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12/08/2006 - 14h13

Israel declara que atingiu rio Litani e matou 500 do Hizbollah

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da Folha Online

Algumas forças israelenses chegaram neste sábado ao rio Litani, no sul do Líbano, como parte da investida ampliada contra o grupo terrorista libanês Hizbollah. O Exército israelense declarou ainda que 500 membros do Hizbollah foram mortos na operação.

O Litani, situado a cerca de 20 km da fronteira entre Israel e Líbano, é a linha à qual o Hizbollah deve retirar-se de acordo com uma resolução de cessar-fogo aprovada nesta sexta-feira pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Segundo as autoridades militares, o território entre o Litani e a fronteira é usado pelos milicianos para disparar seus mísseis e foguetes contra a população do norte de Israel.

"Algumas forças atingiram a linha do Litani", informou o general Udi Adam, chefe do comando do norte, à rádio militar israelense.

Adam disse que a operação deixou ao menos 500 mortos do lado do Hizbollah.

"Conseguimos matar 500-550 militantes. Então isso ajuda na ofensiva, definitivamente". Segundo o Hizbollah, algumas dezenas de combatentes foram mortos.

Pouco antes, a polícia libanesa afirmou que as forças israelenses tomaram uma colina estratégica próxima ao rio Litani, depois de duros combates com o Hizbollah.

As unidades israelenses ocuparam o povoado de Ghanduriyé, 20 km ao leste de Tiro e 12 km a oeste da fronteira israelense-libanesa.

Mais cedo, o Hizbollah confirmou ter enfrentado o Exército israelense perto do rio. O grupo afirmou ter destruído pelo menos quatro tanques de Israel e negou ter perdido o controle da região.

Cessar-fogo

O Hizbollah afirmou neste sábado que se "compromete a interromper todos os atos hostis" com Israel uma vez que tenha sido negociada uma data por parte das Nações Unidas.

Israel espera poder instaurar um cessar-fogo no domingo ou na segunda-feira (14), segundo autoridade governamental citada pelo jornal "Haaretz". A decisão dependeria de debates no gabinete israelense (que se reúne neste domingo) e na ONU (Organização das Nações Unidas).

O Canal 2 da televisão israelense informa que a expectativa é de que o cessar-fogo comece a vigorar na segunda-feira (14), às 7h (2h de Brasília). A informação ainda não foi confirmada e segue uma declaração anterior do chefe do Estado-maior israelense, general Dan Halutz, que afirmou que a ofensiva expandida israelense por terra deve continuar por uma semana antes de uma trégua.

O anúncio do Hizbollah foi feito pelo chefe do movimento, Hassan Nasrallah, em discurso difundido pela rede de TV Al Manar.

Após algumas horas da aprovação na ONU da resolução, que pede um cessar-fogo no conflito entre o Exército israelense e o Hizbollah, o primeiro-ministro do Líbano, Fouad Siniora, afirmou neste sábado que a proposta satisfaz os interesses de seu país.

Apesar da aprovação da resolução, os combates continuam. Israel leva a cabo uma ampliação de sua ofensiva no sul do Líbano --segundo o chefe do Estado-maior israelense, general Dan Halutz, Israel triplicou o número de seus militares em ação-- e o Hizbollah segue lançando foguetes contra o norte de Israel --20 deles já teriam sido lançados hoje. O conflito, iniciado no dia 12 de julho, já dura um mês.

Pelo menos 19 libaneses morreram e 30 soldados israelenses ficaram feridos nos combates deste sábado.

Siniora afirmou que seu gabinete aprovará o plano ainda hoje. "Esta resolução prova que o mundo inteiro ficou ao lado do Líbano", disse.

O Conselho de Segurança (CS) da ONU aprovou por unanimidade nesta sexta-feira uma resolução que pede o fim dos confrontos entre Israel e o Hizbollah e a retirada das tropas israelenses do Líbano.

A escalada de violência entre o Exército de Israel e o Hizbollah começou quando o grupo terrorista seqüestrou dois soldados israelenses, em ação que deixou ainda oito soldados israelenses e dois membros do Hizbollah mortos. Desde então, forças israelenses atacam o Líbano por terra, ar e mar, deixando inúmeras cidades libanesas destruídas, sem luz, água e telefone. Em resposta, o Hizbollah lança foguetes: mais de 3.000 já atingiram o norte de Israel.

Ao menos 1.061 pessoas morreram no Líbano, a maioria civis --sendo 30% deles crianças com menos de 12 anos. No lado israelense, as baixas somam 124-- entre soldados e civis, incluindo mulheres e crianças.

A ONU não fixou a data para a entrada em vigor da resolução. Antes, o texto deve ser aprovado pelos governos dos dois países.

ONU

A resolução aprovada ontem autoriza o envio de 15 mil soldados de uma força de paz das Nações Unidas. Esta aprovação pelo CS é a primeira ação significativa adotada pelo organismo para tentar pôr fim à guerra no Oriente Médio.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmou que centenas de milhões de pessoas em todo o mundo compartilhavam da sua frustração pelo fato de o CS ter demorado tanto tempo para agir. A inércia do órgão máximo da ONU "abalou extremamente a confiança do mundo sobre sua autoridade e integridade", criticou Annan.

A resolução, adotada por 15 a 0, exige a "completa suspensão das hostilidades", determinando que o Hizbollah interrompa imediatamente todos os ataques e que Israel pare com "todas operações ofensivas".

Assim que os confrontos cheguem ao fim, Israel deve empreender uma retirada em etapas do Líbano, à medida que o Exército libanês e uma força de paz ampliada da ONU --com 15 mil soldados-- avancem na área sob o domínio do Hizbollah no sul do Líbano.

Ofensiva

O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, aceitou os termos da resolução que prevê um cessar-fogo no Líbano, mas dará continuidade à ofensiva contra o grupo terrorista Hizbollah até que o gabinete israelense aprove a trégua, informaram nesta sexta-feira autoridades israelenses.

Olmert, o ministro da Defesa Amir Peretz e a ministra de Relações Exteriores Tzipi Livni concordaram com os pontos do projeto de resolução apresentado no Conselho de Segurança da ONU, de acordo com fontes do governo citadas, sob a condição de anonimato, por agências de notícias.

Gideon Meir, alta autoridade da chancelaria israelense, declarou que Olmert vai discutir com seu gabinete os termos do acordo em sua próxima reunião, neste domingo (13).

A nova invasão reforçou o contingente de 6.500 soldados que já estavam no sul do Líbano, operando numa faixa territorial de seis a oito quilômetros ao longo da fronteira.

A ofensiva israelense começou pouco antes de o Conselho de Segurança da ONU aprovar a resolução para o cessar-fogo. As tropas pretendem desmontar a infra-estrutura de combate do Hizbollah, o que pode levar várias semanas.

Com agências internacionais

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