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25/02/2006 - 15h45

Iraque ameaça usar tanques e armas pesadas para conter violência

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da Folha Online

Lideranças políticas do Iraque se reuniram neste sábado para discutir formas de interromper a atual crise de violência que atinge o país.

O governo iraquiano impôs toque de recolher a várias regiões, inclusive à capital Bagdá, mas a ordem não conseguiu parar os ataques. Neste sábado, o Iraque anunciou que pretende colocar tanques nas ruas e usar armamento pesado para impedir que mais sangue seja derramado e evitar uma guerra civil.

Reuters
Soldados japoneses patrulham ruas no Iraque; 12 pessoas morreram neste sábado
Desde a última quarta-feira (22), muçulmanos xiitas e sunitas se enfrentam nas ruas do Iraque, em atos de vingança após a destruição de um santuário xiita em Samarra (125 km ao norte de Bagdá). Segundo o governo iraquiano, 140 pessoas morreram nos confrontos. Lideranças sunitas, porém, elevam esse número a 200.

O santuário Al Askari é um dos quatro maiores e mais importantes para os xiitas iraquianos, e tem significado especial porque dois dos 12 imãs reverenciados como figuras predominantes para os xiitas estão enterrados no local: Ali al Hadi, que morreu em 868 d.C., e seu filho e 11º imã, Hassan al Askari.

Reunião

As discussões deste sábado contaram com a presença do primeiro-ministro Ibrahim al Jaafari, do presidente Jalal Talabani (curdo), de lideranças sunitas e de grupos não-religiosos. Políticos sunitas, que suspenderam as conversas para a formação de um governo de coalizão no Iraque, também participaram do encontro, assim como o embaixador do Iraque nos EUA, Zalmay Khalilzad.

Al Jaafari prometeu reconstruir o santuário xiita de Al Askari, em Samarra, assim como todas as mesquitas sunitas danificadas desde o início dos confrontos.

Neste sábado, o presidente dos EUA, George W. Bush, conversou por telefone com vários líderes iraquianos, pedindo a eles que trabalhem em conjunto para pôr fim à violência e evitar uma guerra civil.

Bush também demonstrou seu apoio à formação de um governo de unidade, de acordo com informações de Frederick Jones, porta-voz do conselho de segurança da Casa Branca.

"Nós encorajamos a continuidade do trabalho em conjunto para demover as ações de violência, que visam semear discórdia no Iraque", disse Jones.

Ataques

Neste sábado, a polícia encontrou 12 corpos de uma mesma família mortos a tiros em Bagdá. Segundo informações de vizinhos, dos 12 mortos, nove eram xiitas e três sunitas [é freqüente o casamento entre muçulmanos xiitas e sunitas em regiões habitadas por membros das duas facções religiosas]. Ainda em Bagdá, outros 14 corpos de agentes nas imediações de uma mesquita sunita. Ao que tudo indica, as vítimas morreram durante
confronto contra um grupo de xiitas.

Reuters
Policiais vigiam ruas vazias em Bagdá; explosão de carro-bomba matou ao menos oito pessoas
O crime contra a família ocorreu na cidade de Baquba, 60 quilômetros ao nordeste de Bagdá, mesmo local onde nesta quinta-feira outras 16 pessoas morreram [entre elas oito soldados iraquianos] e 20 ficaram feridas na explosão de uma bomba.

Em Karbala, a explosão de um carro-bomba causou a morte de oito pessoas. Já em Bagdá, várias pessoas morreram quando participavam do funeral da jornalista Atuar Bahjat, da Al Arabyia, que morreu na última quinta-feira durante conflitos entre xiitas e sunitas. O cortejo de homenagem à jornalista virou um verdadeiro campo de batalha. Primeiro, homens armados atacaram a tiros o grupo que acompanhava o funeral. Após o enterro, um carro-bomba foi detonado no local. Entre as vítimas haveria muitos membros das forças de segurança iraquiana.

Também houve ataque contra a casa de Harith al Dari, líder da Associação dos Clérigos sunitas, que deixou feridos.

Com agências internacionais

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