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17/10/2005 - 12h03

Líder rebelde tchetcheno reivindica ataque contra república russa

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da Folha Online

O líder rebelde tchetcheno Shamil Basayev reivindicou nesta segunda-feira o ataque contra Naltchik, capital da república russa de Kabardino-Balkária que, segundo autoridades locais, deixou ao menos 137 mortos na quinta-feira (13). O anúncio foi postado no site Kavkaz Center, freqüentemente usado por rebeldes tchetchenos.

A ação rebelde em Naltchik aconteceu quando um grupo de cerca de cem homens armados invadiu vários prédios do governo e delegacias de polícia na cidade. Policiais e supostos rebeldes entraram em confronto direto, que terminou com vários mortos, entre agressores, civis e policiais.

Basayev se tornou o inimigo número 1 da Rússia depois de assumir ter sido o mentor do ataque contra uma escola em Beslan, na Ossétia do Norte [república da federação russa], no ano passado, que resultou na morte de 320 pessoas, a maioria crianças.

"Eu fui responsável pela direção geral da operação na cidade da república de Kabardino-Balkária", afirmou Basayev no comunicado, "emir militar Abdallah Shamil Abu Idris", um dos apelidos usados pelo tchetcheno.

Na semana passada, um texto divulgado pelo mesmo site atribuía a ação a rebeldes ligados ao líder tchetcheno, mas essa é a primeira que um comunicado assinado pelo próprio Basayev, tratando do assunto, é postado na internet.

O comunicado diz que 41 militantes e 140 membros das forças de segurança russas morreram no ataque, e três helicópteros russos foram destruídos. O Ministério russo do Interior divulgou nesta segunda-feira o número oficial de mortos, dizendo que 92 supostos militantes, 33 policiais e 12 civis morreram. Não há informações sobre qualquer veículo russo destruído.

Com alguns detalhes sobre a operação de Naltchik, batizada por Basayev de "Vitória ou Paraíso", a nota, repleta de referências a Allah e de citações do Alcorão [livro sagrado do islamismo], tenta fortalecer a imagem de que os países da região do Cáucaso --onde se localiza Kabardino-Balkária-- estão unidos na "luta pela fé e liberdade", contra o governo russo, e nem sequer menciona a causa dos separatistas tchetchenos.

Segundo o texto, o ataque "foi dirigido pelo emir da região de Kabardino-Balkária da Frente do Caucáso, Seifullakh". Entre os militantes mortos estão o "emir da jamaat [comunidade islâmica] da Inguchétia [outra república russa] Ilias Gortchkhanov", suposto colaborador de Basayev para as questões operacionais. Essa morte já havia sido anunciada pelas autoridades russas.

"Os emires das regiões de Ossétia [do Norte] e de Krasnodar ficaram levemente feridos e o emir da Frente do Cáucaso não participou na operação porque está preparando outra tarefa que pedimos", afirma o comunicado.

Confusão

Nesta segunda-feira, a confusão sobre quem seriam os mortos em Naltchik continuava entre as autoridades russas. Segundo a imprensa russa, líderes locais consideram "terroristas" todos os mortos que foram encontrados sem documentos.

A região de Kabardino-Balkária tem sido afetada pelo aumento da violência na Tchetchênia. Neste ano, a polícia da região realizou duas ofensivas contra supostos locais usados por membros de grupos extremistas islâmicos para reuniões.

Muçulmanos residentes na região acusam autoridades locais de perseguirem "fiéis inocentes" fora das mesquitas --muitas sob intensa vigilância e várias fechadas--, e taxando-os de "terroristas" e "militantes extremistas".

Arsen Kanokov, que se tornou presidente de Kabardino-Balkária há três semanas, quando foi escolhido pelo presidente russo, Vladimir Putin, a ocupar esse cargo-- já deu sinais de poderá diminuir o forte policiamento contra supostos grupos de extremistas islâmicos.

"Eu creio ser errado fechar as mesquitas e confinar os fiéis em um só lugar", disse ele, em uma entrevista ao jornal "Kommersant", publicado nesta segunda-feira.

No comunicado publicado pelo Kavkaz Center, Basayev teria dito que os militantes não tentaram matar Kanokov porque "ele ordenou a reabertura das mesquitas e isso salvou sua vida".

Com agências internacionais

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