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06/03/2005
-
21h07
da Folha de S. Paulo, em Brasília
da Folha Online
Os diplomatas brasileiros no Oriente Médio que investigam o caso do seqüestro do engenheiro João José Vasconcellos Jr., 50, consideram que a notícia da "morte" do brasileiro, veiculada no sábado, pode ter sido um alarme falso, apurou a Folha em Brasília.
O Itamaraty continua em busca de informações que possam confirmar ou descartar a notícia, mas considerou, neste domingo, que não havia segurança na fonte ou na origem da informação.
A notícia partiu da agência de notícias italiana Ansa, que citava "fontes em Bagdá" que afirmariam que o brasileiro estaria morto. A hipótese de que a informação teria partido da jornalista italiana Giuliana Sgrena, libertada na sexta-feira (4) após negociações do serviço secreto italiano, também foi levantada.
Outra versão dá conta de que a notícia teria partido de jornalistas recém-chegados a Beirute de Bagdá. A famosa rede árabe de TV "Al Jazira", que costuma divulgar em primeira mão os casos de seqüestro no Iraque, não veiculou nenhuma informação sobre a "morte" do engenheiro.
O embaixador extraordinário para Oriente Médio, Affonso Celso Ouro-Preto, e o ministro Paulo Joppert, encarregado do núcleo de assuntos iraquianos trabalham no caso em Amã (Jordânia). O chanceler Celso Amorim acompanha o assunto desde a África, onde está em viagem oficial.
Família
Informada da notícia da "morte" neste sábado, a família do engenheiro também considera a notícia especulação. "Ficamos sabendo pela imprensa, mas ninguém confirma nada", afirmou neste sábado à Folha Online a irmã do engenheiro, Isabel Cristina.
Segundo Isabel, não é a primeira vez que a família recebe este tipo de notícia. "Já nos chegaram notícias de que ele estava muito ferido, pouco ferido, doente", diz
"Quando ouvimos coisas do tipo, sempre pedimos provas de que ele esteja vivo, ou morto, ou ferido. Mas nunca recebemos nada. Há uma semana divulgaram que a jornalista italiana [Giuliana Sgrena, seqüestrada durante um mês] estava morta, no entanto ela apareceu aí, viva", diz Isabel.
Seqüestro
João Vasconcellos trabalhava no Iraque na construção de uma usina elétrica pela construtora Norberto Odebrecht. Ele desapareceu quando radicais islâmicos atacaram o veículo em que viajava perto da cidade de Baiji, a 180 quilômetros de Bagdá.
A ação conjunta foi reivindicada pelos grupos Brigadas Mujahidin e Exército de Ansar al Sunna. No dia em que o brasileiro desapareceu, os dois funcionários da Janusian que o acompanhavam, um britânico e um iraquiano, foram mortos por rebeldes.
Três dias depois de seu desaparecimento, a Al Jazira exibiu um vídeo [sem áudio] em que rebeldes mostravam sua carteira de mergulhador e algumas cédulas de reais, mas em nenhum momento foram divulgadas imagens do engenheiro.
Até hoje, nenhum pedido de resgate foi feito à família, à Odebrecht ou ao governo brasileiro, que tenta libertá-lo por meio de sua embaixada na Jordânia.
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Para diplomatas, "morte" de brasileiro pode ser alarme falso
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da Folha Online
Os diplomatas brasileiros no Oriente Médio que investigam o caso do seqüestro do engenheiro João José Vasconcellos Jr., 50, consideram que a notícia da "morte" do brasileiro, veiculada no sábado, pode ter sido um alarme falso, apurou a Folha em Brasília.
O Itamaraty continua em busca de informações que possam confirmar ou descartar a notícia, mas considerou, neste domingo, que não havia segurança na fonte ou na origem da informação.
Reprodução/TV AL Jazira |
Carteira de mergulhador de Vasconcellos |
Outra versão dá conta de que a notícia teria partido de jornalistas recém-chegados a Beirute de Bagdá. A famosa rede árabe de TV "Al Jazira", que costuma divulgar em primeira mão os casos de seqüestro no Iraque, não veiculou nenhuma informação sobre a "morte" do engenheiro.
O embaixador extraordinário para Oriente Médio, Affonso Celso Ouro-Preto, e o ministro Paulo Joppert, encarregado do núcleo de assuntos iraquianos trabalham no caso em Amã (Jordânia). O chanceler Celso Amorim acompanha o assunto desde a África, onde está em viagem oficial.
Família
Informada da notícia da "morte" neste sábado, a família do engenheiro também considera a notícia especulação. "Ficamos sabendo pela imprensa, mas ninguém confirma nada", afirmou neste sábado à Folha Online a irmã do engenheiro, Isabel Cristina.
Segundo Isabel, não é a primeira vez que a família recebe este tipo de notícia. "Já nos chegaram notícias de que ele estava muito ferido, pouco ferido, doente", diz
"Quando ouvimos coisas do tipo, sempre pedimos provas de que ele esteja vivo, ou morto, ou ferido. Mas nunca recebemos nada. Há uma semana divulgaram que a jornalista italiana [Giuliana Sgrena, seqüestrada durante um mês] estava morta, no entanto ela apareceu aí, viva", diz Isabel.
Seqüestro
João Vasconcellos trabalhava no Iraque na construção de uma usina elétrica pela construtora Norberto Odebrecht. Ele desapareceu quando radicais islâmicos atacaram o veículo em que viajava perto da cidade de Baiji, a 180 quilômetros de Bagdá.
A ação conjunta foi reivindicada pelos grupos Brigadas Mujahidin e Exército de Ansar al Sunna. No dia em que o brasileiro desapareceu, os dois funcionários da Janusian que o acompanhavam, um britânico e um iraquiano, foram mortos por rebeldes.
Três dias depois de seu desaparecimento, a Al Jazira exibiu um vídeo [sem áudio] em que rebeldes mostravam sua carteira de mergulhador e algumas cédulas de reais, mas em nenhum momento foram divulgadas imagens do engenheiro.
Até hoje, nenhum pedido de resgate foi feito à família, à Odebrecht ou ao governo brasileiro, que tenta libertá-lo por meio de sua embaixada na Jordânia.
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