30/11/2004
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03h10
Da teoria à prática
Luanda Neraespecial para a
Folha de S.PauloEngenheiro, professor e empresário, o suíço Klaus Schwab, 65, criou em 1971 o Fórum Econômico Mundial —realizado anualmente em Davos— e, em 1998, a Fundação Schwab. Tímido e discreto, ele falou com exclusividade ao
Sinapse durante a reunião da fundação realizada em Campinas.
Sinapse - Como a Schwab percebe o empreendedorismo social no Brasil?
Klaus Schwab - São brasileiros mais de 10% dos projetos que apoiamos. Esse é um dos motivos pelos quais escolhemos fazer nossa reunião aqui. Mas o país ainda não aprendeu a reconhecer seus líderes sociais. Há muitos heróis anônimos no Brasil. Um país criativo precisa abusar da criatividade também para desenvolver questões sociais. É isso que o presidente Lula está fazendo. Uma excelente combinação.
Sinapse - Qual é o maior desafio a ser superado?
Schwab - Conscientizar a população mais jovem da importância do empreendedorismo social. Os jovens de todo o mundo pensam muito em serem bem-sucedidos. Quero mostrar a eles que não somos heróis somente quando nos tornamos ricos. Viramos heróis quando conseguimos fazer algo pela sociedade em que vivemos. Essa é uma batalha pessoal que decidi enfrentar.
Sinapse - Como o sr. concilia trabalhos que envolvem atuações e expectativas diferentes?
Schwab - O fórum é uma organização que reúne aqueles que estão na camada mais alta da sociedade, que comandam a economia mundial. Mas, desde o início, percebi que era importante integrar essas pessoas com as que realmente sabem o que é miséria. Por isso eu e minha mulher criamos a Fundação Schwab. Os dois trabalhos são complementares. Não há divergências. Todos querem resolver os problemas sociais.
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