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25/07/2006 - 14h14

Após tomar cidade, Israel anuncia zona de segurança no Líbano

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da Folha Online

O Exército de Israel anunciou nesta terça-feira a criação de uma zona de segurança no sul do Líbano, que deverá ser controlada pelos israelenses até que tropas internacionais assumam o controle. Na manhã desta terça-feira, o Exército disser ter tomado a cidade de Bint Jbeil (sul do país), um dos principais redutos do grupo terrorista Hizbollah.

O anúncio foi feito pelo ministro israelense da Defesa, Amir Peretz, nesta terça-feira. A União Européia (UE) deve propor o destacamento das forças e um acordo de cessar-fogo para pressionar o Hizbollah a desarmar seus integrantes.

Mahmoud Tawil/AP
Libanês exibe bandeiras do Líbano (à dir.) e do Hizbollah em frente a prédio da ONU em Beirute

O chefe da diplomacia da UE, Javier Solana, deve propor amanhã, em uma conferência de ministros das Relações Exteriores em Roma, o destacamento de uma força conjunta da França, Alemanha e Espanha, com o auxílio da Turquia, da Holanda, Canadá e de países árabes.

A força de estabilização --que deve contar com 10 mil a 20 mil homens-- deve ser criada em 2 semanas depois que os países europeus a aprovarem, segundo fontes do governo de Israel.

Segundo Peretz, Israel deve manter controle sobre a zona de segurança e atirar em qualquer pessoa que a desrespeitar. "Não temos outra opção (...) Nós precisamos construir uma nova faixa de segurança, que auxiliará nossas forças até que as forças internacionais cheguem".

Fontes do governo israelense estimam que a zona teria entre 3 km a 4 km de extensão. Diplomatas ocidentais afirmaram que o tamanho pode ser maior, entre 5 km e 10 km.

Segundo fontes do governo, Israel pode manter a ofensiva contra o Hizbollah até o início do destacamento das forças internacionais na fronteira com o Líbano. A crise teve início em 12 de julho, depois que o Hizbollah matou oito soldados e seqüestrou outros dois em um posto de controle da região da fronteira.

O número de mortos desde o início do confronto, em 12 de julho, chega a 384 no Líbano --apenas 20 eram soldados e 11 eram membros do Hizbollah. Ao menos 600 mil libaneses tiveram que deixar suas casas. O número de mortos em Israel é de 36 --das quais 19 são soldados e 17 são civis mortos por foguetes do Hizbollah.

Foguetes

Segundo diplomatas ocidentais e analistas, a força internacional pode incluir infantaria, unidades blindadas e forças especiais treinadas para atuar em situações de crise.

Com a força --que deve contar com a ajuda do Exército libanês-- Israel e os Estados Unidos querem manter o Hizbollah a uma distância de ao menos 20 km da fronteira.

Nesta terça-feira, o grupo lançou ao menos 70 foguetes contra o norte de Israel, matando uma adolescente de 15 anos da cidade de Maghar e ferindo ao menos outras 23 pessoas. Em Haifa, os mísseis do Hizbollah deixaram ao menos cinco feridos --um deles em estado grave.

Um homem morreu em decorrência de um ataque cardíaco depois que um foguete atingiu sua casa. Um dos foguetes atingiu um ônibus em Haifa e um segundo caiu sobre um prédio de apartamentos, segundo a TV israelense. Outros dois foguetes caíram próximos de um hospital.

Foguetes também atingiram as cidades de Kiryat Shemona, Nahariya, Tiberias, Acre e Safed. Ao menos 18 civis israelenses já morreram em decorrência de foguetes do Hizbollah.

Cerco

Forças israelenses de infantaria e carros blindados cercaram nesta terça-feira a cidade de Bint Jbeil, no sul do Líbano, considerada bastião do grupo terrorista libanês Hizbollah na região.

Segundo fontes militares, as tropas cercaram a cidade, impuseram um toque de recolher e invadiram algumas casas da região. No entanto, de acordo com o Exército de Israel, os enfrentamentos entre tropas israelenses e membros do grupo continuam na região.

Dois soldados morreram e 14 ficaram feridos na ação --Lotan Slavin, 21, e Kobi Smileg, 20. De acordo com o Exército de Israel, o Hizbollah perdeu ao menos dez membros durante o combate.

Kai Pfaffenbach/Reuters
Israelenses exibem bandeiras do Líbano e do Hizbollah (à dir.) após ações no sul do Líbano
Bint Jbeil é considerada um bastião do Hizbollah. Um dia depois que Israel deu fim à ocupação do sul do Líbano, em 2000, o líder do grupo, Hassan Nasrallah, realizou a primeira celebração em Bint Jbeil. Grande parte dos 200 mil moradores da cidade deixaram a região. Segundo a Cruz Vermelha, os poucos que permaneceram estão abrigados em escolas ou mesquitas.

A cidade fica a 2 km de Maroun al-Ras, outro bastião do Hizbollah. Durante o final de semana, tropas israelenses tentaram ocupar Maroun al Ras, que fica a 500 metros da fronteira.

Ataques aéreos

Aviões israelenses atacaram 15 locais de lançamento de foguetes na cidade de Tiro, ao nordeste do Líbano, nesta terça-feira, além de outros alvos do Hizbollah --como veículos, depósitos e de armas e cerca de 18 prédios utilizados como sedes do grupo xiita.

Casas do sul do Líbano também foram atingidas pela força aérea de Israel, matando sete pessoas e ferindo uma, segundo fontes da segurança libanesa.

Um míssil destruiu uma casa na cidade de Nabatiyeh, matando o dono, sua mulher e seus cinco filhos. Não ficou imediatamente claro porque aviões israelenses alvejaram a casa.

Visita

Ontem, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, iniciou visita à região e apresentou propostas ao Líbano e a Israel com o objetivo de pôr fim ao conflito, mas sustentou que um cessar-fogo somente poderá ser alcançado como parte de um plano mais amplo.

Durante a visita a Beirute --cidade atacada diariamente pela artilharia israelense desde o início da escalada, há duas semanas--, Rice manifestou sua simpatia ao governo do Líbano, mas deu poucos sinais de que uma trégua imediata possa ser obtida.

Logo após a chegada, Rice se reuniu com o primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora. Rice se reuniu nesta manhã com o premiê de Israel, Ehud Olmert, e com o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, para discutir a crise no Oriente Médio.

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