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09/07/2006 - 18h59

Esquerda mexicana tenta impugnar eleições presidenciais

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da Efe, no México

A equipe do candidato do Partido da Revolução Democrática (PRD) à Presidência do México, Andrés Manuel López Obrador, luta contra o tempo para entrar com um recurso pedindo a impugnação das eleições do país.

O prazo para a apresentação do recurso no Tribunal Eleitoral se encerra à meia-noite de hoje (2h de segunda-feira em Brasília), disse um dos líderes da coalizão, o advogado e senador eleito Arturo Núñez. "(A documentação) irá conter provas das múltiplas irregularidades registradas antes, durante e depois das eleições", afirmou Núñez.

Os trabalhos dos técnicos da equipe de López Obrador, do PRD são realizados em meio a uma crescente tensão pelas denúncias de fraude feitas no sábado pelo líder esquerdista, diante das mais de 100 mil pessoas reunidas na capital mexicana. O esquerdista pediu a seus seguidores que se mobilizem em todo o país, exigindo uma recontagem "voto por voto", defendendo a "transparência" do processo.

O Instituto Federal Eleitoral (IFE) declarou que Felipe Calderón, do governista Partido Ação Nacional (PAN), foi o vencedor das eleições, com uma vantagem de apenas 0,58 pontos percentuais (cerca de 243.900 votos) sobre López Obrador.

Núñez também defendeu as denúncias de López Obrador, dizendo que o processo eleitoral foi "infestado de irregularidades e fraudes". Calderón e os dirigentes do PAN garantem que a vitória é legítima e que as eleições foram limpas.

Segundo o senador eleito, a coalizão esquerdista também denunciará na justiça que o presidente mexicano, Vicente Fox --também do PAN--, interveio indevidamente no processo eleitoral, e que o partido governista desatou uma "guerra suja" contra López Obrador.

A oposição também se queixará de "irregularidades" em pelo menos 50 mil dos 300 mil colégios eleitorais, além da posterior apuração preliminar do IFE, destacou o dirigente.

O chefe da unidade de serviços de informática do IFE, René Miranda, disse hoje à imprensa que é tecnicamente "impossível" manipular a informação na apuração, e que o sistema do organismo é "preciso, confiável e inviolável".Miranda defendeu a "atuação transparente" do IFE antes, durante e depois das eleições, as mais acirradas da história moderna do México.

O presidente da Comissão Européia (CE), o português José Manuel Durão Barroso, também se pronunciou em Bruxelas. Ele se mostrou convencido da transparência das eleições mexicanas, e se disse confiante de que as instituições do país resolverão a impugnação de maneira "justa".

As denúncias de fraude e os apelos de López Obrador a seus seguidores esquentaram ainda mais o ambiente político em um polarizado México."Percebe-se um ambiente muito tenso. Esperamos que as instituições mexicanas resolvam devidamente esta situação para evitar episódios de violência e riscos à governabilidade", disse o analista Gabriel Gutiérrez, professor universitário de Ciências Políticas.

López Obrador convocou seus seguidores para uma manifestação nacional pela democracia, na próxima quarta-feira. Seus partidários devem sair de todas as partes do paísAlém disso, acusou Fox de ser um "traidor da democracia", supostamente por ter orquestrado as "múltiplas irregularidades" que, segundo ele, o teriam impedido de ganhar as eleições.

O Tribunal Eleitoral tem até o dia 31 de agosto para resolver as queixas, e até 6 de setembro para declarar o presidente eleito, que deve tomar posse em 1º de dezembro para um mandato de seis anos.

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