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01/06/2006
-
08h10
da Efe, em Dili
da Folha Online
O presidente do Timor Leste, Xanana Gusmão, renovou seu apelo à reconciliação e à união nacional, em um dia em que devem ser anunciadas oficialmente as mudanças nos Ministérios da Defesa e do Interior.
"Vamos esquecer o que passou. É nossa obrigação perdoar e reconstruir nossa amada nação", disse Gusmão, em um discurso no quartel da polícia em Dili.
Gusmão assumiu, no início da semana, o controle do Exército e da polícia para deter o confronto entre as duas forças, que receberam a ordem de se recolher aos quartéis.
A nação está esperando o anúncio oficial de que o ministro de Relações Exteriores, José Ramos Horta, vai assumir a Defesa, no lugar de Roque Rodrigues, e que o vice-ministro do Interior, Alcino Baris, será promovido a ministro.
O objetivo das mudanças é acabar com a instabilidade e restabelecer a confiança no governo.
Os mais recentes confrontos tiveram início em março último, quando cerca de 600 soldados --que representam 40% das forças armadas do país-- foram demitidos após entrarem em greve para protestar por melhores condições nas forças armadas.
Caos
Os distúrbios são os mais sérios desde que o Timor Leste se tornou independente da Indonésia, em 1999, em uma onda de violência que só teve fim com a chegada de uma missão de paz internacional liderada pela Austrália.
Após o fim dos 24 anos de ocupação indonésia, a ONU administrou o país pelos três anos seguintes. Em 2002, o Timor Leste tornou-se um Estado soberano.
Na semana passada, o Timor Leste pediu que o envio de tropas estrangeiras para ajudar a restabelecer a ordem, após vários dias de violência. Forças australianas, malaias, neozelandesas e portuguesas chegaram à capital na quinta-feira (25) para dar fim à violência.
Comida
Nesta quinta-feira, milhares de pessoas voltaram a se concentrar nos armazéns governamentais de Dili para receber sacos de arroz. Cerca de 70 mil pessoas permanecem em acampamentos de refugiados devido à onda de violência.
Uma longa fila se formou em frente ao armazém de arroz do governo, no centro da cidade, onde cada família recebe um saco de 50 quilos.
A distribuição terminou sem incidentes e sob a supervisão das tropas australianas. Vários tanques se posicionaram nos arredores para evitar saques.
João Suarez, pai de família com cinco filhos, era um dos timorenses que aguardavam sua vez sob o sol que castiga a cidade.
"Com 50 quilos, fico tranqüilo por 15 dias. Depois eu volto", disse ele, que há poucos dias voltou das montanhas, onde estava refugiado há duas semanas para escapar da violência.
Suarez acrescentou que voltou a Dili esperando que a situação melhore.
Distúrbios
Nesta quarta-feira, houve incidentes na área do mercado, onde grupos rivais promoveram incêndios. Mas hoje a situação em Dili é mais calma, como ressaltou Gusmão durante sua visita a um campo de refugiados.
Na missão católica de Dom Bosco, na área do aeroporto, simpatizantes dos militares rebeldes queimaram hoje uma casa.
Dom Bosco é o maior centro de refugiados de Dili, com 13 mil pessoas --em sua maioria da capital-- que não se arriscam a voltar para suas casas.
Segundo o padre salesiano Antonio Pinto, a situação está se tornando crítica com o fim das reservas de arroz e a paralisia do mercado local. As principais estradas que ligam Dili às províncias estão cortadas, e os comerciantes indonésios e chineses deixaram o país.
"Se daqui a dois dias não chegarem mais mantimentos, entraremos em uma crise total", disse.
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da Folha Online
O presidente do Timor Leste, Xanana Gusmão, renovou seu apelo à reconciliação e à união nacional, em um dia em que devem ser anunciadas oficialmente as mudanças nos Ministérios da Defesa e do Interior.
"Vamos esquecer o que passou. É nossa obrigação perdoar e reconstruir nossa amada nação", disse Gusmão, em um discurso no quartel da polícia em Dili.
Gusmão assumiu, no início da semana, o controle do Exército e da polícia para deter o confronto entre as duas forças, que receberam a ordem de se recolher aos quartéis.
A nação está esperando o anúncio oficial de que o ministro de Relações Exteriores, José Ramos Horta, vai assumir a Defesa, no lugar de Roque Rodrigues, e que o vice-ministro do Interior, Alcino Baris, será promovido a ministro.
O objetivo das mudanças é acabar com a instabilidade e restabelecer a confiança no governo.
Os mais recentes confrontos tiveram início em março último, quando cerca de 600 soldados --que representam 40% das forças armadas do país-- foram demitidos após entrarem em greve para protestar por melhores condições nas forças armadas.
Caos
Os distúrbios são os mais sérios desde que o Timor Leste se tornou independente da Indonésia, em 1999, em uma onda de violência que só teve fim com a chegada de uma missão de paz internacional liderada pela Austrália.
Após o fim dos 24 anos de ocupação indonésia, a ONU administrou o país pelos três anos seguintes. Em 2002, o Timor Leste tornou-se um Estado soberano.
Na semana passada, o Timor Leste pediu que o envio de tropas estrangeiras para ajudar a restabelecer a ordem, após vários dias de violência. Forças australianas, malaias, neozelandesas e portuguesas chegaram à capital na quinta-feira (25) para dar fim à violência.
Comida
Nesta quinta-feira, milhares de pessoas voltaram a se concentrar nos armazéns governamentais de Dili para receber sacos de arroz. Cerca de 70 mil pessoas permanecem em acampamentos de refugiados devido à onda de violência.
Uma longa fila se formou em frente ao armazém de arroz do governo, no centro da cidade, onde cada família recebe um saco de 50 quilos.
A distribuição terminou sem incidentes e sob a supervisão das tropas australianas. Vários tanques se posicionaram nos arredores para evitar saques.
João Suarez, pai de família com cinco filhos, era um dos timorenses que aguardavam sua vez sob o sol que castiga a cidade.
"Com 50 quilos, fico tranqüilo por 15 dias. Depois eu volto", disse ele, que há poucos dias voltou das montanhas, onde estava refugiado há duas semanas para escapar da violência.
Suarez acrescentou que voltou a Dili esperando que a situação melhore.
Distúrbios
Nesta quarta-feira, houve incidentes na área do mercado, onde grupos rivais promoveram incêndios. Mas hoje a situação em Dili é mais calma, como ressaltou Gusmão durante sua visita a um campo de refugiados.
Na missão católica de Dom Bosco, na área do aeroporto, simpatizantes dos militares rebeldes queimaram hoje uma casa.
Dom Bosco é o maior centro de refugiados de Dili, com 13 mil pessoas --em sua maioria da capital-- que não se arriscam a voltar para suas casas.
Segundo o padre salesiano Antonio Pinto, a situação está se tornando crítica com o fim das reservas de arroz e a paralisia do mercado local. As principais estradas que ligam Dili às províncias estão cortadas, e os comerciantes indonésios e chineses deixaram o país.
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