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20/09/2005
-
09h47
da EFE
da Folha Online
O arquiteto austríaco Simon Wiesenthal, considerado a "consciência do Holocausto" pelo empenho de toda sua vida em perseguir os criminosos do nazismo, morreu na madrugada desta terça-feira em sua casa de Viena (Áustria), aos 96 anos de idade, após conseguir a prisão e o julgamento de mais de 1.100 assassinos nazistas.
Mundialmente conhecido como o "caçador de nazistas", Wiesenthal criou seu Centro de Documentação Judaica na capital austríaca em 1947, dois anos depois do final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e após sobreviver a 12 campos de concentração e extermínio e ser libertado por tropas americanas em Mauthausen, na Áustria.
"Sua nomeação não foi anunciada em entrevista coletiva, não por algum presidente ou primeiro-ministro. Simplesmente assumiu esse trabalho. Foi um trabalho que ninguém quis", disse uma nota emitida pelo site do Dokumentationzentrum de Viena, embrião dos centros Wiesenthal espalhados pelo mundo.
"A missão era impressionante. O objetivo tinha poucos amigos. Os aliados já se concentravam na Guerra Fria, os sobreviventes tentavam recompor suas destroçadas vidas, e Wiesenthal estava sozinho em seu papel como perseguidor e detetive ao mesmo tempo", acrescenta a publicação oficial de sua organização.
Repercussão
Entre as múltiplas reações à morte de Wiesenthal, que ao longo de sua vida acumulou inúmeras condecorações, está a do chanceler federal austríaco, Wolfgang Schüssel, segundo o qual "o importante para ele foi estar sempre alerta e, com sua vigilância, evitar que pudesse repetir-se a mais terrível época da História".
Wiesenthal será homenageado amanhã com um funeral especial no Cemitério Central de Viena, capital da qual era cidadão honorário.
O corpo de Wiesenthal, que morreu oficialmente às 4h (23h de ontem em Brasília) de morte natural, será transferido posteriormente a Israel, onde na sexta-feira (23) será enterrado com todas as honras.
Memórias
Em suas memórias publicadas em 1988 sob o título "Justiça, não Vingança", o que seria o lema de sua vida, Wiesenthal afirmava que "quando as pessoas olharem para trás na história, devem saber que os nazistas não escaparam sem punição pelo assassinato de milhões de seres humanos.
Em abril de 2003, quando anunciou sua retirada da vida pública e o fim de sua missão, Wiesenthal declarou à imprensa que havia encontrado e sobrevivido a todos os assassinos que perseguiu.
Na ocasião, ele já considerava praticamente impossível que, por motivos de idade e saúde, os poucos criminosos de guerra nazistas que tinham conseguido escapar da Justiça pudessem chegar a ser processados.
Adolf Eichmann
Sua "presa" mais famosa foi Adolf Eichmann (1906-1962), alto oficial das temidas SS, responsável por organizar o transporte para os campos de extermínio de milhões de judeus de toda a Europa.
Wiesenthal não parou até encontrar uma pista na Argentina, onde Eichmann se escondeu após a guerra com o nome falso de Ricardo Clement.
Wiesenthal, então, entregou ao Mossad [serviços secretos de Israel] a localização de Eichmann, que seqüestrou o criminoso e o transferiu para o Estado de Israel, onde foi processado, condenado à morte [única condenação desse gênero no país] e executado na forca em 31 de maio de 1962.
Outros conhecidos criminosos de guerra nazistas que foram processados graças a seu trabalho foram o alemão Karl Silberbauer, responsável pela deportação da menina judia Anne Frank, e o austríaco Frank Stangl, comandante do campo de extermínio de Treblinka.
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da Folha Online
O arquiteto austríaco Simon Wiesenthal, considerado a "consciência do Holocausto" pelo empenho de toda sua vida em perseguir os criminosos do nazismo, morreu na madrugada desta terça-feira em sua casa de Viena (Áustria), aos 96 anos de idade, após conseguir a prisão e o julgamento de mais de 1.100 assassinos nazistas.
EFE |
Simon Wiesenthal, ao receber título de doutor honoris causa em Praga, em abril de 1997 |
"Sua nomeação não foi anunciada em entrevista coletiva, não por algum presidente ou primeiro-ministro. Simplesmente assumiu esse trabalho. Foi um trabalho que ninguém quis", disse uma nota emitida pelo site do Dokumentationzentrum de Viena, embrião dos centros Wiesenthal espalhados pelo mundo.
"A missão era impressionante. O objetivo tinha poucos amigos. Os aliados já se concentravam na Guerra Fria, os sobreviventes tentavam recompor suas destroçadas vidas, e Wiesenthal estava sozinho em seu papel como perseguidor e detetive ao mesmo tempo", acrescenta a publicação oficial de sua organização.
Repercussão
Entre as múltiplas reações à morte de Wiesenthal, que ao longo de sua vida acumulou inúmeras condecorações, está a do chanceler federal austríaco, Wolfgang Schüssel, segundo o qual "o importante para ele foi estar sempre alerta e, com sua vigilância, evitar que pudesse repetir-se a mais terrível época da História".
Wiesenthal será homenageado amanhã com um funeral especial no Cemitério Central de Viena, capital da qual era cidadão honorário.
O corpo de Wiesenthal, que morreu oficialmente às 4h (23h de ontem em Brasília) de morte natural, será transferido posteriormente a Israel, onde na sexta-feira (23) será enterrado com todas as honras.
Memórias
Em suas memórias publicadas em 1988 sob o título "Justiça, não Vingança", o que seria o lema de sua vida, Wiesenthal afirmava que "quando as pessoas olharem para trás na história, devem saber que os nazistas não escaparam sem punição pelo assassinato de milhões de seres humanos.
Em abril de 2003, quando anunciou sua retirada da vida pública e o fim de sua missão, Wiesenthal declarou à imprensa que havia encontrado e sobrevivido a todos os assassinos que perseguiu.
Na ocasião, ele já considerava praticamente impossível que, por motivos de idade e saúde, os poucos criminosos de guerra nazistas que tinham conseguido escapar da Justiça pudessem chegar a ser processados.
Adolf Eichmann
Sua "presa" mais famosa foi Adolf Eichmann (1906-1962), alto oficial das temidas SS, responsável por organizar o transporte para os campos de extermínio de milhões de judeus de toda a Europa.
Arquivo/Reuters |
Adolf Eichmann, durante seu julgamento em Israel, em que foi condenado à morte |
Wiesenthal, então, entregou ao Mossad [serviços secretos de Israel] a localização de Eichmann, que seqüestrou o criminoso e o transferiu para o Estado de Israel, onde foi processado, condenado à morte [única condenação desse gênero no país] e executado na forca em 31 de maio de 1962.
Outros conhecidos criminosos de guerra nazistas que foram processados graças a seu trabalho foram o alemão Karl Silberbauer, responsável pela deportação da menina judia Anne Frank, e o austríaco Frank Stangl, comandante do campo de extermínio de Treblinka.
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