Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
25/07/2006 - 19h08

Ataque de Israel mata quatro membros de força da ONU no Líbano

Publicidade

da Folha Online

Quatro membros das forças de observação das Nações Unidas no Líbano morreram nesta terça-feira em um bombardeio israelense contra uma base no sul libanês, informou uma autoridade da ONU (Organização das Nações Unidas).

O ataque atingiu em cheio o posto ao norte da linha azul (delimitada pela ONU para confirmar a retirada israelense), que separa Israel do Líbano, afirmou a fonte da ONU, que pediu para não ter seu nome divulgado.

O embaixador dos Estados Unidos na ONU, John Bolton, disse que o Conselho de Segurança havia sido informado que quatro integrantes das Forças Interinas das Nações Unidas no Líbano (Unifil, na sigla em inglês) haviam sido mortos, mas não deu mais informações.

"Nós obviamente lamentamos este fato; estamos tentando obter mais informações que possam confirmar as circunstâncias do incidente", declarou Bolton.

Um porta-voz da ONU confirmou que um ataque aéreo de Israel destruiu nesta terça-feira uma base das forças de observação das Nações Unidas no sul do Líbano.

"Uma bomba atingiu em cheio o prédio e o abrigo na base do grupo de observação das Nações Unidas no Líbano na área de Khiam", afirmou Milos Strugar, porta-voz da Unifil.

"Há feridos entre os observadores. A Unifil enviou uma equipe de resgate, que está no local, mas ainda não conseguiu retirar os escombros", disse Strugar.

Strugar se recusou a explicar se havia algum morto no ataque, mas as primeiras informações dão conta de que todo o prédio teria desabado, enquanto os observadores da ONU estavam no abrigo inferior.

Fontes da segurança libanesas afirmaram que ao menos quatro observadores das Nações Unidas foram mortos no bombardeio.

"Houve outros 14 incidentes de disparos provenientes do lado israelense perto desta posição durante a tarde, e os disparos continuaram durante a operação de resgate", disse o representante da Unifil.

Em Jerusalém, uma porta-voz militar israelense disse que o Exército estava investigando as informações.

Em Roma, o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, se recusou a fazer um comentário imediato sobre o bombardeio. "Nós estamos tentando obter mais detalhes", declarou Annan.

Um tanque de Israel atacou uma base da Unifil no sul do Líbano nesta segunda-feira, deixando quatro soldados de Gana feridos. Estilhaços de bombas de tanques israelenses feriram gravemente um soldado indiano na semana passada, e o grupo terrorista Hizbollah feriu um observador italiano em um ataque na fronteira entre o Líbano e Israel no domingo (23).

Em 1996, durante uma campanha militar de Israel no Líbano, um avião israelense bombardeou um complexo da Unifil na vila de Qana (sul), matando 106 civis que se abrigavam em seu interior.

A Unifil foi criada em 1978, depois da maior invasão de Israel ao sul do Líbano, e se manteve na região desde então. As Nações Unidas já se manifestaram pela criação de uma força internacional maior e mais equipada para atuar na área.

Prorrogação

Nesta segunda-feira, Kofi Annan pediu ao Conselho de Segurança que o mandato da missão postada nesta região seja prorrogado por mais um mês, enquanto não houver uma decisão sobre a atuação diante do conflito no sul do Líbano.

A informação consta no último relatório sobre a Unifil, cujo objetivo era a manutenção da paz na fronteira com Israel e que deve ter sua ação reavaliada após os últimos acontecimentos.

"As hostilidades entre o Hizbollah [grupo terrorista libanês] e Israel desde o dia 12 de julho alteraram radicalmente o contexto no qual a Unifil realiza suas operações", afirmou Annan, para quem "as circunstâncias atuais não permitem uma força de manutenção da paz".

No relatório, Annan questiona como a "força pode cumprir o mandato que o Conselho de Segurança lhe conferiu em 1978" numa situação em que sofre "restrições para as atividades mais essenciais".

O secretário-geral da ONU reconheceu que, nos últimos anos, a Unifil cumpriu sua missão satisfatoriamente, pois velou pelo cessar-fogo, evitou a escalada da violência e levou "ajuda humanitária à população local na região de operações".

"No entanto, agora, com tiroteios constantes na Linha Azul, onde estradas, pontes e outras obras essenciais de infra-estrutura foram destruídas e a liberdade de circulação é prejudicada, a Unifil não pode retomar sua incumbência", afirmou.

"Para que possa retomar suas tarefas, é essencial que cessem as hostilidades", declarou o secretário-geral.

Após o final do mandato da Unifil, em 31 de julho, e mesmo após o governo libanês ter pedido a renovação por mais seis meses, Annan optou por pedir ao Conselho de Segurança que se estenda por apenas um mês.

"Hoje, em uma situação na qual não parece viável o retorno ao 'status quo' anterior, e com o objetivo de que o Conselho de Segurança tenha o tempo necessário para examinar todas as opções possíveis quanto a futuras regras no sul do Líbano, recomendo que prorrogue o mandato por um mês", afirmou Annan.

Nos últimos dias, o secretário-geral tem se mostrado a favor de que a Unifil seja substituída por uma força multinacional de estabilização, devido à gravidade do conflito entre Israel e o Hizbollah.

Em 30 de junho, a Unifil era integrada por 1.990 soldados, procedentes da China, da França, de Gana, da Índia, da Itália e da Polônia.

Independente da decisão do Conselho sobre o futuro da missão, Annan advertiu publicamente em seu relatório sobre a "grave insuficiência" financeira que a Unifil atravessa, uma vez que os países-membros devem US$ 71 milhões em contas que não foram pagas.

Com agências internacionais

Leia mais
  • Após tomar cidade, Israel anuncia zona de segurança no Líbano
  • Veja cronologia dos confrontos

    Especial
  • Leia mais sobre a Guerra no Oriente Médio
  • Veja fotos da atual onda de violência entre Israel e Líbano
  • Leia o que já foi publicado sobre a crise entre Israel e Líbano
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página