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30/08/2004
-
07h12
O primeiro destino do avião monomotor que parte de Windhoek, capital da Namíbia, é o Parque Nacional Namib-Naukluft, um dos mais antigos desertos do mundo. É o início de um safári aéreo de sete dias, organizado por uma empresa sul-africana.
Após uma viagem de cerca de uma hora e meia sobrevoando vastos platôs riscados por leitos de rios secos, o monomotor, que transporta seis pessoas, desce em uma pista de pedregulhos cercada por imensos monolitos.
Num jipe Land Rover, os hóspedes são levados ao "Sossusvlei Wilderness Camp", lodge situado no topo de uma colina, onde, além de pedras dos mais diversos tamanhos, há apenas cactos e outras plantas típicas de clima árido.
A vista de 360 da planície imensa e seca, com montanhas de pedra por todo o horizonte, é arrebatadora. Em torno de um poço de água, dezenas de metros abaixo do chalé onde fica a hospedaria, avista-se um grupo de impalas, sempre alerta, que bebe água na tarde ensolarada.
No dia seguinte, antes do amanhecer, começa a primeira grande aventura da viagem: a visita às dunas de Sossusvlei, que, além de estarem entre as mais altas do mundo, exibem uma coloração avermelhada devido à alta concentração de ferro na areia.
Para chegar a Sossusvlei, viaja-se durante mais de uma hora por uma estrada que avança deserto adentro, acompanhando o vale seco do rio Tsauchab. Dos dois lados, vê-se uma seqüência interminável de dunas muito altas, perpendiculares ao vale.
Iluminadas pelos primeiros raios de sol, elas adquirem tons que vão do amarelo-claro ao vermelho. Subir uma das dunas mais altas não é fácil, mas vale o esforço devido à vista e à sensação gostosa de enfiar o pé na areia fina e solta. Curiosidade: vários esportistas elegem as areias da Namíbia para fazer "sandboard", em corridas duna abaixo cuja velocidade atinge 80 km/h.
Em Sossusvlei, pode-se ter contato com uma maneira interessante e barata de viajar pelo continente africano. A região está no roteiro de enormes caminhões que levam principalmente jovens em longas viagens pela África.
A parte do caminhão destinada aos passageiros tem bancos bem básicos e pode ser aberta durante os safáris e fechada durante as viagens entre um destino e outro.
Além de transporte seguro, a empresa que organiza a viagem se responsabiliza pela preparação dos jantares, mas os viajantes precisam montar suas barracas e auxiliar em algumas tarefas.
Caminhões desse tipo saem de Londres e vão até a Cidade do Cabo, na África do Sul, em viagens que podem durar mais de oito meses. Pode-se optar por fazer apenas partes do percurso.
Alguns quilômetros adentro, há outra atração da região, o Dead Vlei, um vale seco entre as dunas de cujo chão de barro rachado e branco despontam dezenas de esqueletos de acácias (uma das mais típicas árvores africanas), algumas com mais de 500 anos.
Sossusvlei não possui grande número de animais selvagens. Encontram-se principalmente antílopes, como o órix, animal oficial da Namíbia, avestruzes e raposas do deserto.
A partida acontece no dia seguinte cedo. Sobrevoa-se o deserto até o litoral namibiano, conhecido como a costa dos Esqueletos.
Nesse trecho, dá para ver carcaças de navios naufragados que foram levadas até a areia. Também sobrevoam-se ruínas de antigas minas de diamante, um dos principais recursos naturais da Namíbia, ao lado do cobre, do urânio e do ouro.
À beira-mar, vêem-se populosas colônias de focas, leões marinhos e flamingos.
O avião faz escala em Swakopmund, cidade litorânea, para um almoço sobre uma tenda branca numa praia deserta.
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África: Janela de avião descortina árida Namíbia
free-lance para a Folha de S.Paulo, na ÁfricaO primeiro destino do avião monomotor que parte de Windhoek, capital da Namíbia, é o Parque Nacional Namib-Naukluft, um dos mais antigos desertos do mundo. É o início de um safári aéreo de sete dias, organizado por uma empresa sul-africana.
Após uma viagem de cerca de uma hora e meia sobrevoando vastos platôs riscados por leitos de rios secos, o monomotor, que transporta seis pessoas, desce em uma pista de pedregulhos cercada por imensos monolitos.
Num jipe Land Rover, os hóspedes são levados ao "Sossusvlei Wilderness Camp", lodge situado no topo de uma colina, onde, além de pedras dos mais diversos tamanhos, há apenas cactos e outras plantas típicas de clima árido.
A vista de 360 da planície imensa e seca, com montanhas de pedra por todo o horizonte, é arrebatadora. Em torno de um poço de água, dezenas de metros abaixo do chalé onde fica a hospedaria, avista-se um grupo de impalas, sempre alerta, que bebe água na tarde ensolarada.
No dia seguinte, antes do amanhecer, começa a primeira grande aventura da viagem: a visita às dunas de Sossusvlei, que, além de estarem entre as mais altas do mundo, exibem uma coloração avermelhada devido à alta concentração de ferro na areia.
Para chegar a Sossusvlei, viaja-se durante mais de uma hora por uma estrada que avança deserto adentro, acompanhando o vale seco do rio Tsauchab. Dos dois lados, vê-se uma seqüência interminável de dunas muito altas, perpendiculares ao vale.
Iluminadas pelos primeiros raios de sol, elas adquirem tons que vão do amarelo-claro ao vermelho. Subir uma das dunas mais altas não é fácil, mas vale o esforço devido à vista e à sensação gostosa de enfiar o pé na areia fina e solta. Curiosidade: vários esportistas elegem as areias da Namíbia para fazer "sandboard", em corridas duna abaixo cuja velocidade atinge 80 km/h.
Em Sossusvlei, pode-se ter contato com uma maneira interessante e barata de viajar pelo continente africano. A região está no roteiro de enormes caminhões que levam principalmente jovens em longas viagens pela África.
A parte do caminhão destinada aos passageiros tem bancos bem básicos e pode ser aberta durante os safáris e fechada durante as viagens entre um destino e outro.
Além de transporte seguro, a empresa que organiza a viagem se responsabiliza pela preparação dos jantares, mas os viajantes precisam montar suas barracas e auxiliar em algumas tarefas.
Caminhões desse tipo saem de Londres e vão até a Cidade do Cabo, na África do Sul, em viagens que podem durar mais de oito meses. Pode-se optar por fazer apenas partes do percurso.
Alguns quilômetros adentro, há outra atração da região, o Dead Vlei, um vale seco entre as dunas de cujo chão de barro rachado e branco despontam dezenas de esqueletos de acácias (uma das mais típicas árvores africanas), algumas com mais de 500 anos.
Sossusvlei não possui grande número de animais selvagens. Encontram-se principalmente antílopes, como o órix, animal oficial da Namíbia, avestruzes e raposas do deserto.
A partida acontece no dia seguinte cedo. Sobrevoa-se o deserto até o litoral namibiano, conhecido como a costa dos Esqueletos.
Nesse trecho, dá para ver carcaças de navios naufragados que foram levadas até a areia. Também sobrevoam-se ruínas de antigas minas de diamante, um dos principais recursos naturais da Namíbia, ao lado do cobre, do urânio e do ouro.
À beira-mar, vêem-se populosas colônias de focas, leões marinhos e flamingos.
O avião faz escala em Swakopmund, cidade litorânea, para um almoço sobre uma tenda branca numa praia deserta.
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