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29/09/2005
-
12h32
Enviada especial da Folha de S.Paulo à Suíça
Bellinzona tem tudo o que uma antiga cidadezinha italiana tem: bate-papos travados em dialeto; sobrados antigos, com fachadas decoradas; "gelato" tentador; e até castelo medieval --um não, três. Só faltava estar na Itália.
A 136 km de Zurique, a cidade é a capital do Cantão de Ticino (também conhecido pela alcunha de Suíça Italiana) e tem seu nome estampado na lista de patrimônios da humanidade por ter mantido intactas suas fortificações medievais --que defendiam os milaneses, habitantes da região, de invasores suíços.
O Castelgrande (o maior dos três, claro) era ligado ao castelo Montebello por um grande muro --do qual resta um trecho, mas por onde não se pode caminhar. Assim, os dois, no alto, cercavam o vilarejo, edificado no vale. Acima do Montebello, o castelo de Sasso Corbaro funcionava como torre de observação.
A sensação de estar em um dos filmes de Franco Zeffirelli já seria razão suficiente para caminhar por entre as paredes medievais feitas de pedra, mas o forasteiro tem a sorte de se deparar com cenas bucólicas que acaloram o frio tour arquitetônico.
Ação!
Cena um: o restaurante do Castelgrande (cuja construção iniciou-se no século 13) oferece o melhor macarrão com vista da cidade. Em um terraço, degusta-se a correta cozinha italiana. Na montanha à frente, repousa o Montebello (também do século 13). No vale entre as duas construções, Bellinzona se mostra inteira. O preço do menu completo, com entrada, prato principal e sobremesa, é de cerca de CHF 30 (R$ 52). Não deixe de provar também o café --um bom expresso, que não é encontrado facilmente na parte alemã do país.
Para chegar lá, nada de sacrifícios de outros tempos, porque um elevador foi escavado na grande rocha que sustenta a fortificação. Dentro, como em todos os outros castelos, há um museu histórico --são as únicas porções do interior das construções que podem ser visitadas.
Cena dois: do lado de fora do Castelgrande, pode-se caminhar pela muralha larga que envolve um dos lados do castelo, forrada, com graça, por grama. Não se espante se vir alguém dando saltinhos ou correndo, porque o tapete verde e as descidas íngremes parecem convidar à brincadeira. Ao lado do muro, cresce um inusitado parreiral.
Cena 3: antes de se tornar um forte, o Montebello era residência de verão de uma abastada família. O melhor lugar para observar sua arquitetura é no gramado que o circunda. Lá existe uma estratégica mesa de pedra, na ponta de um dos muros, que tem toda a cidade aos seu pés. Há sempre alguém lendo ou pensando na vida -ainda que os banquinhos não sejam nada confortáveis.
Aos sábados, de lá, se avista a cidade fervilhando, colorida pelas barraquinhas da tradicional feira da praça principal, a Nosetto. Das 6h às 12h, em frente à prefeitura, os agricultores do interior oferecem ovos, queijos e verduras frescos e frutas maduras.
Do Montebello, sobe-se até Sasso Corbaro (erguido na metade do século 15), uma construção menor, mas que premia com o mais amplo panorama do vale. Um cenário irrepreensível para a cena final.
Castelos de Bellinzona - Horário: de segunda a domingo, das 10h às 18h. Ingresso: CHF 8 (R$ 14; válido para os três castelos; estudantes pagam meia-entrada). Linhas de ônibus: do Castelgrande para o Montebello, deve-se pegar a de número 81; do Montebello para o Sasso Corbaro, toma-se a linha quatro.
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JULIANA DORETTOEnviada especial da Folha de S.Paulo à Suíça
Bellinzona tem tudo o que uma antiga cidadezinha italiana tem: bate-papos travados em dialeto; sobrados antigos, com fachadas decoradas; "gelato" tentador; e até castelo medieval --um não, três. Só faltava estar na Itália.
A 136 km de Zurique, a cidade é a capital do Cantão de Ticino (também conhecido pela alcunha de Suíça Italiana) e tem seu nome estampado na lista de patrimônios da humanidade por ter mantido intactas suas fortificações medievais --que defendiam os milaneses, habitantes da região, de invasores suíços.
O Castelgrande (o maior dos três, claro) era ligado ao castelo Montebello por um grande muro --do qual resta um trecho, mas por onde não se pode caminhar. Assim, os dois, no alto, cercavam o vilarejo, edificado no vale. Acima do Montebello, o castelo de Sasso Corbaro funcionava como torre de observação.
A sensação de estar em um dos filmes de Franco Zeffirelli já seria razão suficiente para caminhar por entre as paredes medievais feitas de pedra, mas o forasteiro tem a sorte de se deparar com cenas bucólicas que acaloram o frio tour arquitetônico.
Ação!
Cena um: o restaurante do Castelgrande (cuja construção iniciou-se no século 13) oferece o melhor macarrão com vista da cidade. Em um terraço, degusta-se a correta cozinha italiana. Na montanha à frente, repousa o Montebello (também do século 13). No vale entre as duas construções, Bellinzona se mostra inteira. O preço do menu completo, com entrada, prato principal e sobremesa, é de cerca de CHF 30 (R$ 52). Não deixe de provar também o café --um bom expresso, que não é encontrado facilmente na parte alemã do país.
Para chegar lá, nada de sacrifícios de outros tempos, porque um elevador foi escavado na grande rocha que sustenta a fortificação. Dentro, como em todos os outros castelos, há um museu histórico --são as únicas porções do interior das construções que podem ser visitadas.
Cena dois: do lado de fora do Castelgrande, pode-se caminhar pela muralha larga que envolve um dos lados do castelo, forrada, com graça, por grama. Não se espante se vir alguém dando saltinhos ou correndo, porque o tapete verde e as descidas íngremes parecem convidar à brincadeira. Ao lado do muro, cresce um inusitado parreiral.
Cena 3: antes de se tornar um forte, o Montebello era residência de verão de uma abastada família. O melhor lugar para observar sua arquitetura é no gramado que o circunda. Lá existe uma estratégica mesa de pedra, na ponta de um dos muros, que tem toda a cidade aos seu pés. Há sempre alguém lendo ou pensando na vida -ainda que os banquinhos não sejam nada confortáveis.
Aos sábados, de lá, se avista a cidade fervilhando, colorida pelas barraquinhas da tradicional feira da praça principal, a Nosetto. Das 6h às 12h, em frente à prefeitura, os agricultores do interior oferecem ovos, queijos e verduras frescos e frutas maduras.
Do Montebello, sobe-se até Sasso Corbaro (erguido na metade do século 15), uma construção menor, mas que premia com o mais amplo panorama do vale. Um cenário irrepreensível para a cena final.
Castelos de Bellinzona - Horário: de segunda a domingo, das 10h às 18h. Ingresso: CHF 8 (R$ 14; válido para os três castelos; estudantes pagam meia-entrada). Linhas de ônibus: do Castelgrande para o Montebello, deve-se pegar a de número 81; do Montebello para o Sasso Corbaro, toma-se a linha quatro.
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