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30/05/2006 - 10h42

Presidente declara emergência e assume segurança no Timor Leste

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da Folha Online

O presidente do Timor Leste, Xanana Gusmão, declarou hoje estado de emergência nacional no país e assumiu poderes especiais que lhe concedem o controle sobre o Exército e a polícia.

Segundo Gusmão, a medida --adotada após dois dias de sessões do Conselho de Estado para buscar uma saída para a situação de violência e instabilidade que assola o país-- foi tomada em conjunto com o primeiro-ministro do país, Mari Alkatiri.

"As medidas de emergência anunciadas não impedirão que o presidente da República de declarar [futuramente] estado de sítio, de acordo com as normas constitucionais", disse Gusmão, que leu um comunicado e não respondeu a perguntas.

O estado de emergência nacional durará 30 dias. Gusmão voltou hoje a apelar aos grupos armados que entreguem as armas para permitir o restabelecimento da normalidade.

Desde a semana passada, ao menos 20 pessoas morreram, dezenas de casas e comércios foram queimados e milhares ficaram desabrigados na onda de violência no país.

Caos

Os distúrbios são os mais sérios desde que o Timor Leste se tornou independente da Indonésia, em 1999, em uma onda de violência que só teve fim com a chegada de uma missão de paz internacional liderada pela Austrália.

Após o fim dos 24 anos de ocupação indonésia, a ONU administrou o país pelos três anos seguintes. Em 2002, o Timor Leste tornou-se um Estado soberano.

Os mais recentes confrontos tiveram início em março último, quando cerca de 600 soldados --que representam 40% das forças armadas do país-- foram demitidos após entrarem em greve para protestar por melhores condições nas forças armadas.

Parte dos soldados deixou a capital e se estabeleceu nas montanhas da região, ameaçando iniciar uma guerrilha caso não fossem readmitidos no Exército. O caos que se instalou no Timor Leste fez com que o governo pedisse o auxílio de outros países.

Na semana passada, o Timor Leste pediu que o envio de tropas estrangeiras para ajudar a restabelecer a ordem, após vários dias de violência. Forças australianas, malaias, neozelandesas e portuguesas chegaram à capital na quinta-feira (25) para dar fim à violência.

Policiamento

Nas ruas de Dili, a polícia e o Exército se esforça para manter o controle. "Estamos patrulhando cada região da cidade", afirmou o tenente Mick Mumford. "Não podemos colocar um soldado em cada rua (...) mas podemos garantir que há homens nas ruas."

Segundo a Cruz Vermelha, mais de 40 mil pessoas foram desalojadas devido à violência e muitos já sofrem com a falta de alimentos.

"Não temos nada para comer há dois dias, senão frutas de árvores", afirmou Maria D'almeida, que mora em Dili e esperava pelos filhos. "Podemos comprar comida, mas onde?", questionou.

Com agências internacionais

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