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31/07/2006
-
13h28
da Folha Online
A Síria concordou em fornecer gasolina de sua reserva estratégica ao Líbano para compensar a falta do combustível provocada por um bloqueio naval israelense, afirmou nesta segunda-feira Nasri al Khoury, secretário-geral do Alto Conselho Sírio Libanês.
"Um acordo inicial foi feito", afirmou, acrescentando que a "Síria não tem excedente de gasolina, portanto o suprimento sairá de suas reservas".
Segundo Khoury, uma delegação do Ministério do Petróleo libanês visitou a Síria na semana passada para coordenar as provisões. Ele se recusou a informar se o combustível seria transportado pela fronteira.
O Líbano, que não tem refinarias de petróleo em funcionamento há décadas, depende de importações marítimas de gasolina e outros combustíveis.
Israel bloqueou os portos do Líbano pouco depois de iniciar seus recentes ataques ao país. A atual onda de violência teve início no último dia 12, quando membros do grupo terrorista libanês Hizbollah seqüestraram dois soldados israelenses. A ação deixou ainda outros oito soldados e dois membros do grupo libanês mortos. O Hizbollah quer trocar os dois soldados por libaneses presos em Israel, mas o governo israelense se nega a fazer a troca.
A violência entre Israel e Hizbollah já deixou cerca de 500 mortos no Líbano [a maioria civis, além de sete brasileiros] e 50 mortos em Israel [19 civis].
Relações internacionais
Segundo analistas, uma solução duradoura para o conflito entre Israel e o Hizbollah pode ser considerada inviável sem o apoio da Síria, país que exerce uma influência considerável no Líbano através do partido xiita.
Damasco tem intenções de colaborar com uma eventual trégua entre as partes beligerantes a fim de deixar marcado seu peso no Líbano, país do qual retirou suas tropas em abril de 2005, segundo o analista americano Joshua Landis.
"A Síria foi expulsa do Líbano pelos Estados Unidos. A fim de preservar sua influência no país, apoiou o Hizbollah", disse Landis à agência de notícias France Presse.
"Se tomar parte de uma trégua, a Síria preencherá, de alguma forma, o vazio de seu próprio peso diplomático", acrescentou.
Recentemente, Estados Unidos e reino Unido advertiram Damasco de "um risco de confronto crescente" se rejeitar ter um papel construtivo no Oriente Médio. Hoje, o presidente norte-americano, George W. Bush, afirmou que a "Síria deve encerrar seu apoio ao terror e respeitar a soberania do Líbano".
O ministro sírio das Relações Exteriores, Walid al Muallem, tentou acalmar os ânimos em declarações recentes: "Estamos dispostos a intervir para desempenhar um papel positivo. Pedimos aos Estados Unidos que pressionem Israel para que aceite um cessar-fogo e a troca de prisioneiros".
História
Segundo os especialistas, o isolamento de Damasco só pode prejudicar a região, principalmente se a comunidade internacional decidir por uma mobilização militar estrangeira no Líbano sem sua aprovação.
Em 23 de outubro de 1983, um ano depois do desembarque das forças internacionais de Beirute, em plena invasão israelense, vários atentados suicidas, atribuídos ao Hizbollah, mataram 241 marines e 58 militares franceses.
Agora, mesmo antes de uma resolução da ONU (Organização das Nações Unidas) para uma mobilização militar, Damasco já se refere a uma "força de ocupação" e ao reforço da "agressividade da resistência".
Segundo Landis, o envio de forças estrangeiras sem a aprovação do Hizbollah e, portanto, de Damasco, seria "uma loucura".
"Elas serão atacadas com a mesma determinação que o Hizbollah demonstrou ao agredir as forças americanas, francesas e israelenses que tentaram reorganizar o Líbano sem o consentimento de [ex-presidente sírio] Hafez al Assad", afirmou.
Com agências internacionais
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Síria anuncia que fornecerá gasolina ao Líbano
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A Síria concordou em fornecer gasolina de sua reserva estratégica ao Líbano para compensar a falta do combustível provocada por um bloqueio naval israelense, afirmou nesta segunda-feira Nasri al Khoury, secretário-geral do Alto Conselho Sírio Libanês.
"Um acordo inicial foi feito", afirmou, acrescentando que a "Síria não tem excedente de gasolina, portanto o suprimento sairá de suas reservas".
Segundo Khoury, uma delegação do Ministério do Petróleo libanês visitou a Síria na semana passada para coordenar as provisões. Ele se recusou a informar se o combustível seria transportado pela fronteira.
O Líbano, que não tem refinarias de petróleo em funcionamento há décadas, depende de importações marítimas de gasolina e outros combustíveis.
Israel bloqueou os portos do Líbano pouco depois de iniciar seus recentes ataques ao país. A atual onda de violência teve início no último dia 12, quando membros do grupo terrorista libanês Hizbollah seqüestraram dois soldados israelenses. A ação deixou ainda outros oito soldados e dois membros do grupo libanês mortos. O Hizbollah quer trocar os dois soldados por libaneses presos em Israel, mas o governo israelense se nega a fazer a troca.
A violência entre Israel e Hizbollah já deixou cerca de 500 mortos no Líbano [a maioria civis, além de sete brasileiros] e 50 mortos em Israel [19 civis].
Relações internacionais
Segundo analistas, uma solução duradoura para o conflito entre Israel e o Hizbollah pode ser considerada inviável sem o apoio da Síria, país que exerce uma influência considerável no Líbano através do partido xiita.
Damasco tem intenções de colaborar com uma eventual trégua entre as partes beligerantes a fim de deixar marcado seu peso no Líbano, país do qual retirou suas tropas em abril de 2005, segundo o analista americano Joshua Landis.
"A Síria foi expulsa do Líbano pelos Estados Unidos. A fim de preservar sua influência no país, apoiou o Hizbollah", disse Landis à agência de notícias France Presse.
"Se tomar parte de uma trégua, a Síria preencherá, de alguma forma, o vazio de seu próprio peso diplomático", acrescentou.
Recentemente, Estados Unidos e reino Unido advertiram Damasco de "um risco de confronto crescente" se rejeitar ter um papel construtivo no Oriente Médio. Hoje, o presidente norte-americano, George W. Bush, afirmou que a "Síria deve encerrar seu apoio ao terror e respeitar a soberania do Líbano".
O ministro sírio das Relações Exteriores, Walid al Muallem, tentou acalmar os ânimos em declarações recentes: "Estamos dispostos a intervir para desempenhar um papel positivo. Pedimos aos Estados Unidos que pressionem Israel para que aceite um cessar-fogo e a troca de prisioneiros".
História
Segundo os especialistas, o isolamento de Damasco só pode prejudicar a região, principalmente se a comunidade internacional decidir por uma mobilização militar estrangeira no Líbano sem sua aprovação.
Em 23 de outubro de 1983, um ano depois do desembarque das forças internacionais de Beirute, em plena invasão israelense, vários atentados suicidas, atribuídos ao Hizbollah, mataram 241 marines e 58 militares franceses.
Agora, mesmo antes de uma resolução da ONU (Organização das Nações Unidas) para uma mobilização militar, Damasco já se refere a uma "força de ocupação" e ao reforço da "agressividade da resistência".
Segundo Landis, o envio de forças estrangeiras sem a aprovação do Hizbollah e, portanto, de Damasco, seria "uma loucura".
"Elas serão atacadas com a mesma determinação que o Hizbollah demonstrou ao agredir as forças americanas, francesas e israelenses que tentaram reorganizar o Líbano sem o consentimento de [ex-presidente sírio] Hafez al Assad", afirmou.
Com agências internacionais
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