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29/04/2006
-
22h21
da Folha Online
da France Presse, em Lima
O Peru decidiu retirar imediatamente seu embaixador da Venezuela em razão da persistente e flagrante intromissão de Caracas em seus assuntos internos, em clara violação dos princípios e normas do direito internacional, segundo nota divulgada na noite deste sábado pelo governo peruano.
"Essa decisão é uma reação às reiteradas declarações do presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez Frías, sobre o processo eleitoral peruano e as de hoje sobre o senhor presidente da República, Alejandro Toledo", dizia o comunicado.
Após lamentar o ocorrido, a nota reafirmou seu respeito pelos históricos laços que ligam os povos irmãos de Peru e Venezuela. Esta é a segunda vez neste ano que o Peru retira seu embaixador Carlos Urrutia em protesto contra as afirmações de Chávez sobre as eleições peruanas.
O primeiro-ministro peruano Pedro Pablo Kuczynski havia declarado na manhã deste sábado que Lima estava avaliando a retirada de seu embaixador por causa dos insultos de Chávez ao presidente Toledo e ao candidato presidencial social democrata Alan García feitos na sexta-feira em Caracas. No entanto, "a retirada dos embaixadores é um paliativo e não solucionará o problema, porque tenho certeza que os atrevimentos e intempestividades se repetirão aconteça o que acontecer", declarou ele.
Tudo indica, segundo fontes governamentais, que o Peru poderá ir mais longe em sua decisão de janeiro, quando em situação semelhante convocou seu embaixador para consulta e depois o enviou discretamente de volta duas semanas depois.
As duras frases de Chávez sobre García e Toledo por terem assinado um tratado de livre comércio com os Estados Unidos tiveram várias repercussões no Peru. Os jornais peruanos estamparam em suas primeiras páginas caricaturas de Chávez com corpo de gorila e macaco com metralhadora.
O embaixador dos Estados Unidos no Peru, James Curtis Strubble, também se meteu no assunto, apoiando a decisão peruana de notificar o caso à missão de observação eleitoral da OEA (Organização dos Estados Americanos).
Além de ter chamado o ex-presidente García de "ladrão", Chávez se pronunciou mais uma vez a favor do candidato nacionalista Ollanta Humala. Em seguida, ameaçou retirar seu embaixador do país se García for eleito presidente. Humala preferiu manter-se distante, dizendo que a briga é entre Hugo Chávez e Alan García.
Por sua vez, o governo venezuelano considerou neste sábado que tem o "legítimo direito" de responder às "grosseiras agressões" contra o país, em comunicado oficial em resposta a uma nota de protesto emitida por Lima na sexta-feira. Caracas reiterou sua oposição de não intervenção nos assuntos internos do Peru, mas advertiu que se defenderá se o governo peruano tentar denunciá-lo na OEA por suposta ingerência em seus assuntos internos.
O segundo turno das eleições peruanas deve ocorrer entre 28 de maio e 4 de junho: Humala lidera com 30,63% das intenções de voto, seguido de García, que tem 24,32%, segundo as pesquisas.
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da France Presse, em Lima
O Peru decidiu retirar imediatamente seu embaixador da Venezuela em razão da persistente e flagrante intromissão de Caracas em seus assuntos internos, em clara violação dos princípios e normas do direito internacional, segundo nota divulgada na noite deste sábado pelo governo peruano.
"Essa decisão é uma reação às reiteradas declarações do presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez Frías, sobre o processo eleitoral peruano e as de hoje sobre o senhor presidente da República, Alejandro Toledo", dizia o comunicado.
Após lamentar o ocorrido, a nota reafirmou seu respeito pelos históricos laços que ligam os povos irmãos de Peru e Venezuela. Esta é a segunda vez neste ano que o Peru retira seu embaixador Carlos Urrutia em protesto contra as afirmações de Chávez sobre as eleições peruanas.
O primeiro-ministro peruano Pedro Pablo Kuczynski havia declarado na manhã deste sábado que Lima estava avaliando a retirada de seu embaixador por causa dos insultos de Chávez ao presidente Toledo e ao candidato presidencial social democrata Alan García feitos na sexta-feira em Caracas. No entanto, "a retirada dos embaixadores é um paliativo e não solucionará o problema, porque tenho certeza que os atrevimentos e intempestividades se repetirão aconteça o que acontecer", declarou ele.
Tudo indica, segundo fontes governamentais, que o Peru poderá ir mais longe em sua decisão de janeiro, quando em situação semelhante convocou seu embaixador para consulta e depois o enviou discretamente de volta duas semanas depois.
As duras frases de Chávez sobre García e Toledo por terem assinado um tratado de livre comércio com os Estados Unidos tiveram várias repercussões no Peru. Os jornais peruanos estamparam em suas primeiras páginas caricaturas de Chávez com corpo de gorila e macaco com metralhadora.
O embaixador dos Estados Unidos no Peru, James Curtis Strubble, também se meteu no assunto, apoiando a decisão peruana de notificar o caso à missão de observação eleitoral da OEA (Organização dos Estados Americanos).
Além de ter chamado o ex-presidente García de "ladrão", Chávez se pronunciou mais uma vez a favor do candidato nacionalista Ollanta Humala. Em seguida, ameaçou retirar seu embaixador do país se García for eleito presidente. Humala preferiu manter-se distante, dizendo que a briga é entre Hugo Chávez e Alan García.
Por sua vez, o governo venezuelano considerou neste sábado que tem o "legítimo direito" de responder às "grosseiras agressões" contra o país, em comunicado oficial em resposta a uma nota de protesto emitida por Lima na sexta-feira. Caracas reiterou sua oposição de não intervenção nos assuntos internos do Peru, mas advertiu que se defenderá se o governo peruano tentar denunciá-lo na OEA por suposta ingerência em seus assuntos internos.
O segundo turno das eleições peruanas deve ocorrer entre 28 de maio e 4 de junho: Humala lidera com 30,63% das intenções de voto, seguido de García, que tem 24,32%, segundo as pesquisas.
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