismo são o choque, a inércia e um sentimento de distanciamento que pode durar vários dias, explica o psiquiatra malaio Lim Chee Min. Depois vêm o medo e a ansiedade, uma inquietude constante, as crises de angústia e os pesadelos sobre a morte.
Essas sensações podem ocorrer pela mínima circunstância que lembre o maremoto, como o barulho da água ou mesmo a vista da praia.
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