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02/01/2006
-
09h18
da Folha Online
A circulação de gás pela Europa diminuiu 30% nesta segunda-feira, após a implantação de restrições ao fornecimento do produto para a Ucrânia, por parte da empresa russa Gazprom --que provê um quarto do gás consumido no continente. Três dos maiores gasodutos europeus passam por território ucraniano.
Atualmente, a Europa enfrenta um inverno rigoroso, o que pode dificultar ainda mais a situação atual, já que a maior parte dos aquecedores usados no continente são a gás. A falta do produto já é sentida de forma mais intensa na Áustria, Hungria e Polônia.
Na Áustria, a quantidade de gás natural que circula já diminuiu em um terço. Na Hungria, as provisões de gás natural russo --que chega a atingir 70% do consumo total do país-- caíram 40%, informou a empresa petrolífera húngara MOL. A Polônia também já sente a falta do produto.
Há algumas semanas, a Gazprom quis aumentar o preço do gás enviado para o território ucraniano, que passaria a custar mais do que o quádruplo: o valor de mil metros cúbicos passaria de US$ 50 para um mínimo de US$ 220. O governo da Ucrânia rechaçou o pagamento dos novos valores, e a Rússia reduziu o bombeamento de gás natural ao país.
Tensão política
O governo da Ucrânia acusa o governo russo de tentar retaliar o novo governo do país, mais inclinado às relações diplomáticas com o Ocidente --mais notadamente os Estados Unidos-- do que com a Rússia. Em 2004, o candidato à Presidência do país apoiado pelo governo russo perdeu as eleições após acusações de fraudes eleitorais que envolviam mais de 1 milhão de votos.
Viktor Yushchenko --o líder da oposição, e que conduziu a Ucrânia para um movimento social que ficou conhecido como a "Revolução Laranja" foi eleito presidente do país, e tem cumprido seu programa de governo no que tange à integração com o Ocidente: atualmente, a Ucrânia é candidata a uma vaga na União Européia (UE) e também na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Os russos dizem que o aumento do preço no gás ocorre porque o país quer ajustar os preços do produto aos preços do mercado.
Acusação
nesta segunda-feira, representantes da Gazprom voltaram a acusar a Ucrânia de roubar gás russo. De acordo com porta-vozes da empresa, o governo ucraniano teria roubado 100 milhões de metros cúbicos de gás que teria como destino a Europa, ontem.
O valor do gás russo roubado pela Ucrânia durante o dia (1°) é de mais de US$ 25 milhões, afirmou o vice-diretor da Gazprom nesta segunda-feira, Alexander Medvedev. Ele também informou que a empresa convidou "observadores internacionais" de outras companhias, para monitorar a situação.
O ministro ucraniano de Combustível e Energia, Ivan Plachkov, negou as acusações.
"A Ucrânia está consumindo o gás necessário, que é destinado tanto para uso doméstico, como para armazenamento", disse ele.
Com agências internacionais
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A circulação de gás pela Europa diminuiu 30% nesta segunda-feira, após a implantação de restrições ao fornecimento do produto para a Ucrânia, por parte da empresa russa Gazprom --que provê um quarto do gás consumido no continente. Três dos maiores gasodutos europeus passam por território ucraniano.
Atualmente, a Europa enfrenta um inverno rigoroso, o que pode dificultar ainda mais a situação atual, já que a maior parte dos aquecedores usados no continente são a gás. A falta do produto já é sentida de forma mais intensa na Áustria, Hungria e Polônia.
Na Áustria, a quantidade de gás natural que circula já diminuiu em um terço. Na Hungria, as provisões de gás natural russo --que chega a atingir 70% do consumo total do país-- caíram 40%, informou a empresa petrolífera húngara MOL. A Polônia também já sente a falta do produto.
Há algumas semanas, a Gazprom quis aumentar o preço do gás enviado para o território ucraniano, que passaria a custar mais do que o quádruplo: o valor de mil metros cúbicos passaria de US$ 50 para um mínimo de US$ 220. O governo da Ucrânia rechaçou o pagamento dos novos valores, e a Rússia reduziu o bombeamento de gás natural ao país.
Tensão política
O governo da Ucrânia acusa o governo russo de tentar retaliar o novo governo do país, mais inclinado às relações diplomáticas com o Ocidente --mais notadamente os Estados Unidos-- do que com a Rússia. Em 2004, o candidato à Presidência do país apoiado pelo governo russo perdeu as eleições após acusações de fraudes eleitorais que envolviam mais de 1 milhão de votos.
Viktor Yushchenko --o líder da oposição, e que conduziu a Ucrânia para um movimento social que ficou conhecido como a "Revolução Laranja" foi eleito presidente do país, e tem cumprido seu programa de governo no que tange à integração com o Ocidente: atualmente, a Ucrânia é candidata a uma vaga na União Européia (UE) e também na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Os russos dizem que o aumento do preço no gás ocorre porque o país quer ajustar os preços do produto aos preços do mercado.
Acusação
nesta segunda-feira, representantes da Gazprom voltaram a acusar a Ucrânia de roubar gás russo. De acordo com porta-vozes da empresa, o governo ucraniano teria roubado 100 milhões de metros cúbicos de gás que teria como destino a Europa, ontem.
O valor do gás russo roubado pela Ucrânia durante o dia (1°) é de mais de US$ 25 milhões, afirmou o vice-diretor da Gazprom nesta segunda-feira, Alexander Medvedev. Ele também informou que a empresa convidou "observadores internacionais" de outras companhias, para monitorar a situação.
O ministro ucraniano de Combustível e Energia, Ivan Plachkov, negou as acusações.
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Com agências internacionais
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