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13/07/2006
-
11h51
DANIELA LORETO
da Folha Online
O casal de libaneses naturalizado brasileiro Akil Merhei e Ahlam Jabir e seus dois filhos nascidos no Brasil-- um menino de oito anos e uma menina de quatro-- morreram na noite desta quarta-feira em um ataque aéreo de Israel contra Srifa, no sul do Líbano.
A recente onda de violência entre Israel e Líbano, iniciada após a morte de oito soldados israelenses e o seqüestro de outros dois ontem, pelo grupo terrorista libanês Hizbollah, já deixou várias vítimas de ambos os lados: um morto e cem feridos em Israel contra 53 mortos e 103 feridos no Líbano.
Segundo o cônsul-geral do Brasil no Líbano, Michael Gepp, havia dez pessoas na casa onde o casal estava com as duas crianças no momento do ataque.
Gepp disse que o casal era libanês e se naturalizou brasileiro depois de morar em São Paulo por alguns anos, onde os dois filhos nasceram. Ele não soube informar em que período o casal viveu no Brasil, já que não há registro de sua passagem pelo país no consulado.
O cônsul informou ainda que as quatro vítimas possuíam dupla nacionalidade --brasileira e libanesa. Os restos mortais da família não serão repatriados e devem ser enterrados no Líbano.
Segundo Gepp, o Consulado brasileiro no Líbano tem recebido muitas ligações de brasileiros preocupados com a tensão crescente na região. "Muitos se preocupam com a forma como deixarão o país, já que o aeroporto internacional de Beirute foi atacado por Israel", diz.
No entanto, ele diz que o Consulado já toma providências para auxiliar aqueles que querem deixar o Líbano. "Se Deus quiser, não acontecerá nada a nenhum deles", diz.
De acordo com o Itamaraty, não houve pedido de assistência consular por parte de parentes dos quatro brasileiros mortos, mas o Ministério acompanha o caso.
Ataques
Israel intensificou a ofensiva na região nesta quinta-feira. Um bloqueio naval foi imposto e uma rede de TV ligada ao Hizbollah [grupo extremista islâmico libanês que recebe apoio sírio e iraniano] foi bombardeada.
Mísseis israelenses foram lançados contra o aeroporto internacional de Beirute, forçando seu fechamento e o desvio dos vôos para Chipre.
Foi a primeira vez desde a invasão israelense do Líbano, em 1982, que o aeroporto foi atingido por Israel. Em 1968, Israel explodiu 13 aviões de passageiros em Beirute, em retaliação ao ataque de militantes libaneses contra um avião israelense em Atenas.
Ontem, várias estradas e pontes da região foram bombardeadas. A crise teve início nesta quarta-feira, depois que o Hizbollah anunciou o seqüestro de dois soldados israelenses.
Em troca da libertação dos reféns, o grupo exige a libertação de prisioneiros detidos em Israel --entre eles o extremista Samir al Quntar, que cumpre 542 anos de prisão e é acusado de um seqüestro ocorrido em 1979, no qual o israelense Danny Haran, 28, e sua filha de quatro anos foram mortos. Autoridades israelenses rejeitaram a exigência.
Brasileiros
Em março deste ano, um ataque suicida na Cisjordânia causou a morte de quatro pessoas, entre elas a brasileira Helena Halevy, 59, [ou Illana Halevy, como era chamada em Israel] e seu marido, o israelense Rafi Halevy, 63. O casal morreu na explosão do veículo em viajavam após terem oferecido carona a um terrorista palestino disfarçado de judeu ortodoxo.
Em julho de 2005, Dana Galkovitz, 22, foi morta após ser atingida por um míssil palestino Qassam [de fabricação caseira]. Ela foi enterrada no cemitério de Bror Chail, no sul de Israel.
Em agosto de 2001, o brasileiro Giora (Jorge) Ballaz, 60, e outras 14 pessoas, morreram em um atentado suicida em um restaurante de Jerusalém. A ação foi reivindicada pelo grupo terrorista Hamas.
Com agências internacionais
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da Folha Online
O casal de libaneses naturalizado brasileiro Akil Merhei e Ahlam Jabir e seus dois filhos nascidos no Brasil-- um menino de oito anos e uma menina de quatro-- morreram na noite desta quarta-feira em um ataque aéreo de Israel contra Srifa, no sul do Líbano.
A recente onda de violência entre Israel e Líbano, iniciada após a morte de oito soldados israelenses e o seqüestro de outros dois ontem, pelo grupo terrorista libanês Hizbollah, já deixou várias vítimas de ambos os lados: um morto e cem feridos em Israel contra 53 mortos e 103 feridos no Líbano.
Segundo o cônsul-geral do Brasil no Líbano, Michael Gepp, havia dez pessoas na casa onde o casal estava com as duas crianças no momento do ataque.
Gepp disse que o casal era libanês e se naturalizou brasileiro depois de morar em São Paulo por alguns anos, onde os dois filhos nasceram. Ele não soube informar em que período o casal viveu no Brasil, já que não há registro de sua passagem pelo país no consulado.
O cônsul informou ainda que as quatro vítimas possuíam dupla nacionalidade --brasileira e libanesa. Os restos mortais da família não serão repatriados e devem ser enterrados no Líbano.
Segundo Gepp, o Consulado brasileiro no Líbano tem recebido muitas ligações de brasileiros preocupados com a tensão crescente na região. "Muitos se preocupam com a forma como deixarão o país, já que o aeroporto internacional de Beirute foi atacado por Israel", diz.
No entanto, ele diz que o Consulado já toma providências para auxiliar aqueles que querem deixar o Líbano. "Se Deus quiser, não acontecerá nada a nenhum deles", diz.
De acordo com o Itamaraty, não houve pedido de assistência consular por parte de parentes dos quatro brasileiros mortos, mas o Ministério acompanha o caso.
Ataques
Israel intensificou a ofensiva na região nesta quinta-feira. Um bloqueio naval foi imposto e uma rede de TV ligada ao Hizbollah [grupo extremista islâmico libanês que recebe apoio sírio e iraniano] foi bombardeada.
Mísseis israelenses foram lançados contra o aeroporto internacional de Beirute, forçando seu fechamento e o desvio dos vôos para Chipre.
Foi a primeira vez desde a invasão israelense do Líbano, em 1982, que o aeroporto foi atingido por Israel. Em 1968, Israel explodiu 13 aviões de passageiros em Beirute, em retaliação ao ataque de militantes libaneses contra um avião israelense em Atenas.
Ontem, várias estradas e pontes da região foram bombardeadas. A crise teve início nesta quarta-feira, depois que o Hizbollah anunciou o seqüestro de dois soldados israelenses.
Em troca da libertação dos reféns, o grupo exige a libertação de prisioneiros detidos em Israel --entre eles o extremista Samir al Quntar, que cumpre 542 anos de prisão e é acusado de um seqüestro ocorrido em 1979, no qual o israelense Danny Haran, 28, e sua filha de quatro anos foram mortos. Autoridades israelenses rejeitaram a exigência.
Brasileiros
Em março deste ano, um ataque suicida na Cisjordânia causou a morte de quatro pessoas, entre elas a brasileira Helena Halevy, 59, [ou Illana Halevy, como era chamada em Israel] e seu marido, o israelense Rafi Halevy, 63. O casal morreu na explosão do veículo em viajavam após terem oferecido carona a um terrorista palestino disfarçado de judeu ortodoxo.
Em julho de 2005, Dana Galkovitz, 22, foi morta após ser atingida por um míssil palestino Qassam [de fabricação caseira]. Ela foi enterrada no cemitério de Bror Chail, no sul de Israel.
Em agosto de 2001, o brasileiro Giora (Jorge) Ballaz, 60, e outras 14 pessoas, morreram em um atentado suicida em um restaurante de Jerusalém. A ação foi reivindicada pelo grupo terrorista Hamas.
Com agências internacionais
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