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03/01/2005 - 09h46

Tailandeses acusam governo de prover ajuda apenas em áreas turísticas

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da France Presse, em Mai Lai

As vítimas tailandesas do maremoto nas regiões isoladas do país se queixam porque vêem a ajuda concentrada nas zonas turísticas do sul, favorecendo os estrangeiros.

Há oito dias, um terremoto que atingiu 9 graus na escala Richter originou os tsunamis [tipo especial de onda oceânica, gerada por distúrbios sísmicos, que possui alto poder destrutivo quando chega à região costeira], que chegaram a mais de dez metros de altura, afetando a costa de diversos países. Índia, Indonésia, Sri Lanka e Tailândia foram os mais atingidos. Na África, Quênia, Somália e Tanzânia também sofreram os efeitos do desastre.

Moradores da costa do mar de Andaman afirmaram que, apesar da região ter sido arrasada pelas ondas gigantes de 26 de dezembro, recebem pouca ajuda em comparação com suas necessidades.

Um número enorme de socorristas, soldados e voluntários rastreia em detalhes as ruínas das zonas turísticas de Khao Lak, na Província de Phang Nga, onde morreram milhares de turistas.

Porém, no povoado muçulmano de Mai Lai, menos de 30 km ao sul, os esforços dos socorristas são bem menores.

"Precisamos desesperadamente de dinheiro", declarou Wantana Phongsangwan, uma das coordenadoras da ajuda local.

"Tivemos muita sorte. Das 175 casas, 170 foram destruídas, mas o povoado sofreu poucas perdas em vidas humanas", diz.

Wantana disse que um dia depois dos tsunamis, autoridades do governo visitaram a região para inspecionar o povoado, que vive essencialmente da indústria pesqueira e do látex, mas a ajuda tem sido escassa.

O último balanço provisório na Tailândia supera os 5.000 mortos, a metade turistas, incluindo muitos do norte da Europa.

Desse total, 4.004 pessoas --2.209 ocidentais-- morreram na Província de Phang Nga, muitos em Khao Lak.

Famílias dizimadas

Ao norte de Khao Lak, o povoado de pescadores de Baan Nam Jem também sofreu muito com a catástrofe. No domingo, a polícia informou que provavelmente mais da metade dos 5.000 habitantes morreu.

Depois da tragédia foram encontrados barcos de pesca inclusive nos telhados das casas. Famílias foram dizimadas e até o momento, os sobreviventes receberam pouca assistência.

Em Phuket, grande centro turístico da Tailândia com centenas de hotéis, o ministro do Interior Bhokin Bhalakula rejeitou as acusações de que os socorristas se preocupavam, em primeiro lugar, com os turistas.

"Não é verdade", afirmou Bhokin, no momento em que seguia ao encontro de turistas em uma rua da cidade.

"O que temos que fazer com os turistas é restaurar sua confiança, porque quando estes locais estiverem recuperados, cada lugar se recuperará também", disse, numa referência à extrema dependência de todo o sul do país do turismo.

Esta segunda-feira, uma foto publicada na capa do "Bancoc Post" mostra o primeiro-ministro Thaksin Shinawatra conversando com turistas em traje de banho em uma praia de Phuket. Ele garantiu aos estrangeiros que a região arrasada seria reconstruída em dois meses.

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