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10/10/2005 - 11h49

Número oficial de mortos em terremoto na Ásia ultrapassa os 21 mil

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da Folha Online

Mais de 21 mil pessoas morreram em decorrência do terremoto de 7,6 graus na escala Richter que atingiu no sábado (8) o Paquistão, a Índia e o Afeganistão. Segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), há 2,5 milhões de desabrigados na região da Caxemira, onde foi localizado o epicentro do tremor, que já sofre com a ação de grupos extremistas islâmicos e saqueadores.

O ministro paquistanês do Interior, Aftab Ahmad Khan Sherpao, afirmou nesta segunda-feira que o número oficial de mortos no país é de 20.745 pessoas, embora autoridades estimem que as mortes possam ultrapassar os 30 mil. Na Índia, ao menos 865 pessoas morreram --entre civis e agentes do governo indiano. O Afeganistão também foi atingido pelo tremor, e autoridades informaram que ao menos quatro pessoas morreram no país devido ao fenômeno.

De acordo com autoridades locais, não há qualquer informação sobre 10 mil pessoas que moram em vilarejos remotos, na fronteira do Paquistão com a Índia. A dificuldade de acesso ao local impede a chegada de equipes de resgate.

O epicentro do tremor ocorrido às 8h50 do último sábado (0h50 de sábado, no horário de Brasília), foi registrado em Muzaffarabad, a capital da parte da Caxemira administrada pelo Paquistão, que fica 90 quilômetros a nordeste da capital do país, Islamabad. De acordo com o Centro de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), o terremoto aconteceu a 10 quilômetros de profundidade. A região também está bastante próxima da cadeia de montanhas do Himalaia.

Dados da ONU informaram nesta segunda-feira que há 2,5 milhões de desabrigados na região. Vários países já enviaram ajuda internacional ao Paquistão --país que foi mais atingido pelo tremor. Médicos que atuam nessa região alertaram também sobre o risco da eclosão de doenças infecto-contagiosas, já que as vítimas carecem de alimentos e água potável.

Esse foi o segundo terremoto de grande escala registrado na Ásia em menos de um ano. Em 26 de dezembro passado, um tremor de 9 graus na escala Richter --que teve seu epicentro localizado próximo à ilha de Sumatra, na Indonésia-- provocou um maremoto que atingiu 11 países do sudeste da Ásia e da África, e deixou ao menos 280 mil mortos.

Em 2003, um outro terremoto localizado na mesma região, que teve seu epicentro registrado no Irã, matou 30 mil pessoas.

Saqueadores

Em Muzaffarabad, donos de lojas locais entraram em confronto direto nesta segunda-feira com pessoas que tentavam entrar nos estabelecimentos comerciais para realizar saques, informou a agência de notícias Associated Press. Não havia qualquer policial na área.

Moradores locais também afirmaram que saqueadores estão entrando em casas abandonadas pelos moradores devido ao tremor, e culpam as autoridades pela violência, já que nenhuma ajuda tem chegado à região.

Muzaffarabad abriga 600 mil pessoas e aproximadamente 11 mil morreram devido ao terremoto, segundo estimativas oficiais.

Extremistas

Além do forte terremoto que devastou a região da Caxemira, forças de segurança na Índia tiveram que agir contra insurgentes islâmicos, que atacaram várias comunidades próximas do vilarejo de Rajnagar, atingido pelo terremoto na noite deste domingo.

Suspeitos rebeldes entraram na casa de duas famílias hindus em Rajnagar, retiraram os homens de suas casas e os degolaram com adagas em praça pública, informou J.P.Singh, superintendente de polícia local.

Segundo a polícia, o mesmo grupo teria atacado em uma comunidade próxima, assassinando todos os membros de uma família hindu de quatro pessoas.

Nesta segunda-feira, vários grupos separatistas muçulmanos que atuam na região indiana da Caxemira anunciaram a suspensão "temporária" de ataques devido ao terremoto.

Em um comunicado enviado a uma agência de notícias da Caxemira, o líder do grupo islâmico Hizb ul Mujahidin, Syed Salahuddin, informou que essa decisão foi tomada durante uma reunião realizada ontem em Muzaffarabad.

Salahuddin pediu a todos seus militantes que cessem suas operações nas zonas afetadas e que socorram as vítimas.

Desde 1989, 66 mil pessoas morreram na Caxemira devido aos ataques de grupos extremistas islâmicos que reivindicam a separação da região da Índia, e sua anexação ao Paquistão muçulmano.

Com agências internacionais

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