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15/10/2005 - 12h30

Referendo iraquiano termina com mais de 61% de participação

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da Folha Online

Mais de 61% dos iraquianos habilitados a votar participaram neste sábado do referendo sobre a nova Constituição do país, segundo dados da primeira estimativa divulgada por Abdel Hussein Hindaui, da comissão eleitoral.

Ao todo, 15,5 milhões de iraquianos inscreveram-se para votar a favor ou contra a Constituição, que estabelece um marco democrático para o Iraque. Os postos de votação fecharam às 17h locais (11h de Brasília), após dez horas da abertura.

A votação ocorreu sob um forte esquema de segurança, com mais de 260 mil policiais iraquianos e soldados americanos. Civis foram proibidos de portar armas, postos de fronteira e aeroportos foram fechados, e o trânsito de automóveis entre as Províncias iraquianas também não foi permitido.

O balanço final aponta que violência foi menor que a esperada. Três soldados iraquianos morreram devido a uma bomba colocada em uma estrada de Saidiya, ao noroeste de Bagdá. Na capital iraquiana, foi registrada a única vítima civil, no bairro de Al Gazaliya.

Um homem que saiu de casa para votar foi baleado na cabeça por um franco-atirador que se escondia em um telhado de um edifício. Segundo fontes do Ministério do Interior, o franco-atirador apontava para um dos policiais que patrulhavam o centro da cidade, mas errou o alvo.

Os insurgentes também atacaram alguns colégios eleitorais, com tiros e granadas, mas ninguém saiu ferido.

De acordo com a lei iraquiana, para que a Constituição não seja adotada, deve haver rejeição em, no mínimo, três Províncias diferentes, por dois terços do total de iraquianos aptos a votar. Os sunitas --grupo iraquiano que mais se apõe à Constituição-- são maioria em quatro das 18 Províncias iraquianas. O documento é aprovado por maioria simples.

Questão

Nas urnas, a questão que os iraquianos responderam foi: "Está de acordo com a minuta da Constituição iraquiana?". As cédulas estão escritas em árabe e curdo. A Comissão Eleitoral disse "esperar" oferecer os resultados da consulta em três dias.

O texto foi criado e aprovado pelas duas maiores bancadas do Parlamento iraquiano --xiitas e curdos-- e rejeitada pelos sunitas, minoria no governo, e também entre a população iraquiana: cerca de 20% seguem essa orientação religiosa, número bem inferior aos xiitas, que constituem cerca de 60%.

O texto, que começa com a frase "Nós, os filhos da Mesopotâmia", descreve o Iraque como um Estado federal --ponto que se tornou a principal divergência entre sunitas de um lado, e xiitas e curdos, de outro.

Líderes xiitas e curdos, marginalizados durante o regime do ditador Saddam Hussein, derrubado do poder em 2003, desejam uma autonomia no sul e norte do país, onde se concentram as reservas petrolíferas.

Líderes sunitas dizem que o novo texto divide o Iraque em três grandes distritos: os curdos ficam com o norte, os xiitas com o sul --duas regiões com grande produção de petróleo-- e os sunitas com o centro e o oeste.

O federalismo foi o principal motivo, embora não o único, apresentado pela maioria dos grupos da comunidade árabe sunita para rejeitar a Constituição.

Mas autoridades iraquianas consideram fundamental a participação dessa comunidade no futuro político do país já que estimam que seu envolvimento nas instituições pode ser um grande passo para acabar com a violência.

Com agências internacionais

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