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02/04/2005 - 14h32

Em estado gravíssimo, papa tem momentos de lucidez

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RICARDO FELTRIN
enviado especial da Folha Online a Roma

O papa João Paulo 2º, 84, voltou a apresentar febre alta na manhã deste sábado e sua condição é gravíssima, mas ele ainda responde corretamente quando estimulado, de acordo com o segundo comunicado oficial do Vaticano divulgado neste sábado. A entrevista coletiva, que normalmente ocorre após a divulgação do boletim médico, foi cancelada.

Stefano Rellandini/Reuters
Peregrinos lotam a praça São Pedro, no Vaticano, para orar pelo papa João Paulo 2º
Na manhã deste sábado, um comunicado oficial sobre a saúde do papa já havia anunciado que o sumo pontífice sofrera comprometimento de sua consciência, e que suas condições cardiovasculares e metabólicas se mantinham inalteradas, mas gravíssimas, acrescentando que o papa não está em coma.

Apesar de as novas informações sobre o papa reafirmarem a gravidade de seu estado, o segundo boletim médico não informa sobre o início de perda de consciência, citado na manhã deste sábado.

O comunicado [divulgado por escrito] entregue aos jornalistas na tarde deste sábado, que gerou expectativas devido ao atraso, diz que o sumo pontífice responde corretamente aos chamados das pessoas que lhes são familiares.

Milhares de fiéis continuam na praça São Pedro, no Vaticano, em vigília pelo Santo Padre. "Ele sabe que está indo ao encontro do Senhor", disse o cardeal alemão Joseph Ratzinger, um dos mais próximos colaboradores do papa.

Inconsciência

A progressiva perda de consciência do papa deve colocar um ponto final nas especulações e, principalmente, nos argumentos de alguns bispos e cardeais em todo o mundo, que passaram os últimos meses defendendo a renúncia de João Paulo 2º --desde que seu estado de saúde se deteriorou. Um deles foi o bispo Karl Lehmann, presidente da Conferência dos Bispos da Alemanha.

Stefano Rellandini/Reuters
Freiras esperam por notícias do papa em frente ao Palácio Apostólico, na praça São Pedro
A "lei" vigente na milenar Igreja Católica proíbe que qualquer papa seja retirado do pontificado caso esteja inconsciente. Seu "cargo" é mantido até o momento de sua morte. A única forma de um papa deixar o cargo é por meio de sua própria decisão, tomada verbalmente e por escrito.

Isso significa que João Paulo 2º, o 262º papa desde São Pedro [considerando apenas a linhagem em Roma] de fato deverá terminar seu longo pontificado até a morte, como sempre prometeu.

O último papa a renunciar foi Celestino 5º, no século 13. A diferença é que Celestino jamais quis se tornar papa. Eremita, considerado uma espécie de santo pelos "pecadores" cardeais e bispos de então [em eterna guerra por poder e propriedades], Celestino foi eleito praticamente 'à força" para que grupos rivais contornassem a crise que culminou em dois anos sem que um papa fosse escolhido após a morte de Nicolau 4º.

Vigília

Desde as primeiras notícias sobre a piora da saúde do papa, milhares de pessoas se aglomeram em vigília na praça São Pedro, no Vaticano, apesar do frio desta madrugada que chegou a 5ºC. Roma fez uma megaoperação para garantir segurança e assistência para cerca de 1 milhão pessoas que devem chegar à capital italiana neste fim de semana.

O jornal italiano "La Repubblica" informou que cerca de 70 mil pessoas lotavam a praça pouco antes do início desta madrugada, mas, pouco a pouco, parte das pessoas acabou indo embora. Nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira, já era possível ver a praça completamente lotada novamente, sinalizando uma prova de resistência e devoção por parte dos fiéis.

Em todo o mundo, católicos realizaram celebrações e oraram pelo papa. Em São Paulo, o cardeal d. Cláudio Hummes comandou nesta sexta-feira uma missa na Catedral da Sé. Um dos cotados para suceder João Paulo 2º, Hummes disse que a "nacionalidade não influencia na escolha do papa."

Com agências internacionais

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