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16/01/2005
-
08h02
CLARICE SPITZ
da Folha Online
O professor de direito internacional da Universidade Harvard (EUA), Detlev Vagts, 76, concorda que o sistema que julgará o ex-ditador Saddam Hussein é sensível, e vai além, diz que o julgamento corre grandes riscos de ser injusto. Mas lembra que se houver falhas, a culpa será do Iraque.
"A estrutura legal iraquiana simplesmente não é capaz de lidar com um julgamento tão complicado como esse", afirma Vagts.
O professor defende a atuação dos Estados Unidos no sistema judiciário iraquiano dizendo que ela é limitada. Em entrevista à Folha Online, por telefone, Vagts disse supor que os americanos estejam ajudando no recolhimento de provas contra o ex-ditador para "tornar o tribunal mais respeitável". "Há conselheiros americanos, mas eles não parecem estar no controle".
De acordo com Vagts, uma corte internacional seria a melhor opção para julgar o ex-ditador, apesar de, nesses casos, os julgamentos serem mais lentos.
"Os iraquianos estão intimamente ligados a Saddam. Quase todos hoje no Iraque são a favor ou contra ele. Seria mais fácil conduzir um julgamento com juízes de fora [de outros países e sem ligação direta com o ex-ditador]."
Ele também defendeu Saddam, dizendo que o ex-ditador teve razão ao dizer que participava de um "teatro", quando compareceu ao tribunal iraquiano, em julho de 2004.
Saddam, que compareceu à Justiça para ouvir as acusações que pesam sobre ele, não teve acesso a advogados na época. Ele só pôde encontrar sua equipe de defesa, pela primeira vez, em dezembro passado --mais de um ano depois de ter sido capturado pelos EUA.
"Qualquer americano concordaria que não é um processo justo deixar uma pessoa sem acesso a seus advogados durante um ano. Não é algo que seria tolerado nos EUA", diz.
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Culpa será do Iraque se julgamento falhar, diz professor dos EUA
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da Folha Online
O professor de direito internacional da Universidade Harvard (EUA), Detlev Vagts, 76, concorda que o sistema que julgará o ex-ditador Saddam Hussein é sensível, e vai além, diz que o julgamento corre grandes riscos de ser injusto. Mas lembra que se houver falhas, a culpa será do Iraque.
"A estrutura legal iraquiana simplesmente não é capaz de lidar com um julgamento tão complicado como esse", afirma Vagts.
O professor defende a atuação dos Estados Unidos no sistema judiciário iraquiano dizendo que ela é limitada. Em entrevista à Folha Online, por telefone, Vagts disse supor que os americanos estejam ajudando no recolhimento de provas contra o ex-ditador para "tornar o tribunal mais respeitável". "Há conselheiros americanos, mas eles não parecem estar no controle".
De acordo com Vagts, uma corte internacional seria a melhor opção para julgar o ex-ditador, apesar de, nesses casos, os julgamentos serem mais lentos.
"Os iraquianos estão intimamente ligados a Saddam. Quase todos hoje no Iraque são a favor ou contra ele. Seria mais fácil conduzir um julgamento com juízes de fora [de outros países e sem ligação direta com o ex-ditador]."
Ele também defendeu Saddam, dizendo que o ex-ditador teve razão ao dizer que participava de um "teatro", quando compareceu ao tribunal iraquiano, em julho de 2004.
Saddam, que compareceu à Justiça para ouvir as acusações que pesam sobre ele, não teve acesso a advogados na época. Ele só pôde encontrar sua equipe de defesa, pela primeira vez, em dezembro passado --mais de um ano depois de ter sido capturado pelos EUA.
"Qualquer americano concordaria que não é um processo justo deixar uma pessoa sem acesso a seus advogados durante um ano. Não é algo que seria tolerado nos EUA", diz.
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