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22/04/2006 - 15h15

Iraque escolhe primeiro-ministro e pede formação de gabinete

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da France Presse, em Bagdá

Depois de quatro meses de negociações, neste sábado, em menos de três horas, os líderes iraquianos entraram em acordo para escolher os principais cargos do país --presidente, primeiro-ministro e presidente do Parlamento-- e dotar-se de um novo governo.

O presidente Jalal Talabani foi reeleito e, por sua vez, pediu ao xiita Jawad al Maliki, do bloco majoritário no Parlamento eleito nas legislativas de quatro meses atrás, que componha o Executivo.

"Decidimos por unanimidade apontar o irmão Jawad al Maliki para ocupar a chefia do governo e pensamos que tem todas as qualidades necessárias para ser o chefe do Executivo", disse Talabani imediatamente depois de sua reeleição.

O anúncio põe fim, assim, a quatro meses de discussões e de equilibrismo político para ajustar os desejos e exigências dos diferentes grupos étnicos e confessionais de um Iraque onde a violência aumenta dia a dia.

Neste contexto, a secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, saudou como um "importante marco" os passos dados pelos líderes iraquianos rumo à formação de um governo, algo pelo qual tanto os EUA como o Reino Unido haviam pressionado com força.

Além do primeiro-ministro, Talabani anunciou os nomes dos dois vice-presidentes do país, o xiita Adel Abdel Mehdi e o sunita Tarek al Hachemi, também nomeados neste sábado, depois de ser designados pelos deputados reunidos em Bagdá.

Os parlamentares elegeram, ainda, o presidente da Assembléia, cargo que recaiu no sunita Mahmud Machhadani.

Agora, segundo a Constituição iraquiana, uma vez nomeado em seu cargo, o novo primeiro-ministro deve formar um governo no prazo de 30 dias.

A crise política iraquiana começou a se dissipar com o anúncio do atual primeiro-ministro, o xiita Ibrahim Jaafari, que renunciou à sua candidatura para se suceder a si mesmo, tal como pediam sunitas e curdos e cada vez mais vozes dentro de sua própria AUI (Aliança Unificada Iraquiana).

A AUI, que conta com 128 das 275 cadeiras do Parlamento, pôde eleger, assim, como novo candidato, o número dois do partido Dawa, Jawad al Maliki, contra quem não se opunham nem sunitas, bem curdos.

Os grupos parlamentares negociaram a eleição de Al Maliki para o cargo de primeiro-ministro e finalmente, neste sábado, a Assembléia pôde escolher o novo chefe do Executivo iraquiano na que foi a primeira sessão de sua legislatura.

O novo presidente do Parlamento, o sunita Machhadani, é médico de profissão e membro da Frente da Concórdia Nacional. Ele se apresentou como único candidato ao cargo e obteve 159 votos, superando a maioria simples de 138 votos necessária para ser eleito.

Em seguida, a câmara elegeu seus dois vice-presidentes: o xiita xeque Khaled Al Attiya, com 202 votos, e o curdo Aref Tayfour, com 159.

Al Attiya é um dirigente do poderoso Conselho Supremo da Revolução Islâmica do Iraque e o segundo é um dos líderes do Partido Democrático do Curdistão, de Massud Barzani, que preside a região autônoma curda no norte do Iraque.

O Parlamento elegeu, posteriormente, o Conselho da Presidência. O curdo Jalal Talabani foi reeleito como presidente, assim como um de seus vices, o xiita Adel Abdel Mehdi.

O segundo cargo de vice-presidente do país foi atribuído ao sunita Tarek al Hachemi, cuja candidatura havia sido contestada pelos xiitas.

Os três obtiveram 198 votos, ou seja, a maioria de dois terços necessária, e prestaram juramento sob os aplausos dos 266 deputados presentes na assembléia.

Ainda restam a eleger os dois vice-primeiros-ministros de um Iraque onde, neste sábado, quatro militares morreram na explosão de uma bomba na passagem de sua patrulha, no sul de Bagdá.

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