Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
20/08/2006 - 15h12

ONU teme que trégua no Líbano termine em "abismo de violência"

Publicidade

da Folha Online

A ONU (Organização das Nações Unidas) afirmou neste domingo que o cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista libanês Hizbollah pode facilmente cair em "um abismo de violência e derramamento de sangue" se os termos da resolução aprovada pelo Conselho de Segurança sobre o tema forem violados.

O enviado especial da ONU ao Líbano, Terje Roed-Larsen, disse que a trégua deu ao governo libanês uma boa chance para ampliar sua autoridade sobre todo o país, mas alertou para o fato de a situação ainda ser delicada.

"Isso pode facilmente começar a piorar novamente e nos levar rapidamente para um abismo de violência e derramamento de sangue", declarou Roed-Larsen em Beirute, antes de partir para Israel.

O diplomata norueguês indicou também que qualquer ofensiva similar promovida por Israel apenas irá desencorajar os países comprometidos com a Unifil (Força Interina das Nações Unidas no Líbano) a enviar mais tropas ao sul do Líbano.

O ministro israelense da Defesa, Amir Peretz, anunciou neste domingo que Israel impedirá o deslocamento do Exército libanês nas áreas mais próximas à fronteira enquanto as tropas do Líbano não forem apoiadas por uma força multinacional.

"Continuaremos impedindo que o Exército libanês se movimente a menos de dois quilômetros da fronteira antes da mobilização de uma força multinacional", declarou Peretz durante reunião do Conselho de Ministros, segundo uma fonte oficial.

Peretz advertiu que as Forças Armadas devem se preparar "para um segundo turno" contra o grupo terrorista libanês Hizbollah, informaram fontes do governo.

"Não permitiremos em nenhum caso que o Hizbollah [grupo terrorista libanês] se aproxime da fronteira", acrescentou o ministro.

Em vigor há quase uma semana, o cessar-fogo entre Israel e Hizbollah parece cada vez mais frágil. Ontem, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse que estava "profundamente preocupado" com a violação, por parte de Israel, do cessar-fogo no Líbano.

O ministro libanês da Defesa, Elias Murr, afirmou hoje que qualquer violação do cessar-fogo no sul do Líbano será considerada um ato de traição.

"Qualquer disparo de foguetes que sirva de pretexto para Israel atacar o Líbano será tratado com a maior severidade", afirmou o ministro.

Neste domingo, quase 150 soldados franceses partiram do porto de Toulon para o território libanês, com a missão de reforçar a Unifil.

Neste sábado, desembarcaram em Naqoura, sul do Líbano, 50 militares franceses do corpo de engenheiros --os primeiros oficiais da força da ONU ampliada que tem como objetivo consolidar a trégua entre Israel e o Hizbollah.

A missão dos 200 homens será retirar minas e limpar as vias de comunicação para facilitar os deslocamentos da Unifil e do Exército libanês, assim como da população libanesa, destacou o Estado-Maior francês.

A ONU pretende enviar inicialmente 3.500 homens desta força, que deve aumentar dos 2.000 atuais para 15 mil de acordo com a resolução 1.701 das Nações Unidas, que no dia 11 de agosto acabou com mais de um mês de combates entre Israel e o Hizbollah.

O Ministério da Defesa do Líbano ameaçou neste sábado suspender o envio de tropas do Exército para o sul do Líbano se as Nações Unidas não intervierem após uma incursão israelense na região do vale do Bekaa (leste).

Comandos israelenses realizaram uma incursão contra um bastião do grupo terrorista libanês Hizbollah neste sábado classificada pelo governo do Líbano como uma "violação flagrante" do cessar-fogo que pôs fim ao conflito de 34 dias no Oriente Médio.

Fontes da segurança libanesa informaram que três combatentes do Hizbollah foram mortos e o governo de Israel afirmou que um soldado foi morto e dois ficaram feridos na ofensiva.

Convocação

O ministro francês de Assuntos Exteriores, Philippe Douste-Blazy, pediu neste domingo a convocação de uma reunião da União Européia (UE) para que os membros do bloco esclareçam que tipo de contribuição darão à Força Interina da ONU para o Líbano (Unifil).

Em declarações à emissora de rádio France Info, Douste-Blazy disse que conversou com seu colega da Finlândia, Erkki Tuomioja, cujo país exerce a Presidência semestral da UE, para pedir a convocação de uma reunião na qual os 25 membros fixem sua posição sobre uma eventual participação na Unifil.

A meta é que os europeus coordenem suas contribuições nacionais à Unifil. A França enviou de maneira urgente 200 militares adicionais para facilitar o posicionamento do Exército libanês e como gesto de apoio.

"Há uma primeira fase de urgência, que deve ser colocada em prática, como fez a França com o envio de 200 soldados, e uma segunda etapa para estabelecer o número definitivo de militares que serão enviados", disse o chefe da diplomacia francesa.

O chanceler francês também insistiu em que a ONU deve esclarecer o mais rápido possível os detalhes da missão de reforço da Unifil, para permitir que os países interessados em enviar tropas possam tomar uma decisão.

Com agências internacionais

Leia mais
  • Ouça relatos de brasileiros no Líbano e em Israel
  • Veja cronologia dos confrontos

    Especial
  • Leia mais sobre a Guerra no Oriente Médio
  • Veja fotos da atual onda de violência entre Israel e Líbano
  • Enquete: Israel e Hizbollah cumprirão a resolução de cessar-fogo da ONU?
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página