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29/08/2005 - 11h26

Katrina causa apagão e rompe teto de estádio em Nova Orleans

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da Folha Online

O furacão Katrina, que chegou a Nova Orleans nesta segunda-feira com ventos de até 233 km/h, causou apagão na região sul da cidade e ameaça cerca de 9.000 pessoas que estão abrigadas em um estádio, cujo teto já possui dois buracos por onde a água da chuva se infiltra.

Segundo o mais recente boletim do Centro Nacional de Furacões dos EUA, o Katrina perdeu força e já está na categoria 3, com ventos internos que giram em torno de 201/h [mas chegaram a 233 km/h]. O furacão se movimenta pelo território da Louisiania a uma velocidade de 25 km/h.

Segundo Ricardo de Camargo, 38, professor de meteorologia da USP (Universidade de São Paulo), de agora em diante [após tocar o solo] o furacão tende a perder intensidade, justamente por não receber mais sua força de alimentação --o vapor gerado pela água quente do oceano.

28.ago.2005/AP
Imagem mostra parte interna do Superdome. O estádio abriga cerca de 9.000 pessoas
Folhas de metal foram arrancadas do teto do Superdome, criando dois grandes e visíveis buracos. As pessoas estão sendo removidas de um setor a outro da gigantesca arena [que tem capacidade para 75 mil pessoas] para que não sejam atingidas pela água.

Segundo Kathleen Blanco, do governo local, não há situação de perigo no Superdome, pelo menos até o momento.

Danos do furacão poderão custar US$ 25 bilhões a seguradoras dos Estados Unidos, segundo informações de empresas do setor.

Apagão

A velocidade dos ventos deixou Vieux Carré --um dos bairros mais antigos e pitorescos de Nova Orleans no chamado "quarteirão francês"-- às escuras, depois que fios de alta tensão, que alimentam a parte sul de Nova Orleans, foram arrancados.

Até o momento, a chegada do Katrina causou a morte de três pessoas, todos idosos que viviam em um asilo em Nova Orleans. Eles morreram neste domingo durante o trabalho de remoção de pessoas para áreas seguras.

O Katrina ganhou força neste domingo e levou pânico ao sul do país. O preço do barril de petróleo disparou nesta segunda-feira, passando dos US$ 70 pela primeira vez, por causa da chegada do furacão Katrina à região do golfo do México.

Essa região é crucial para a infra-estrutura de produção de energia nos Estados Unidos. Lá também ficam plataformas de produção de petróleo, terminais de importação, redes de oleodutos e diversas refinarias.

Reuters
Imagem de satélite mostra movimentação do furacão Katrina, que já perdeu força
Nesta segunda-feira, no mercado em Cingapura, os contratos para entrega futura de petróleo subiram US$ 5, chegando a US$ 70,80, depois caíram para US$ 69,93.

O furacão ganhou força neste domingo e atingiu a categoria 5 na escala Saffir-Simpson --a mais severa de todas, mas recuou para 4 e agora está na categoria 3 [que pode causar grandes danos em regiões habitadas].

O último furacão de categoria 5 a atingir os EUA foi o Andrew, em 1992, que devastou a Flórida e matou 26 pessoas.

As previsões indicam que o Katrina pode causar em Nova Orleans, cidade abaixo do nível do mar, inundações de até 7,6 metros, o que deixaria boa parte da cidade submersa.

Retirada

Centenas de milhares de pessoas deixaram a cidade de Nova Orleans, no Estado americano da Louisiana, antes da chegada do furacão Katrina ao local nesta segunda-feira.

Os moradores da região seguiram os pedidos do prefeito da cidade, Ray Nagin, e foram para locais mais altos.

Nova Orleans está em uma depressão geográfica, a dois metros abaixo do nível do mar. Segundo o prefeito, há o temor de enchentes com as chuvas após a passagem do furacão.

Rick Wilking/Reuters
Carros deixam a cidade de Nova Orleans, na Lousiana
Neste domingo, milhares de pessoas formaram filas nas portas dos abrigos disponibilizados em Nova Orleans ou deixaram a cidade, causando congestionamentos nas estradas.

A prefeitura disponibilizou dez abrigos para receber os moradores e turistas que não têm como deixar o município, incluindo o estádio Superdome Arena, com capacidade para quase 70 mil pessoas e altura de 82 metros, equivalente a 27 andares.

Os hotéis situados a uma distância de até 240 quilômetros ao norte de Nova Orleans já estão cheios. Os estabelecimentos comerciais e a maioria das casas foram fechadas.

Segundo o prefeito, o furacão Katrina pode danificar os diques que protegem Nova Orleans das águas do lago Pontchartian e do rio Mississippi.

Pior dos furacões

O furacão Katrina chegou à categoria cinco na escala Saffir-Simpson --o mais alto grau. Apenas três furacões que atingiram os Estados Unidos alcançaram essa marca.

O presidente George W. Bush declarou estado de emergência no Mississippi na manhã deste domingo, após fazer declaração semelhante em relação à Lousiana.

O prefeito de Nova Orleans pediu que as pessoas que forem aos refúgios levem comida e bebidas para vários dias, assim como cobertores e cadeiras, como se fossem acampar. Nagin advertiu que será um lugar incômodo, por isso pediu que as pessoas que puderem saiam da cidade.

O chefe da polícia do município, Eddie Compass, disse que provavelmente será estabelecido um toque de recolher a qualquer momento, e colocarão policiais nas lojas para evitar saques.

As conseqüências do furacão podem ser devastadoras na economia da Louisiana, que ocupa a 42ª posição entre 50 Estados norte-americanos em relação à renda da população. A economia do Estado cresceu 2%, menos da metade do crescimento da nação como um todo.

Outras regiões

Até agora, o furacão já deixou nove mortos na Flórida. Uma pessoa morreu e outra está desaparecida devido às fortes chuvas que caíram nas regiões norte e central da Nicarágua como resultado da passagem do Katrina.

A imprensa da Nicarágua informou neste domingo que, apesar da distância, o furacão atingiu o país pela extensão de suas nuvens e chuvas.

No México, as autoridades declararam alerta neste domingo em três Estados da península de Yucatán. São esperadas na região chuvas muitos fortes, ventos e ondas de três a quatro metros, segundo a Defesa Civil local.

Com agências internacionais

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