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02/01/2006
-
13h26
da Folha Online
O governo alemão exigiu nesta segunda-feira que autoridades russas e ucranianas cheguem a um acordo sobre a disputa envolvendo o gás natural que a estatal russa Gazprom comercializa à Ucrânia. A interrupção do envio do produto aos gasodutos ucranianos, ocorrida neste domingo, provocou uma queda de 30% na circulação do gás por toda a Europa.
Países como Áustria, França Hungria e Polônia já sentem a diminuição da chegada do gás às empresas importadoras desses países.
Autoridades alemãs ajudam nas negociações entre os dois países, mas o porta-voz do governo Thomas Steg afirmou que a responsabilidade da resolução da crise ficará à cargo da União Européia (UE). Duas empresas alemãs importadoras de gás russo, a Wintershall AG e a E. On Ruhrgas, divulgaram comunicados nesta segunda-feira afirmando esperar uma redução na quantidade de gás que chega pelos gasodutos da Ucrânia.
Na Áustria, a quantidade de gás natural que circula já diminuiu em um terço. A Gaz de France (GDF), empresa francesa de fornecimento do produto no país, informou nesta segunda-feira que a chegada do gás russo foi reduzida entre 25% e 30%.
Na Hungria, as provisões de gás natural russo --que chega a atingir 70% do consumo total do país-- caíram 40%, informou a empresa petrolífera húngara MOL. A Polônia também já sente a falta do produto.
Três dos maiores gasodutos europeus passam pelo território ucraniano, e a Gazprom provê um quarto do gás utilizado no continente europeu.
Há algumas semanas, a Gazprom quis aumentar o preço do gás enviado para o território ucraniano, que passaria a custar mais do que o quádruplo: o valor de mil metros cúbicos passaria de US$ 50 para um mínimo de US$ 220. O governo da Ucrânia rechaçou o pagamento dos novos valores, e a Rússia reduziu o bombeamento de gás natural ao país.
Roubo
Nesta segunda-feira, representantes da Gazprom voltaram a acusar a Ucrânia de roubar gás russo. De acordo com porta-vozes da empresa, o governo ucraniano teria roubado 100 milhões de metros cúbicos de gás que teria como destino a Europa, ontem.
O valor do gás russo roubado pela Ucrânia durante o dia (1°) é de mais de US$ 25 milhões, afirmou o vice-diretor da Gazprom nesta segunda-feira, Alexander Medvedev. Ele também informou que a empresa convidou 'observadores internacionais' de outras companhias, para monitorar a situação.
O ministro ucraniano de Combustível e Energia, Ivan Plachkov, negou as acusações.
"A Ucrânia está consumindo o gás necessário, que é destinado tanto para uso doméstico, como para armazenamento", disse ele.
Crise política
O governo da Ucrânia acusa o governo russo de tentar retaliar o novo governo do país, mais inclinado às relações diplomáticas com o Ocidente --mais notadamente os Estados Unidos-- do que com a Rússia. Em 2004, o candidato à Presidência do país apoiado pelo governo russo perdeu as eleições após acusações de fraudes eleitorais que envolviam mais de 1 milhão de votos.
Viktor Yushchenko --o líder da oposição, e que conduziu a Ucrânia para um movimento social que ficou conhecido como a "Revolução Laranja" foi eleito presidente do país, e tem cumprido seu programa de governo no que tange à integração com o Ocidente: atualmente, a Ucrânia é candidata a uma vaga na União Européia (UE) e também na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Os russos dizem que o aumento do preço no gás ocorre porque o país quer ajustar os preços do produto aos preços do mercado.
Com agências internacionais
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Países como Áustria, França Hungria e Polônia já sentem a diminuição da chegada do gás às empresas importadoras desses países.
Autoridades alemãs ajudam nas negociações entre os dois países, mas o porta-voz do governo Thomas Steg afirmou que a responsabilidade da resolução da crise ficará à cargo da União Européia (UE). Duas empresas alemãs importadoras de gás russo, a Wintershall AG e a E. On Ruhrgas, divulgaram comunicados nesta segunda-feira afirmando esperar uma redução na quantidade de gás que chega pelos gasodutos da Ucrânia.
Na Áustria, a quantidade de gás natural que circula já diminuiu em um terço. A Gaz de France (GDF), empresa francesa de fornecimento do produto no país, informou nesta segunda-feira que a chegada do gás russo foi reduzida entre 25% e 30%.
Na Hungria, as provisões de gás natural russo --que chega a atingir 70% do consumo total do país-- caíram 40%, informou a empresa petrolífera húngara MOL. A Polônia também já sente a falta do produto.
Três dos maiores gasodutos europeus passam pelo território ucraniano, e a Gazprom provê um quarto do gás utilizado no continente europeu.
Há algumas semanas, a Gazprom quis aumentar o preço do gás enviado para o território ucraniano, que passaria a custar mais do que o quádruplo: o valor de mil metros cúbicos passaria de US$ 50 para um mínimo de US$ 220. O governo da Ucrânia rechaçou o pagamento dos novos valores, e a Rússia reduziu o bombeamento de gás natural ao país.
Roubo
Nesta segunda-feira, representantes da Gazprom voltaram a acusar a Ucrânia de roubar gás russo. De acordo com porta-vozes da empresa, o governo ucraniano teria roubado 100 milhões de metros cúbicos de gás que teria como destino a Europa, ontem.
O valor do gás russo roubado pela Ucrânia durante o dia (1°) é de mais de US$ 25 milhões, afirmou o vice-diretor da Gazprom nesta segunda-feira, Alexander Medvedev. Ele também informou que a empresa convidou 'observadores internacionais' de outras companhias, para monitorar a situação.
O ministro ucraniano de Combustível e Energia, Ivan Plachkov, negou as acusações.
"A Ucrânia está consumindo o gás necessário, que é destinado tanto para uso doméstico, como para armazenamento", disse ele.
Crise política
O governo da Ucrânia acusa o governo russo de tentar retaliar o novo governo do país, mais inclinado às relações diplomáticas com o Ocidente --mais notadamente os Estados Unidos-- do que com a Rússia. Em 2004, o candidato à Presidência do país apoiado pelo governo russo perdeu as eleições após acusações de fraudes eleitorais que envolviam mais de 1 milhão de votos.
Viktor Yushchenko --o líder da oposição, e que conduziu a Ucrânia para um movimento social que ficou conhecido como a "Revolução Laranja" foi eleito presidente do país, e tem cumprido seu programa de governo no que tange à integração com o Ocidente: atualmente, a Ucrânia é candidata a uma vaga na União Européia (UE) e também na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
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Com agências internacionais
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