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16/08/2006
-
02h25
da Efe, em Washington
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou que o cessar-fogo no Líbano foi uma derrota para o grupo extremista Hizbollah, mas analistas norte-americanos ouvidos pela agência Efe discordam.
O secretário de Estado adjunto do presidente Bush, David Welch, desqualificou nesta terça-feira (15) como "bravatas vergonhosas" as afirmações da Síria e do Irã, de que os membros do Hizbollah venceram Israel.
Mas os especialistas em Oriente Médio nos EUA, quando não falam diretamente de uma vitória do Hizbollah, afirmam que ainda é cedo para declarar vencedores e vencidos.
David Newton, do Instituto do Oriente Médio, com sede em Washington, resumiu: "Militarmente, Israel causou mais danos que o Hizbollah. Mas, psicologicamente, está claro que o Hizbollah obteve um triunfo, resistindo ao Exército mais poderoso da região".
"Se você perguntar aos membros do Hizbollah, eles dirão que ganharam a guerra. Não acho que muitos israelenses acreditem realmente que seu país venceu", acrescentou Newton.
Para Muqtedar Khan, analista no Oriente Médio do prestigioso Instituto Brookings, o vencedor na disputa, além do Hizbollah e de Israel, foi o Irã.
Os analistas vêem uma clara influência do Irã sobre a disputa. Ainda mais depois de seu presidente, Mahmoud Ahmadinejad, anunciar que o grupo extremista libanês venceu o conflito.
O Irã, diz Khan, demonstrou que sua influência na região é maior que a dos EUA. O conflito mostrou ainda a mudança nas relações de poder no Oriente Médio, com uma liderança cada vez maior do ramo xiita do Islã.
"Apesar das baixas e dos prejuízos, o Hizbollah e os xiitas estão crescendo politicamente no Líbano, porque foram os primeiros a iniciar os planos de reconstrução no país", acrescentou Khan.
Mesmo em centros estratégicos próximos ao Partido Republicano, como a Fundação Heritage, a vitória apregoada por Bush é questionada.
"Nesta crise aprendemos que o Irã e a Síria são forças desestabilizadoras da região, que contribuem para gerar um sentimento de insegurança internacional", disse à Efe Ariel Cohen, da Fundação Heritage.
No entanto, "ainda é cedo" para anunciar a derrota do Hizbollah, que "valorizou sua imagem, mas mostrou que é uma marionete de outros países", segundo Cohen.
A resolução 1.701 da ONU, que decretou o cessar-fogo no Líbano, é vista com mais ceticismo que esperança pelos analistas. Pela resolução, o governo libanês terá que posicionar o seu Exército no sul do Líbano, em coordenação com uma força multinacional, e Israel deve retirar as suas tropas.
Para Cohen, se o Hizbollah não for desarmado, haverá um novo conflito bélico "não em seis anos, mas em seis meses".
Khan tem a mesma opinião. Ele pergunta se existe alguma resolução da ONU que já tenha adiantado na região. "Quem vai desarmar o Hizbollah? Os franceses? Não creio", diz.
O analista prevê conseqüências desastrosas para os republicanos nas eleições legislativas de novembro, a menos que se desvinculem da política externa de Bush.
Porém, tanto democratas quanto republicanos apoiaram abertamente a Israel no conflito. Portanto, segundo outros analistas, os dois partidos deverão evitar o assunto na campanha.
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Hizbollah não foi derrotado, dizem analistas americanos
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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou que o cessar-fogo no Líbano foi uma derrota para o grupo extremista Hizbollah, mas analistas norte-americanos ouvidos pela agência Efe discordam.
O secretário de Estado adjunto do presidente Bush, David Welch, desqualificou nesta terça-feira (15) como "bravatas vergonhosas" as afirmações da Síria e do Irã, de que os membros do Hizbollah venceram Israel.
Mas os especialistas em Oriente Médio nos EUA, quando não falam diretamente de uma vitória do Hizbollah, afirmam que ainda é cedo para declarar vencedores e vencidos.
David Newton, do Instituto do Oriente Médio, com sede em Washington, resumiu: "Militarmente, Israel causou mais danos que o Hizbollah. Mas, psicologicamente, está claro que o Hizbollah obteve um triunfo, resistindo ao Exército mais poderoso da região".
"Se você perguntar aos membros do Hizbollah, eles dirão que ganharam a guerra. Não acho que muitos israelenses acreditem realmente que seu país venceu", acrescentou Newton.
Para Muqtedar Khan, analista no Oriente Médio do prestigioso Instituto Brookings, o vencedor na disputa, além do Hizbollah e de Israel, foi o Irã.
Os analistas vêem uma clara influência do Irã sobre a disputa. Ainda mais depois de seu presidente, Mahmoud Ahmadinejad, anunciar que o grupo extremista libanês venceu o conflito.
O Irã, diz Khan, demonstrou que sua influência na região é maior que a dos EUA. O conflito mostrou ainda a mudança nas relações de poder no Oriente Médio, com uma liderança cada vez maior do ramo xiita do Islã.
"Apesar das baixas e dos prejuízos, o Hizbollah e os xiitas estão crescendo politicamente no Líbano, porque foram os primeiros a iniciar os planos de reconstrução no país", acrescentou Khan.
Mesmo em centros estratégicos próximos ao Partido Republicano, como a Fundação Heritage, a vitória apregoada por Bush é questionada.
"Nesta crise aprendemos que o Irã e a Síria são forças desestabilizadoras da região, que contribuem para gerar um sentimento de insegurança internacional", disse à Efe Ariel Cohen, da Fundação Heritage.
No entanto, "ainda é cedo" para anunciar a derrota do Hizbollah, que "valorizou sua imagem, mas mostrou que é uma marionete de outros países", segundo Cohen.
A resolução 1.701 da ONU, que decretou o cessar-fogo no Líbano, é vista com mais ceticismo que esperança pelos analistas. Pela resolução, o governo libanês terá que posicionar o seu Exército no sul do Líbano, em coordenação com uma força multinacional, e Israel deve retirar as suas tropas.
Para Cohen, se o Hizbollah não for desarmado, haverá um novo conflito bélico "não em seis anos, mas em seis meses".
Khan tem a mesma opinião. Ele pergunta se existe alguma resolução da ONU que já tenha adiantado na região. "Quem vai desarmar o Hizbollah? Os franceses? Não creio", diz.
O analista prevê conseqüências desastrosas para os republicanos nas eleições legislativas de novembro, a menos que se desvinculem da política externa de Bush.
Porém, tanto democratas quanto republicanos apoiaram abertamente a Israel no conflito. Portanto, segundo outros analistas, os dois partidos deverão evitar o assunto na campanha.
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