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25/06/2006
-
09h39
GUILHERME GORGULHO
da Folha Online
As Nações Unidas discutem a partir desta segunda-feira (26), em Nova York, os avanços obtidos pelo programa da ONU para a erradicação do comércio ilegal de armas pequenas e de armamento leve, cinco anos após a sua adoção sob votação unânime dos Estados membros.
O encontro deve reunir na sede da ONU 2.000 representantes de governos, sociedade civil e organizações não-governamentais, entre elas o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que desenvolve ações freqüentes voltadas para questões humanitárias junto aos atores de conflitos ao redor do mundo.
O CICV apresentará na conferência das Nações Unidas algumas propostas concretas para diminuir o número de civis são vítimas do livre trânsito de armas, entre elas o controle maior de munições, a definição de regras internacionais claras sobre a proibição do comércio de armamento e o aprimoramento das legislações nacionais a respeito do tema.
"Ainda não se pode dizer que essas medidas adotadas há cinco anos, que esse espírito cooperativo, tenham redundado em uma diminuição do impacto humanitário das armas, e eu acho que a conferência tem esse papel de apontar o porquê desse 'gap' [lacuna, em inglês]", afirmou João Paulo Charleaux, representante do CICV no Brasil.
A conferência, que acontecerá entre 26 de junho e 7 de julho, será presidida pelo embaixador Prasad Kariyawasam, representante permanente do Sri Lanka nas Nações Unidas em Nova York.
Mais de 50 países endureceram suas legislações a fim de controlar o comércio de armas leves após a assinatura do acordo em 2001, entre eles Brasil, Argentina, Camboja, Alemanha, Nicarágua, África do Sul e Reino Unido, segundo dados da ONU.
De acordo com o Small Arms Survey, um instituto de pesquisas independente baseado em Genebra (Suíça), nos principais conflitos em curso no mundo, as armas leves são responsáveis por entre 60% e 90% das mortes diretas.
"Muitas vezes a gente vê o debate [das armas leves] ofuscado pelas armas de destruição em massa, nucleares, químicas ou biológicas. Mas, na verdade, agora, enquanto a gente conversa, a violação é cometida por pessoas que portam este tipo de arma, na questão da coação, do abuso sexual, do deslocamento forçado ou da execução extrajudicial", ressaltou Charleaux.
Números das Nações Unidas indicam que, na década de 1990, este tipo de armamento foi utilizado em 47 dos 49 principais conflitos armados do mundo, dando apoio para atividades como o crime organizado, o tráfico de drogas e a exploração ilegal de minerais preciosos.
"Uma mensagem muito forte é essa, de que o foco deste debate da conferência da ONU tem que estar sobre o impacto humanitário que estas armas provocam, armas que são negociadas de forma ilícita no mundo todo", opinou o porta-voz do CICV no Brasil.
Existem atualmente 639 milhões de armas de pequeno porte em circulação no mundo --quase uma para cada dez pessoas--, fabricadas por mais de mil companhias de cerca de cem países, segundo levantamento da ONG Intermón Oxfam.
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As Nações Unidas discutem a partir desta segunda-feira (26), em Nova York, os avanços obtidos pelo programa da ONU para a erradicação do comércio ilegal de armas pequenas e de armamento leve, cinco anos após a sua adoção sob votação unânime dos Estados membros.
O encontro deve reunir na sede da ONU 2.000 representantes de governos, sociedade civil e organizações não-governamentais, entre elas o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que desenvolve ações freqüentes voltadas para questões humanitárias junto aos atores de conflitos ao redor do mundo.
O CICV apresentará na conferência das Nações Unidas algumas propostas concretas para diminuir o número de civis são vítimas do livre trânsito de armas, entre elas o controle maior de munições, a definição de regras internacionais claras sobre a proibição do comércio de armamento e o aprimoramento das legislações nacionais a respeito do tema.
"Ainda não se pode dizer que essas medidas adotadas há cinco anos, que esse espírito cooperativo, tenham redundado em uma diminuição do impacto humanitário das armas, e eu acho que a conferência tem esse papel de apontar o porquê desse 'gap' [lacuna, em inglês]", afirmou João Paulo Charleaux, representante do CICV no Brasil.
A conferência, que acontecerá entre 26 de junho e 7 de julho, será presidida pelo embaixador Prasad Kariyawasam, representante permanente do Sri Lanka nas Nações Unidas em Nova York.
Mais de 50 países endureceram suas legislações a fim de controlar o comércio de armas leves após a assinatura do acordo em 2001, entre eles Brasil, Argentina, Camboja, Alemanha, Nicarágua, África do Sul e Reino Unido, segundo dados da ONU.
De acordo com o Small Arms Survey, um instituto de pesquisas independente baseado em Genebra (Suíça), nos principais conflitos em curso no mundo, as armas leves são responsáveis por entre 60% e 90% das mortes diretas.
"Muitas vezes a gente vê o debate [das armas leves] ofuscado pelas armas de destruição em massa, nucleares, químicas ou biológicas. Mas, na verdade, agora, enquanto a gente conversa, a violação é cometida por pessoas que portam este tipo de arma, na questão da coação, do abuso sexual, do deslocamento forçado ou da execução extrajudicial", ressaltou Charleaux.
Números das Nações Unidas indicam que, na década de 1990, este tipo de armamento foi utilizado em 47 dos 49 principais conflitos armados do mundo, dando apoio para atividades como o crime organizado, o tráfico de drogas e a exploração ilegal de minerais preciosos.
"Uma mensagem muito forte é essa, de que o foco deste debate da conferência da ONU tem que estar sobre o impacto humanitário que estas armas provocam, armas que são negociadas de forma ilícita no mundo todo", opinou o porta-voz do CICV no Brasil.
Existem atualmente 639 milhões de armas de pequeno porte em circulação no mundo --quase uma para cada dez pessoas--, fabricadas por mais de mil companhias de cerca de cem países, segundo levantamento da ONG Intermón Oxfam.
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