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12/07/2006
-
12h31
da Folha Online
Sete soldados israelenses foram mortos e outros dois seqüestrados nesta quarta-feira pelo Hizbollah [grupo terrorista libanês que recebe apoio sírio e iraniano]. Em resposta, tropas israelenses invadiram e atacaram o sul do Líbano após a ação, causando a morte de dois civis.
O Hizbollah é considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos. No Líbano, não é visto como uma entidade terrorista, mas como um grupo de resistência contra a invasão israelense ao país, em 1982. O grupo também é um dos principais partidos libaneses, realiza ações humanitárias e possui uma rede de escolas e hospitais.
Na ação, membros do grupo extremista atacaram dois veículos militares que patrulhavam a área da fronteira usando armas de fogo e explosivos. Em seguida, seqüestraram dois soldados e feriram outros que estavam nos veículos Hummer, matando três dos soldados.
A rede de TV libanesa Al Manar divulgou imagens de membros do Hizbollah exigindo que Israel liberte libaneses detidos em território israelense --principalmente o extremista Samir al Quntar.
Ele cumpre 542 anos de prisão e é acusado de um seqüestro ocorrido em 1979, no qual o israelense Danny Haran, 28, e sua filha de quatro anos foram mortos.
"Cumprindo sua promessa para libertar os prisioneiros [libaneses], a resistência islâmica capturou dois soldados israelenses na fronteira com os territórios palestinos ocupados", diz o grupo extremista libanês em um comunicado.
O anúncio afirma ainda que os reféns foram transferidos para "um local seguro", sem revelar o paradeiro e as condições dos dois soldados.
Resposta
O Exército israelense respondeu aos ataques com artilharia pesada e tanques. Soldados bloquearam ruas e pontes na região. Operações aéreas visam impedir que membros do Hizbollah deixem a área levando os reféns israelenses.
Segundo o Hizbollah, membros do grupo destruíram um tanque israelense que tentava atravessar a fronteira com o Líbano. Membros do Hizbollah também atacaram postos militares na região das fazendas de Chebaa, segundo fontes da segurança.
De acordo com fontes da segurança do Líbano, dois civis morreram e um soldado ficou ferido em um ataque aéreo israelense contra uma ponte na região costeira de Qasmiyeh.
Os confrontos tiveram início depois que dois foguetes foram lançados do sul do Líbano e caíram perto de Shlomi, 15 quilômetros ao leste da costa Mediterrânea.
O Exército também ordenou que as tropas destacadas na fronteira com o Líbano e com Gaza fiquem em alerta máximo devido ao risco de lançamento de foguetes Katyusha e Qassam.
"Preço"
Em resposta à violência, o premiê israelense Ehud Olmert afirmou que inimigos estão "testando" Israel, mas irão falhar em seus esforços e pagarão um "alto preço" por suas ações.
Olmert convocou uma reunião extraordinária de seu gabinete para esta quarta-feira, para discutir o incidente. "São dias difíceis para Israel e para seus cidadãos", afirmou o premiê.
"Há pessoas, no norte e no sul, que ameaçam a nossa estabilidade e tentam testar nossa determinação. Eles falharão e pagarão um alto preço por suas ações."
Segundo a mídia israelense, antes da reunião de gabinete, Olmert iria se reunir com autoridades militares e de segurança para estudar uma resposta à ação na fronteira com o Líbano.
O ministro israelense da Defesa, Amir Peretz, exigiu que o governo libanês aja imediatamente para resolver a crise e que o Líbano tem "responsabilidade direta" pelo destino dos soldados.
"O governo do Líbano é responsável pelo destino dos soldados israelenses e deve agir imediatamente para fazer com que eles retornem a Israel a salvo", disse o Ministério em um comunicado.
Síria
Nesta quarta-feira, o vice-presidente sírio, Farouk al Shara, disse que a ocupação israelense de diferentes áreas de outros países é a principal razão da atual crise na região e da escalada de violência nos territórios palestinos e no Líbano.
As palavras de Shara parecem uma resposta implícita ao primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, que declarou hoje que a "Síria demonstra a si mesma que é um Estado terrorista em sua natureza", horas depois do seqüestro de dois soldados israelenses realizado por membros do Hizbollah em ataque na fronteira do sul do Líbano.
O Hizbollah exigiu de Israel a libertação de todos os árabes detidos em prisões israelenses em troca da libertação dos militares capturados hoje.
EUA
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, condenou o seqüestro, dizendo que a ação "prejudica a estabilidade da região".
Ela pediu que a Síria "use sua influência para dar apoio a um desfecho positivo" e pediu que os dois lados repudiem o que qualificou de "ato de guerra" cometido pelo Líbano.
"A ação do Hizbollah mina a estabilidade da região e vai contra os interesses do povo israelense e libanês", afirmou Rice em um comunicado divulgado na França.
Apesar de condenar a ação, Rice alertou Israel --o principal aliado dos EUA no Oriente Médio-- para que não tenha uma reação exagerada. "Todos os lados devem agir para resolver este incidente pacificamente e proteger vidas inocentes de civis", disse Rice em um comunicado.
Com agências internacionais
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Sete soldados israelenses foram mortos e outros dois seqüestrados nesta quarta-feira pelo Hizbollah [grupo terrorista libanês que recebe apoio sírio e iraniano]. Em resposta, tropas israelenses invadiram e atacaram o sul do Líbano após a ação, causando a morte de dois civis.
O Hizbollah é considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos. No Líbano, não é visto como uma entidade terrorista, mas como um grupo de resistência contra a invasão israelense ao país, em 1982. O grupo também é um dos principais partidos libaneses, realiza ações humanitárias e possui uma rede de escolas e hospitais.
Na ação, membros do grupo extremista atacaram dois veículos militares que patrulhavam a área da fronteira usando armas de fogo e explosivos. Em seguida, seqüestraram dois soldados e feriram outros que estavam nos veículos Hummer, matando três dos soldados.
A rede de TV libanesa Al Manar divulgou imagens de membros do Hizbollah exigindo que Israel liberte libaneses detidos em território israelense --principalmente o extremista Samir al Quntar.
Ele cumpre 542 anos de prisão e é acusado de um seqüestro ocorrido em 1979, no qual o israelense Danny Haran, 28, e sua filha de quatro anos foram mortos.
"Cumprindo sua promessa para libertar os prisioneiros [libaneses], a resistência islâmica capturou dois soldados israelenses na fronteira com os territórios palestinos ocupados", diz o grupo extremista libanês em um comunicado.
O anúncio afirma ainda que os reféns foram transferidos para "um local seguro", sem revelar o paradeiro e as condições dos dois soldados.
Resposta
O Exército israelense respondeu aos ataques com artilharia pesada e tanques. Soldados bloquearam ruas e pontes na região. Operações aéreas visam impedir que membros do Hizbollah deixem a área levando os reféns israelenses.
Segundo o Hizbollah, membros do grupo destruíram um tanque israelense que tentava atravessar a fronteira com o Líbano. Membros do Hizbollah também atacaram postos militares na região das fazendas de Chebaa, segundo fontes da segurança.
De acordo com fontes da segurança do Líbano, dois civis morreram e um soldado ficou ferido em um ataque aéreo israelense contra uma ponte na região costeira de Qasmiyeh.
Os confrontos tiveram início depois que dois foguetes foram lançados do sul do Líbano e caíram perto de Shlomi, 15 quilômetros ao leste da costa Mediterrânea.
O Exército também ordenou que as tropas destacadas na fronteira com o Líbano e com Gaza fiquem em alerta máximo devido ao risco de lançamento de foguetes Katyusha e Qassam.
"Preço"
Em resposta à violência, o premiê israelense Ehud Olmert afirmou que inimigos estão "testando" Israel, mas irão falhar em seus esforços e pagarão um "alto preço" por suas ações.
Olmert convocou uma reunião extraordinária de seu gabinete para esta quarta-feira, para discutir o incidente. "São dias difíceis para Israel e para seus cidadãos", afirmou o premiê.
"Há pessoas, no norte e no sul, que ameaçam a nossa estabilidade e tentam testar nossa determinação. Eles falharão e pagarão um alto preço por suas ações."
Segundo a mídia israelense, antes da reunião de gabinete, Olmert iria se reunir com autoridades militares e de segurança para estudar uma resposta à ação na fronteira com o Líbano.
O ministro israelense da Defesa, Amir Peretz, exigiu que o governo libanês aja imediatamente para resolver a crise e que o Líbano tem "responsabilidade direta" pelo destino dos soldados.
"O governo do Líbano é responsável pelo destino dos soldados israelenses e deve agir imediatamente para fazer com que eles retornem a Israel a salvo", disse o Ministério em um comunicado.
Síria
Nesta quarta-feira, o vice-presidente sírio, Farouk al Shara, disse que a ocupação israelense de diferentes áreas de outros países é a principal razão da atual crise na região e da escalada de violência nos territórios palestinos e no Líbano.
As palavras de Shara parecem uma resposta implícita ao primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, que declarou hoje que a "Síria demonstra a si mesma que é um Estado terrorista em sua natureza", horas depois do seqüestro de dois soldados israelenses realizado por membros do Hizbollah em ataque na fronteira do sul do Líbano.
O Hizbollah exigiu de Israel a libertação de todos os árabes detidos em prisões israelenses em troca da libertação dos militares capturados hoje.
EUA
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, condenou o seqüestro, dizendo que a ação "prejudica a estabilidade da região".
Ela pediu que a Síria "use sua influência para dar apoio a um desfecho positivo" e pediu que os dois lados repudiem o que qualificou de "ato de guerra" cometido pelo Líbano.
"A ação do Hizbollah mina a estabilidade da região e vai contra os interesses do povo israelense e libanês", afirmou Rice em um comunicado divulgado na França.
Apesar de condenar a ação, Rice alertou Israel --o principal aliado dos EUA no Oriente Médio-- para que não tenha uma reação exagerada. "Todos os lados devem agir para resolver este incidente pacificamente e proteger vidas inocentes de civis", disse Rice em um comunicado.
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