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23/02/2006
-
16h32
da Folha Online
A onda de violência no Iraque desencadeada na manhã desta quarta-feira após um ataque a um santuário xiita já deixou mais de 130 morto no Iraque, dos quais ao menos 95 são vítimas de agressões entre sunitas e xiitas.
A polícia iraquiana encontrou nesta quinta-feira 47 corpos baleados em Nahrawan (20 km ao sul de Baquba), região povoada por sunitas e xiitas e que foi palco de confronto das duas facções nas últimas 24 horas.
As vítimas, com idades entre 20 e 50 anos, seriam trabalhadores de uma fábrica de tijolos. Todos vestiam roupas civis. Informações não-confirmadas dão conta que homens armados teriam tirado as vítimas dos veículos em que viajavam [supostamente três ônibus], matando-as a tiros em seguida. Depois os agressores teriam incendiado os carros.
Outros 48 mortos, também vítimas da sangrenta revolta que explodiu nas 24 horas após o ataque ao santuário xiita, foram contabilizados pelas autoridades iraquianas. Eles seriam sunitas que viviam dentro ou nas proximidades de enclaves xiitas, segundo o Ministério do Interior.
A onda de violência teve início na manhã desta quarta-feira quando uma explosão destruiu grande parte da cúpula do santuário de Al Askari, principal templo xiita na região de Samarra (125 km ao norte de Bagdá).
O santuário é um dos quatro maiores e mais importantes para os xiitas iraquianos, e tem significado especial porque dois dos 12 imãs reverenciados como figuras predominantes para os xiitas estão enterrados no local: Ali al Hadi, que morreu em 868 d.C., e seu filho e 11º imã, Hassan al Askari.
Nesta quinta-feira, milhares de xiitas saíram às ruas do Iraque pelo segundo dia consecutivo para protestar contra a explosão que destruiu a cúpula dourada da mesquita e deixou o resto do edifício em ruínas. Os protestos desta quinta-feira foram pacíficos, apesar de a maioria expressar fúria em suas fisionomias. O presidente George W. Bush disse que o objetivo da explosão à mesquita visa gerar "desordem civil".
Grupos sunitas denunciaram que mais de cem mesquitas desta facção religiosa foram incendiadas. Até o momento, o governo ainda não forneceu um número oficial.
A violência entre xiitas [que governam o país] e sunitas ocorre dois dias após sangrentos ataques terem causado a morte de mais de 50 civis xiitas, o que deixou a população indignada e expandiu o temor de que essa situação leve o país a uma guerra civil, além dos problemas já enfrentados com a rejeição à presença das tropas de ocupação lideradas pelo Estados Unidos.
Entre os mais de 130 mortos registrados no país [incluindo os 95 do conflito entre xiitas e sunitas] estão um repórter e dois câmeras do canal de televisão saudita "Al Arabiya", seqüestrados ontem perto de Samarra por um grupo de homens armados.
Os principais líderes políticos e religiosos pediram que os iraquianos se mantenham unidos, e advertiram que o ataque contra o templo xiita tinha como objetivo "incitar um conflito religioso no país".
Nesta quinta-feira, outras 16 pessoas morreram [entre elas oito soldados iraquianos] e 20 ficaram feridas na explosão de uma bomba na cidade de Baquba (60 km ao nordeste de Bagdá). De acordo com informações policiais, o explosivo, composto por várias bombas, estava escondido dentro de uma carroça parada em uma estrada nas proximidades de um mercado da cidade.
Outras 19 mortes foram registradas no país em ataques fora de Bagdá hoje.
Com agências internacionais
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A onda de violência no Iraque desencadeada na manhã desta quarta-feira após um ataque a um santuário xiita já deixou mais de 130 morto no Iraque, dos quais ao menos 95 são vítimas de agressões entre sunitas e xiitas.
A polícia iraquiana encontrou nesta quinta-feira 47 corpos baleados em Nahrawan (20 km ao sul de Baquba), região povoada por sunitas e xiitas e que foi palco de confronto das duas facções nas últimas 24 horas.
Reuters |
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Manifestantes protestam ao redor de santuário xiita atacado em Samarra, ao norte de Bagdá |
Outros 48 mortos, também vítimas da sangrenta revolta que explodiu nas 24 horas após o ataque ao santuário xiita, foram contabilizados pelas autoridades iraquianas. Eles seriam sunitas que viviam dentro ou nas proximidades de enclaves xiitas, segundo o Ministério do Interior.
A onda de violência teve início na manhã desta quarta-feira quando uma explosão destruiu grande parte da cúpula do santuário de Al Askari, principal templo xiita na região de Samarra (125 km ao norte de Bagdá).
O santuário é um dos quatro maiores e mais importantes para os xiitas iraquianos, e tem significado especial porque dois dos 12 imãs reverenciados como figuras predominantes para os xiitas estão enterrados no local: Ali al Hadi, que morreu em 868 d.C., e seu filho e 11º imã, Hassan al Askari.
Nesta quinta-feira, milhares de xiitas saíram às ruas do Iraque pelo segundo dia consecutivo para protestar contra a explosão que destruiu a cúpula dourada da mesquita e deixou o resto do edifício em ruínas. Os protestos desta quinta-feira foram pacíficos, apesar de a maioria expressar fúria em suas fisionomias. O presidente George W. Bush disse que o objetivo da explosão à mesquita visa gerar "desordem civil".
Grupos sunitas denunciaram que mais de cem mesquitas desta facção religiosa foram incendiadas. Até o momento, o governo ainda não forneceu um número oficial.
Reuters |
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Iraquianos identificam alguns dos corpos dos 47 manifestantes mortos em Baquba |
Entre os mais de 130 mortos registrados no país [incluindo os 95 do conflito entre xiitas e sunitas] estão um repórter e dois câmeras do canal de televisão saudita "Al Arabiya", seqüestrados ontem perto de Samarra por um grupo de homens armados.
Os principais líderes políticos e religiosos pediram que os iraquianos se mantenham unidos, e advertiram que o ataque contra o templo xiita tinha como objetivo "incitar um conflito religioso no país".
Nesta quinta-feira, outras 16 pessoas morreram [entre elas oito soldados iraquianos] e 20 ficaram feridas na explosão de uma bomba na cidade de Baquba (60 km ao nordeste de Bagdá). De acordo com informações policiais, o explosivo, composto por várias bombas, estava escondido dentro de uma carroça parada em uma estrada nas proximidades de um mercado da cidade.
Outras 19 mortes foram registradas no país em ataques fora de Bagdá hoje.
Com agências internacionais
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