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15/08/2006
-
08h05
da Folha Online
Após 24 horas de cessar-fogo entre o Exército de Israel e o grupo terrorista libanês Hizbollah, as forças israelenses começaram nesta terça-feira a se retirar do sul do Líbano.
Ao mesmo tempo, o Líbano está sob forte pressão internacional para mover seu Exército para os territórios do sul do país onde atua o Hizbollah --um dos pontos-chave da resolução 1701 da ONU (Organização das Nações Unidas) que determinou a trégua ao conflito de 34 dias.
Nesta terça-feira, o Hizbollah lançou quatro bombas contra tropas israelenses no sul do Líbano, segundo informou um porta-voz militar de Israel. Não houve vítimas. O grupo lançou nesta segunda-feira dez foguetes no sul do Líbano, mas nenhum deles cruzou a fronteira até Israel. Também ontem, seis membros do Hizbollah foram mortos por forças israelenses.
O ministro da Defesa do Líbano, Elias Murr, afirmou que 15 mil soldados libaneses devem estar do lado norte do rio Litani [situado a cerca de 20 km da fronteira entre Israel e Líbano] até o final desta semana. Mas eles ainda têm que cruzar o rio e tentar impor-se sobre as forças do Hizbollah pela primeira vez em anos.
Em Jerusalém, autoridades militares israelenses afirmaram que planejam começar a entregar algumas posições capturadas e esperam completar a retirada do Líbano na semana que vem.
No primeiro dia de trégua, o governo israelense prometeu perseguir o Hizbollah, ao mesmo tempo em que o grupo comemorou "vitória" contra o Exército de Israel. O conflito causou cerca de 1.200 mortes [cerca de mil no Líbano e uma média de 200 em Israel], deixou cerca de 1 milhão de deslocados e bilhões de dólares em prejuízos.
Conflito
Apesar do cessar-fogo, o fim dos ataques deve ser gradual, e Israel só retirará seus soldados [cerca de 10 mil] após os 15 mil soldados libaneses --apoiados por uma força multinacional-- assumirem o controle da região. Essa substituição de controle de tropas também faz parte do acordo, e visa afastar o Hizbollah do sul do Líbano e interromper os ataques de foguetes e mísseis contra o norte de Israel.
Desde o início dos confrontos, em 12 de julho, quando dois soldados israelenses foram seqüestrados pelo Hizbollah --a ação deixou ainda oito soldados israelenses e dois membros do Hizbollah mortos--, Israel vem castigando o território libanês por terra, ar e mar. O Hizbollah também lançou mais de 4.000 foguetes contra o norte de Israel.
O resultado da violência é alarmante. Cidades inteiras no Líbano foram destruídas e cerca de 1 milhão de pessoas tiveram de deixar suas casas. A fim de barrar a movimentação do Hizbollah, Israel destruiu grande parte da infra-estrutura do país, e teve como alvo pontes e estradas que davam acesso à Síria --único local para onde os civis podiam fugir antes de se chegar a locais seguros, como a Turquia.
Desarmamento
Murr disse na noite desta segunda-feira que o papel do Exército libanês não é o de desarmar o Hizbollah, mas afirmou que quando ocupar o sul do Líbano, apenas o Exército terá armas naquela região.
"O Exército não vai estacionar no sul do Líbano para desarmar o Hizbollah, algo que Israel não conseguiu", declarou Murr ao canal de televisão LBC.
O papel do Exército libanês "é o de garantir a segurança da resistência e dos cidadãos, proteger a vitória da resistência", disse Murr, em referência à Resistência Islâmica, o braço armado do Hizbollah.
"Mas posso garantir: a resistência dará a máxima cooperação nesta área e quando o Exército chegar, não haverá mais armas ou presença armada" na zona ocupada pelas tropas libanesas ou pela Força Interina das Nações Unidas (Finul).
Murr acrescventou que a questão das armas do grupo libanês é de competência da Conferência do Diálogo Nacional.
A Conferência, que reúne desde 2 de março os 14 principais dirigentes muçulmanos e cristãos libaneses, analisa a questão do desarmamento do Hizbollah.
A resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU prevê o desarmamento do Hizbollah após a ocupação do Exército libanês do sul do país, até a fronteira com Israel, mas o grupo rejeita um desarmamento imediato.
Segundo Murr, o Hizbollah provou em sua confrontação com Israel que "tem uma política defensiva, uma política de dissuasão do inimigo israelense, e que é capaz de aplicar isto".
"Devemos tirar proveito desta experiência", concluiu.
O líder do grupo extremista, Hassan Nasrallah, declarou que, apesar do acordo para o cessar-fogo, o Hizbollah não vai se desarmar, pois é a única força capaz de defender o Líbano.
Com agências internacionais
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Após 24 horas de trégua, Israel inicia retirada e Líbano move tropas
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Após 24 horas de cessar-fogo entre o Exército de Israel e o grupo terrorista libanês Hizbollah, as forças israelenses começaram nesta terça-feira a se retirar do sul do Líbano.
Ao mesmo tempo, o Líbano está sob forte pressão internacional para mover seu Exército para os territórios do sul do país onde atua o Hizbollah --um dos pontos-chave da resolução 1701 da ONU (Organização das Nações Unidas) que determinou a trégua ao conflito de 34 dias.
Nesta terça-feira, o Hizbollah lançou quatro bombas contra tropas israelenses no sul do Líbano, segundo informou um porta-voz militar de Israel. Não houve vítimas. O grupo lançou nesta segunda-feira dez foguetes no sul do Líbano, mas nenhum deles cruzou a fronteira até Israel. Também ontem, seis membros do Hizbollah foram mortos por forças israelenses.
O ministro da Defesa do Líbano, Elias Murr, afirmou que 15 mil soldados libaneses devem estar do lado norte do rio Litani [situado a cerca de 20 km da fronteira entre Israel e Líbano] até o final desta semana. Mas eles ainda têm que cruzar o rio e tentar impor-se sobre as forças do Hizbollah pela primeira vez em anos.
Em Jerusalém, autoridades militares israelenses afirmaram que planejam começar a entregar algumas posições capturadas e esperam completar a retirada do Líbano na semana que vem.
No primeiro dia de trégua, o governo israelense prometeu perseguir o Hizbollah, ao mesmo tempo em que o grupo comemorou "vitória" contra o Exército de Israel. O conflito causou cerca de 1.200 mortes [cerca de mil no Líbano e uma média de 200 em Israel], deixou cerca de 1 milhão de deslocados e bilhões de dólares em prejuízos.
Conflito
Apesar do cessar-fogo, o fim dos ataques deve ser gradual, e Israel só retirará seus soldados [cerca de 10 mil] após os 15 mil soldados libaneses --apoiados por uma força multinacional-- assumirem o controle da região. Essa substituição de controle de tropas também faz parte do acordo, e visa afastar o Hizbollah do sul do Líbano e interromper os ataques de foguetes e mísseis contra o norte de Israel.
Desde o início dos confrontos, em 12 de julho, quando dois soldados israelenses foram seqüestrados pelo Hizbollah --a ação deixou ainda oito soldados israelenses e dois membros do Hizbollah mortos--, Israel vem castigando o território libanês por terra, ar e mar. O Hizbollah também lançou mais de 4.000 foguetes contra o norte de Israel.
O resultado da violência é alarmante. Cidades inteiras no Líbano foram destruídas e cerca de 1 milhão de pessoas tiveram de deixar suas casas. A fim de barrar a movimentação do Hizbollah, Israel destruiu grande parte da infra-estrutura do país, e teve como alvo pontes e estradas que davam acesso à Síria --único local para onde os civis podiam fugir antes de se chegar a locais seguros, como a Turquia.
Desarmamento
Murr disse na noite desta segunda-feira que o papel do Exército libanês não é o de desarmar o Hizbollah, mas afirmou que quando ocupar o sul do Líbano, apenas o Exército terá armas naquela região.
"O Exército não vai estacionar no sul do Líbano para desarmar o Hizbollah, algo que Israel não conseguiu", declarou Murr ao canal de televisão LBC.
O papel do Exército libanês "é o de garantir a segurança da resistência e dos cidadãos, proteger a vitória da resistência", disse Murr, em referência à Resistência Islâmica, o braço armado do Hizbollah.
"Mas posso garantir: a resistência dará a máxima cooperação nesta área e quando o Exército chegar, não haverá mais armas ou presença armada" na zona ocupada pelas tropas libanesas ou pela Força Interina das Nações Unidas (Finul).
Murr acrescventou que a questão das armas do grupo libanês é de competência da Conferência do Diálogo Nacional.
A Conferência, que reúne desde 2 de março os 14 principais dirigentes muçulmanos e cristãos libaneses, analisa a questão do desarmamento do Hizbollah.
A resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU prevê o desarmamento do Hizbollah após a ocupação do Exército libanês do sul do país, até a fronteira com Israel, mas o grupo rejeita um desarmamento imediato.
Segundo Murr, o Hizbollah provou em sua confrontação com Israel que "tem uma política defensiva, uma política de dissuasão do inimigo israelense, e que é capaz de aplicar isto".
"Devemos tirar proveito desta experiência", concluiu.
O líder do grupo extremista, Hassan Nasrallah, declarou que, apesar do acordo para o cessar-fogo, o Hizbollah não vai se desarmar, pois é a única força capaz de defender o Líbano.
Com agências internacionais
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