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24/02/2006 - 08h46

Iraque estende toque de recolher para evitar novos ataques

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da Folha Online
da Efe, em Bagdá

O governo iraquiano decidiu estender o toque de recolher durante a manhã desta sexta-feira em Bagdá e em outras três Províncias do país para conter a onda de violência, cujo saldo de mortes ultrapassa 130 pessoas.

A extensão do toque de recolher na capital em nas Províncias de Diyala, Babil e Salaheddin foi decretada pelo menos até as 16h (10h em Brasília), o que em princípio significa que os fiéis não poderão assistir à reza das sextas-feiras nas mesquitas, informou o coronel da polícia Salam Khatab.

Inicialmente, o toque de recolher, que começou às 20h de ontem (14h de Brasília), teria vigência até as 6h (0h em Brasília), mas a prorrogação foi decidida para evitar as concentrações freqüentes em mesquitas nas sextas-feiras, o que pode aumentar a tensão.

Embora os números sejam confusos porque o governo não está oferecendo balanços totais, calcula-se em mais de 130 os mortos nas últimas 48 horas no país, depois que o ataque contra uma mesquita xiita em Samarra provocou uma onda de violência sectária entre xiitas e sunitas.

Segundo a agência Efe, o número ultrapassa a marca de 200 mortos, depois que mais de 80 corpos foram encontrados nesta sexta-feira. Em diferentes horas da noite, 45 corpos foram achados perto de Rasafa (ao leste do Tigre, em Bagdá), e outros 27 na parte oeste. Todos os cadáveres apresentavam marcas de tiros.

Os outros 11 corpos foram achados esta manhã em distintas zonas do sul e do sudoeste de Bagdá, seis deles em um estacionamento de carro em Huseiniya, segundo fontes policiais.

De acordo com o coronel Wisam Saad, todos os corpos pertencem a homens adultos e jovens, que apresentavam marcas de bala, e foram transferidos ao Hospital Al Adly, na capital.

Confrontos

Milícias xiitas entraram em choque com atiradores na área de Saidiya, no sul de Bagdá, nesta sexta-feira, complicando a situação das forças de segurança que tentam conter a violência com um toque de recolher, informaram fontes policiais.

De acordo com a polícia, os combates ocorreram entre homens armados, provavelmente da minoria sunita, e membros do Exército Mehdi, milícia do clérigo xiita Moqtada al Sadr.

Ainda não há notícias de feridos nos conflitos em Saidiya, que minou o toque de recolher anunciado pelo governo para conter os confrontos entre sunitas e xiitas no dia de orações dos muçulmanos.

Moradores da área disseram ter ouvido tiroteios intensos e freqüentes durante a madrugada. Os iraquianos estão em sua grande maioria mantendo-se longe das ruas da capital e das Províncias vizinhas.

Apesar disso, milhares de xiitas desconsideraram o toque de recolher para se reunir nas mesquitas de Sadr City, periferia pobre no leste de Bagdá, que reúne muitos simpatizantes de Al Sadr.

Apelo

O mais influente líder político xiita pediu pela união entre sunitas e xiitas e condenou a morte de iraquianos na onda de violência que pode levar o país a uma guerra civil.

Em um comunicado, Abdul Aziz al Hakim, líder do Supremo Conselho para a Revolução Islâmica no Iraque, afirmou que quem promoveu o ataque contra a mesquita em Samarra na quarta-feira (22) "não representa os sunitas no Iraque".

Al Hakim acusou os partidários do ex-ditador Saddam Hussein e os seguidores do líder da Al Qaeda no Iraque, Musab al Zarqawi. "Nós temos que nos unir para eliminá-los", afirmou.

Com agências internacionais

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