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04/08/2006 - 08h38

Israel ignora ameaça do Hizbollah, bombardeia Beirute e mata mais 10 civis

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da Folha Online

Israel voltou a lançar pesados bombardeios contra bairros no sul de Beirute (Líbano) nesta sexta-feira, apesar de o grupo terrorista Hizbollah ter advertido ontem que a continuidade das ações israelenses levaria a um ataque contra Tel Aviv, maior cidade de Israel, que fica a cerca de 130 km da fronteira.

Aviões de Israel também atacaram o norte da capital Beirute, destruindo quatro pontes essenciais para fuga à Síria. Com isso, Israel visa minar as possibilidades de movimentação dos membros do Hizbollah e impedir seus lançamentos de foguetes, mas também prejudica civis que têm cada vez menos alternativas para escapar da zona de bombardeio.

Desde o início da madrugada desta sexta-feira, Israel lançou cem ataques contra posições do Hizbollah no Líbano, 24 bombas caíram em solo libanês em menos de uma hora. Ao menos dez civis morreram.

Ontem, cerca de 160 foguetes do Hizbollah mataram 12 pessoas [oito civis] e deixaram 37 feridos em Israel.

Jacob Silberberg/AP
Homem desmaia em enterro de vítimas de ataque do Hizbollah ao norte de Israel
Também ontem, o líder do Hizbollah, xeque Hassan Nasrallah, ameaçou atacar Tel Aviv se Israel mantivesse sua ofensiva contra o Líbano, e sinalizou com um possível cessar-fogo caso fossem interrompidas as ações contra cidades libanesas --muitas delas totalmente destruídas e sem condições de abrigar centenas de milhares de civis que fogem de uma cidade para outra a fim de tentar escapar da violência.

Apesar das ameaças do Hizbollah, Israel não dá sinais de que pretende interromper os ataques antes de conquistar seu objetivo: destruir por completo a infra-estrutura do Hizbollah, impor um "zona de segurança" na fronteira e entregar o controle da região a tropas internacionais.

A atual crise de violência teve início após o seqüestro de dois soldados israelenses levado a cabo pelo Hizbollah, no último dia 12. A ação deixou ainda oito soldados e dois membros do Hizbollah mortos.

Após 23 dias de combates e cerca de mil mortos [900 deles no Líbano] Israel ainda não conseguiu barrar os ataques do Hizbollah, cujos foguetes alcançam distâncias cada vez maiores. Há dois dias, um deles voou por mais de 70 km, caindo em região próxima à Cisjordânia.

Hussein Malla/AP
Cruz Vermelha resgata corpo de homem morto em ataque à ponte de Halat, sul do Líbano


Nesta sexta-feira, sirenes de alerta contra foguetes foram disparadas em Acre, Carmiel e Zichron, cidades no norte do país. Há registro de ao menos 20 foguetes lançados pelo Hizbollah e de um civil morto.

Combate

Difíceis combates por terra foram registrados no sul do Líbano nesta sexta-feira, deixando dez membros do Hizbollah e cinco soldados israelenses mortos. Israel tenta expandir cada vez mais sua penetração em território libanês --avançando dos 6 km já invadidos para 15 km-- a fim de evitar o lançamento de foguetes contra o norte de seu território.

As tropas israelenses já teriam o controle de cerca de 20 cidades e aldeias no sul do Líbano, mas os cerca de 10 mil soldados de Israel enfrentam fortes combates contra os membros do Hizbollah, que atacam os carros blindados com foguetes antitanque e abrem fogo contra os soldados.

Ontem, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, defendeu um cessar-fogo, mas voltou a desferir duros comentários contra Israel, pregando sua destruição. "O verdadeiro remédio para o conflito [no Líbano] é a eliminação do regime sionista", disse, na Malásia, onde participa de encontros da Conferência Islâmica.

O Hizbollah, que recebe apoio sírio e iraniano, não é visto no Líbano como uma entidade terrorista, mas como um grupo de resistência contra a invasão israelense ao país, em 1982, que só terminou em 2000, 18 anos mais tarde. O grupo foi o único a não se desarmar após a guerra civil do Líbano (1975-1991), e freqüentemente lança foguetes contra Israel.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, retirou seu embaixador de Israel nesta sexta-feira, como forma de condenar o que chamou de "massacre" contra libaneses e palestinos. Chávez, que esteve no Irã e na Rússia na semana passada, também condenou a ação dos Estados Unidos, que até agora impediu que o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aja imediatamente em prol do fim dos conflitos.

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