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25/01/2006 - 15h33

Eleições parlamentares palestinas terminam em Gaza e Cisjordânia

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da Folha Online

As seções eleitorais na Cisjordânia e na faixa de Gaza foram fechadas pontualmente nesta quarta-feira às 19h locais (15h em Brasília) após 12 horas de votações, informou a Comissão Eleitoral Central Palestina.

As forças de segurança fecharam os portões, mas os eleitores que ainda se encontravam dentro das seções poderão concluir as votações.

As urnas foram abertas às 7h (3h de Brasília) para que mais de 1,3 milhão de palestinos escolhessem os membros de um novo Parlamento, nas primeiras eleições legislativas em dez anos.

A maioria dos colégios eleitorais na Cisjordânia e em Gaza fechou na hora prevista por não ter havido incidentes que exigissem a prorrogação do tempo de votação.

Na cidade de Belém, o fechamento das seções eleitorais atrasou em duas horas devido ao muro de separação que prejudicou o acesso dos eleitores, enquanto em Jerusalém Oriental houve um adiamento de uma hora.

AP
Eleitor palestino deposita cédula em urna na Cisjordânia; seções foram fechadas às 19h locais
Os resultados oficiais devem ser divulgados amanhã, apesar de as primeiras estimativas serem esperadas para a noite desta quarta-feira, com pesquisas de boca-de-urna.

O índice de comparecimento era de 73% meia hora antes do fechamento dos colégios eleitorais, informou a comissão. A votação transcorreu num clima de calma em todas as regiões.

Disputa

Atualmente, o Conselho Nacional palestino conta com 88 cadeiras e é controlado pelo Fatah. No entanto, a lei eleitoral reformulada pelo presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, aumentou o número de deputados para 132.

O pleito pode significar o fim da hegemonia do partido Fatah (maior partido palestino, ligado ao presidente da ANP) e a entrada na política do movimento radical islâmico Hamas.

As eleições legislativas palestinas despertam grande interesse em Israel e na comunidade internacional, já que ocorrem em um momento de crise na segurança dos territórios palestinos.

A participação do Hamas --considerado um grupo terrorista pela Europa e pelos Estados Unidos-- também desperta o interesse internacional.

Tanto o Fatah quanto o Hamas dizem estar confiantes na vitória, enquanto as pesquisas apontavam uma disputa acirrada. Ambos os grupos afirmam que irão considerar a formação de uma coalizão caso não haja vitória clara.

Segurança

A votação acontece sob rígidas medidas de segurança. Cerca de 13 mil agentes estão a postos nos mais de mil colégios eleitorais, onde o porte de armas foi proibido. Além disso, houve a presença policial maciça nas ruas.

Desde segunda-feira (23), as forças de segurança --que votaram antecipadamente durante o final de semana-- estão em estado de alerta máximo.

Números

Segundo as últimas pesquisas, o Fatah ganharia as eleições com cerca de 41% dos votos, seguido pelo Hamas, que ficaria com 35%.

A entrada no Parlamento do movimento radical --que não reconhece a existência de Israel e defende a luta armada-- pode representar um obstáculo nas negociações pela paz na região e até mesmo um corte na ajuda financeira enviada pela UE (União Européia) aos palestinos

Abbas já afirmou que o Hamas deverá renunciar à violência se quiser fazer parte do governo palestino.

O principal candidato do Fatah é Marwan Barghuti, político carismático e muito popular que cumpre uma condenação a prisão perpétua em uma cadeia israelense. Diante da imagem de corrupção que permeia a velha guarda do Fatah, Barghuti faz parte de uma nova geração que representa a resistência do povo palestino.

"Estas eleições são o principal meio para conseguirmos a liberdade, a volta dos refugiados e a independência", afirmou o ativista em uma entrevista às redes de TV árabes Al Arabiya e Al Jazira.

Abbas

Após depositar seu voto na urna, em um posto eleitoral em Muqata, sede do governo palestino em Ramallah (Cisjordânia), o presidente da ANP, Mahmoud Abas, disse acreditar na manutenção da tranqüilidade.

Abbas disse ainda estar pronto para retomar as negociações de paz com Israel, mesmo que o Hamas passe a fazer parte de seu governo. "Somos parceiros dos israelenses. Eles têm o direito de escolher seus parceiros. Mas se procuram um parceiro palestino, este parceiro existe."

Eleito há um ano, Abbas continuará a liderar a ANP seja qual for o resultado das eleições desta quarta-feira. Mas o Parlamento palestino poderá incluir membros do Hamas, com quem Israel diz que não irá negociar, a não ser que o grupo abandone as armas.

Os primeiros resultados das pesquisas de boca-de-urna devem ser divulgados às 21h (17h de Brasília), duas horas após o fechamento dos postos eleitorais.

Com agências internacionais

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