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26/02/2006 - 14h21

Violência sectária deixa ao menos 23 mortos no Iraque

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da Folha Online

Explosões e ataques causados por desavenças entre sunitas e xiitas mataram 23 pessoas no Iraque neste domingo, em mais um dia de violência no país. Desde a última quarta-feira (22), mais de 200 pessoas morreram no país.

Os ataques acontecem enquanto as restrições são diminuem em Bagdá, após um toque de recolher que ficou em vigor por dois dias. Pedestres já podem andar pelas ruas do país, mas veículos ainda são barrados em muitas cidades.

Ao menos sete morteiros lançados na região de Dora, em Bagdá, mataram 15 pessoas e feriram outras 43, segundo a polícia. Um dos morteiros atingiu uma multidão em uma parte movimentada do distrito sunita. Dezenas de vítimas foram levadas ao Hospital Al Yarmouk, em Bagdá.

Outras cinco pessoas morreram em Hilla, cidade predominantemente xiita na Província de Babil, após a explosão de uma bomba em uma estação de ônibus lotada, segundo o capitão de polícia Muthana Khalid.

Em Madain, 20 km ao sudeste de Bagdá, a explosão de uma bomba perto de uma delegacia de polícia matou um policial e feriu outros dois.

Dois soldados americanos também morreram na manhã deste domingo, quando seu veículo foi atingido por uma bomba deixada na beira de uma estrada na região oeste de Bagdá, informou o Exército americano.

Toque de recolher

O toque de recolher --decretado na sexta-feira e prolongado por mais 24 horas no sábado-- visa conter os ataques que, segundo autoridades, já causaram mais de 200 mortes em quatro dias.

A onda de violência teve início na quarta-feira (22), quando uma explosão destruiu a cúpula de uma importante mesquita xiita em Samarra.

Restrições do tráfego foram adotadas nas Províncias de Diyala, Babil e Salahuddin --onde fica localizada a mesquita

Neste sábado, o Iraque anunciou que pretende colocar tanques nas ruas e usar armamento pesado para impedir que mais sangue seja derramado e evitar uma guerra civil.

Confrontos

Desde a última quarta-feira (22), muçulmanos xiitas e sunitas se enfrentam nas ruas do Iraque, em atos de vingança após a destruição de um santuário xiita em Samarra (125 km ao norte de Bagdá).

Segundo o governo iraquiano, 140 pessoas morreram nos confrontos. Lideranças sunitas, porém, elevam esse número a 200.

O santuário Al Askari é um dos quatro maiores e mais importantes para os xiitas iraquianos, e tem significado especial porque dois dos 12 imãs reverenciados como figuras predominantes para os xiitas estão enterrados no local: Ali al Hadi, que morreu em 868 d.C., e seu filho e 11º imã, Hassan al Askari.

Reunião

Líderes iraquianos se reuniram neste sábado para discutir a maneira de conter a violência no país. As discussões contaram com a presença do primeiro-ministro Ibrahim al Jaafari, do presidente Jalal Talabani (curdo), de lideranças sunitas e de grupos não-religiosos.

Políticos sunitas, que suspenderam as conversas para a formação de um governo de coalizão no Iraque, também participaram do encontro, assim como o embaixador do Iraque nos EUA, Zalmay Khalilzad.

Al Jaafari prometeu reconstruir o santuário xiita de Al Askari, em Samarra, assim como todas as mesquitas sunitas danificadas desde o início dos confrontos.

Na noite deste sábado, o presidente americano, George W. Bush, conversou por telefone com sete líderes de partidos políticos xiitas, sunitas e curdos, em uma tentativa de minimizar a crise instaurada após o ataque contra a mesquita em Samarra .

Bush encorajou os líderes políticos a trabalharem juntos para deter os esforços de "perpetrar a violência e a discórdia" entre as comunidades iraquianas, informou o porta-voz da Casa Branca Frederick Jones.

Com agências internacionais

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