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03/01/2005
-
09h11
da Folha Online
Mais de 94 mil pessoas morreram na Indonésia por causa do maremoto que atingiu o país no dia 26 de dezembro, segundo o Ministério da Saúde. Ao menos 144 mil pessoas foram mortas na região sul e sudeste da Ásia, e na África.
As mortes no país aumentaram 14 mil, desde o último balanço. Na semana passada, o governo indonésio chegou a afirmar que seria impossível contabilizar todos os mortos.
Há oito dias, um terremoto que atingiu 9 graus na escala Richter originou os tsunamis [tipo especial de onda oceânica, gerada por distúrbios sísmicos, que possui alto poder destrutivo quando chega à região costeira], que chegaram a mais de dez metros de altura, afetando a costa de diversos países. Índia, Indonésia e Sri Lanka foram os mais atingidos. Na África, Quênia, Somália e Tanzânia também sofreram os efeitos do desastre.
Segundo o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, as áreas atingidas pelo maremoto na Ásia devem levar até dez anos para se recuperar.
Muitas mortes foram registradas na remota Província de Aceh, ao norte da ilha de de Sumatra, na Indonésia, local em que está sendo executada uma gigantesca operação de ajuda internacional.
No entanto, o governo teme que o balanço definitivo seja ainda maior após a contagem das vítimas de toda a Província e por causa da ameaça do surgimento de epidemias mortais na região.
As equipes de ajuda ainda não conseguiram chegar em algumas áreas isoladas de Aceh porque muitas pontes e estradas foram destruídas pelas águas.
Ajuda
Equipes de ajuda humanitária conseguiram chegar à costa noroeste de Sumatra, região bastante remota na Indonésia. Cerca de metade da cidade foi destruída e menos de cem pessoas podiam ser vistas ontem, esperando a chegada dos barcos com mantimentos.
Grupos rebeldes em Aceh acusam o governo de usar as equipes de ajuda humanitária para trazer mais tropas à região. Bakhtiar Abdullah, porta-voz do Movimento por Aceh Livre, afirmou que equipes de resgate têm entrado em confronto direto com simpatizantes do movimento.
Um porta-voz do Exército indonésio, coronel Ahmad Yani Basuki, admitiu que muitas tropas estão na região, onde o conflito civil já matou mais de 13 mil pessoas, desde 1976. Dois terços das forças de segurança indonésias estão sendo usadas no resgate e na ajuda aos sobreviventes.
Sistema de alarme
O presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, afirmou nesta segunda-feira que o país vai criar um sistema de alerta de tsunamis em junto a outros países vizinhos.
"A Indonésia e outros países vizinhos planejam criar um sistema de prevenção contra desastres naturais, incluindo terremotos e maremotos", afirmou. "Isso é um tipo de medida de emergência", disse o presidente.
O governo da Tailândia apóia a instalação do sistema, para "devolver a confiança aos turistas na região", disse nesta segunda-feira em Phuket o ministro das Relações Exteriores, Surakiart Sathirathai.
"Temos que propor em Jacarta [durante a cúpula de 6 de janeiro] o tema dos esforços regionais que devem ser feitos para instalar um sistema de vigilância e alerta [de maremotos], para devolver a confiança dos turistas", disse Surakiart durante uma entrevista coletiva.
A Indonésia vai sediar na quinta-feira uma reunião da cúpula internacional em Jacarta. Entre os países que irão participar estão os dez membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático, bem como China, Índia, Sri Lanka, Japão, Coréia do Sul, União Européia, Estados Unidos, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, o Banco Mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD).
Com agências internacionais
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Mais de 94 mil pessoas morreram na Indonésia por causa do maremoto que atingiu o país no dia 26 de dezembro, segundo o Ministério da Saúde. Ao menos 144 mil pessoas foram mortas na região sul e sudeste da Ásia, e na África.
As mortes no país aumentaram 14 mil, desde o último balanço. Na semana passada, o governo indonésio chegou a afirmar que seria impossível contabilizar todos os mortos.
Há oito dias, um terremoto que atingiu 9 graus na escala Richter originou os tsunamis [tipo especial de onda oceânica, gerada por distúrbios sísmicos, que possui alto poder destrutivo quando chega à região costeira], que chegaram a mais de dez metros de altura, afetando a costa de diversos países. Índia, Indonésia e Sri Lanka foram os mais atingidos. Na África, Quênia, Somália e Tanzânia também sofreram os efeitos do desastre.
Segundo o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, as áreas atingidas pelo maremoto na Ásia devem levar até dez anos para se recuperar.
Muitas mortes foram registradas na remota Província de Aceh, ao norte da ilha de de Sumatra, na Indonésia, local em que está sendo executada uma gigantesca operação de ajuda internacional.
No entanto, o governo teme que o balanço definitivo seja ainda maior após a contagem das vítimas de toda a Província e por causa da ameaça do surgimento de epidemias mortais na região.
As equipes de ajuda ainda não conseguiram chegar em algumas áreas isoladas de Aceh porque muitas pontes e estradas foram destruídas pelas águas.
Ajuda
Equipes de ajuda humanitária conseguiram chegar à costa noroeste de Sumatra, região bastante remota na Indonésia. Cerca de metade da cidade foi destruída e menos de cem pessoas podiam ser vistas ontem, esperando a chegada dos barcos com mantimentos.
Grupos rebeldes em Aceh acusam o governo de usar as equipes de ajuda humanitária para trazer mais tropas à região. Bakhtiar Abdullah, porta-voz do Movimento por Aceh Livre, afirmou que equipes de resgate têm entrado em confronto direto com simpatizantes do movimento.
Um porta-voz do Exército indonésio, coronel Ahmad Yani Basuki, admitiu que muitas tropas estão na região, onde o conflito civil já matou mais de 13 mil pessoas, desde 1976. Dois terços das forças de segurança indonésias estão sendo usadas no resgate e na ajuda aos sobreviventes.
Sistema de alarme
O presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, afirmou nesta segunda-feira que o país vai criar um sistema de alerta de tsunamis em junto a outros países vizinhos.
"A Indonésia e outros países vizinhos planejam criar um sistema de prevenção contra desastres naturais, incluindo terremotos e maremotos", afirmou. "Isso é um tipo de medida de emergência", disse o presidente.
O governo da Tailândia apóia a instalação do sistema, para "devolver a confiança aos turistas na região", disse nesta segunda-feira em Phuket o ministro das Relações Exteriores, Surakiart Sathirathai.
"Temos que propor em Jacarta [durante a cúpula de 6 de janeiro] o tema dos esforços regionais que devem ser feitos para instalar um sistema de vigilância e alerta [de maremotos], para devolver a confiança dos turistas", disse Surakiart durante uma entrevista coletiva.
A Indonésia vai sediar na quinta-feira uma reunião da cúpula internacional em Jacarta. Entre os países que irão participar estão os dez membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático, bem como China, Índia, Sri Lanka, Japão, Coréia do Sul, União Européia, Estados Unidos, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, o Banco Mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD).
Com agências internacionais
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