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08/12/2005
-
11h16
Enviado especial da Folha de S.Paulo à costa brasileira
Grande porto brasileiro, Santos, a 72 km de São Paulo, não é uma cidade turística. Mas, destino de oito dos nove navios que vêm ao Brasil nesta temporada, com 128 aportagens já confirmadas, encerra grande interesse, com 5,3 km de orla ajardinados, shopping centers, museus, vida noturna agitada e restaurantes populares onde imperam os pescados, a cidade recém-revitalizou seu centro histórico. Os paulistanos que lá embarcam pouco aproveitam --mas Santos vale a missa, a comilança e até mesmo a praia.
Quem aporta na cidade durante um cruzeiro terá, entre as excursões oferecidas a bordo, um interessante passeio de dia inteiro até o Guarujá --com e sem almoço--, um tour planejado por Santos ou até mesmo a opção de ir para São Paulo.
Para descobrir detalhes de Santos e se informar sobre os horários das atrações, antes mesmo de passar por lá, é bom navegar pelas páginas www.alegrecentro.santos.sp.gov.br, www.vivasantos.com.br e www.santos.sp.gov.br.
Passear é preciso
De imediato, para um passeio na região do porto, bem perto de onde os navios atracam, convém visitar a Bolsa e o Museu do Café (www.museudocafe.com.br), na rua 15 de Novembro, 95.
Já para sair andando do porto em direção à Ponta da Praia, onde fica o mercado de peixe, é preciso cuidado, pois o local tem tráfego pesado, calçadas precárias e é ermo o bastante para amedrontar o caminhante desavisado.
O macete do ônibus gratuito que leva ao shopping Praiamar, próximo ao canal 6, ajuda a chegar aos locais mais interessantes.
Desse shopping é possível andar sossegado até a orla e caminhar à beira-mar como quem volta em direção do porto, expediente saudável para quem está fazendo um cruzeiro transatlântico onde, em geral, come-se muito e anda-se pouco. Os barcos de pesca, os grandes navios e mesmo o velho aquário --que está em reforma-- compõem o cenário de quem percorre a orla a pé voltando.
O museu da Pesca, num prédio de 1908, na rua Bartolomeu de Gusmão, 192, diante do mar, vale a visita, especialmente para quem viaja com crianças.
Na verdade, o prédio foi edificado sobre um forte que, já em 1753, defendia a cidade de ataques piratas. Em exibição permanente, há uma ossada de baleia de 23 m e 7 t, diversos tubarões e lulas gigantes empalhados, uma coleção de amostras de areia de todas as praias brasileiras e até peças de madrepérola dignas de museus europeus.
Plasmada em tinta à óleo nos quadros de Benedito Calixto entre o final do século 19 e início do século 20, Santos conserva intacta uma simpática aura passadista --há obras do pintor na pinacoteca que leva seu nome, na avenida Bartolomeu de Gusmão, 15.
É o canal
Santos até lembra Gênova, na Itália, porto que também passou recentemente por uma enorme onda de regeneração urbana, uma das maiores de que se tem notícia. Mas, na cidade portuária brasileira, os canais ainda são referência.
Do canal 7, próximo à já mencionada Ponta da Praia, saem as balsas que ligam Santos ao Guarujá, balneário vizinho que vale a visita por suas praias, com destaque para Pitangueiras, Enseada e Astúrias.
Outra atração santista, o velho bonde escocês, remonta a 1910. Antes desativado, ele voltou à cena e parte da prefeitura, no centro histórico, num percurso de apenas 15 minutos, que tem início na praça Mauá.
Para comer, o velho restaurante Mar Del Plata, na avenida Almirante Saldanha da Gama, 137/139, próximo da Ponta da Praia e com vista para a orla, é a pedida, especialmente para quem gosta de "marisco lambe-lambe", um ensopado de mexilhões com molho de tomate e arroz.
Outro local tradicional é o Café Carioca, que há décadas serve pastel na praça Mauá, 1, mas que fica fechado aos domingos.
Torcedores do Santos Futebol Clube, fundado em 1912, têm no estádio da Vila Belmiro, na rua Princesa Isabel, 77, um memorial dedicado ao time e ao seu maior jogador, Pelé.
Quem não torce pelo "Peixe" pode torcer para que o velho Aquário Municipal, que já abrigou 120 espécies no seu prédio hoje cercado por tapumes, na rua Bartolomeu de Gusmão, logo seja reaberto. Outros passeios importantes são o Orquidário Municipal, um parque zoobotânico na praça Washington (em José Menino) e o monte Serrat, uma montanha servida por escadaria e funicular, cujo acesso é pela praça Correia de Melo, 33, que é objeto de peregrinação desde 1909, descortinando uma bela vista da cidade e da zona portuária.
Rio na escotilha
Quem navega de Santos rumo ao Rio deve tentar dormir cedo --e acordar com as gaivotas.
O cenário da chegada à baía da Guanabara é deslumbrante. Ao amanhecer, os transatlânticos navegam por entre as ilhas Cagarras e, a seguir, aproximam-se da costa, desfilam ao largo da Barra da Tijuca, passam perto de Ipanema e de Copacabana e quase encostam no Pão de Açúcar, para, então, atracarem no cais.
Silvio Cioffi, editor de Turismo, viajou a convite da MSC Cruzeiros
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SILVIO CIOFFIEnviado especial da Folha de S.Paulo à costa brasileira
Grande porto brasileiro, Santos, a 72 km de São Paulo, não é uma cidade turística. Mas, destino de oito dos nove navios que vêm ao Brasil nesta temporada, com 128 aportagens já confirmadas, encerra grande interesse, com 5,3 km de orla ajardinados, shopping centers, museus, vida noturna agitada e restaurantes populares onde imperam os pescados, a cidade recém-revitalizou seu centro histórico. Os paulistanos que lá embarcam pouco aproveitam --mas Santos vale a missa, a comilança e até mesmo a praia.
Quem aporta na cidade durante um cruzeiro terá, entre as excursões oferecidas a bordo, um interessante passeio de dia inteiro até o Guarujá --com e sem almoço--, um tour planejado por Santos ou até mesmo a opção de ir para São Paulo.
Para descobrir detalhes de Santos e se informar sobre os horários das atrações, antes mesmo de passar por lá, é bom navegar pelas páginas www.alegrecentro.santos.sp.gov.br, www.vivasantos.com.br e www.santos.sp.gov.br.
Passear é preciso
De imediato, para um passeio na região do porto, bem perto de onde os navios atracam, convém visitar a Bolsa e o Museu do Café (www.museudocafe.com.br), na rua 15 de Novembro, 95.
Já para sair andando do porto em direção à Ponta da Praia, onde fica o mercado de peixe, é preciso cuidado, pois o local tem tráfego pesado, calçadas precárias e é ermo o bastante para amedrontar o caminhante desavisado.
O macete do ônibus gratuito que leva ao shopping Praiamar, próximo ao canal 6, ajuda a chegar aos locais mais interessantes.
Desse shopping é possível andar sossegado até a orla e caminhar à beira-mar como quem volta em direção do porto, expediente saudável para quem está fazendo um cruzeiro transatlântico onde, em geral, come-se muito e anda-se pouco. Os barcos de pesca, os grandes navios e mesmo o velho aquário --que está em reforma-- compõem o cenário de quem percorre a orla a pé voltando.
O museu da Pesca, num prédio de 1908, na rua Bartolomeu de Gusmão, 192, diante do mar, vale a visita, especialmente para quem viaja com crianças.
Na verdade, o prédio foi edificado sobre um forte que, já em 1753, defendia a cidade de ataques piratas. Em exibição permanente, há uma ossada de baleia de 23 m e 7 t, diversos tubarões e lulas gigantes empalhados, uma coleção de amostras de areia de todas as praias brasileiras e até peças de madrepérola dignas de museus europeus.
Plasmada em tinta à óleo nos quadros de Benedito Calixto entre o final do século 19 e início do século 20, Santos conserva intacta uma simpática aura passadista --há obras do pintor na pinacoteca que leva seu nome, na avenida Bartolomeu de Gusmão, 15.
É o canal
Santos até lembra Gênova, na Itália, porto que também passou recentemente por uma enorme onda de regeneração urbana, uma das maiores de que se tem notícia. Mas, na cidade portuária brasileira, os canais ainda são referência.
Do canal 7, próximo à já mencionada Ponta da Praia, saem as balsas que ligam Santos ao Guarujá, balneário vizinho que vale a visita por suas praias, com destaque para Pitangueiras, Enseada e Astúrias.
Outra atração santista, o velho bonde escocês, remonta a 1910. Antes desativado, ele voltou à cena e parte da prefeitura, no centro histórico, num percurso de apenas 15 minutos, que tem início na praça Mauá.
Para comer, o velho restaurante Mar Del Plata, na avenida Almirante Saldanha da Gama, 137/139, próximo da Ponta da Praia e com vista para a orla, é a pedida, especialmente para quem gosta de "marisco lambe-lambe", um ensopado de mexilhões com molho de tomate e arroz.
Outro local tradicional é o Café Carioca, que há décadas serve pastel na praça Mauá, 1, mas que fica fechado aos domingos.
Torcedores do Santos Futebol Clube, fundado em 1912, têm no estádio da Vila Belmiro, na rua Princesa Isabel, 77, um memorial dedicado ao time e ao seu maior jogador, Pelé.
Quem não torce pelo "Peixe" pode torcer para que o velho Aquário Municipal, que já abrigou 120 espécies no seu prédio hoje cercado por tapumes, na rua Bartolomeu de Gusmão, logo seja reaberto. Outros passeios importantes são o Orquidário Municipal, um parque zoobotânico na praça Washington (em José Menino) e o monte Serrat, uma montanha servida por escadaria e funicular, cujo acesso é pela praça Correia de Melo, 33, que é objeto de peregrinação desde 1909, descortinando uma bela vista da cidade e da zona portuária.
Rio na escotilha
Quem navega de Santos rumo ao Rio deve tentar dormir cedo --e acordar com as gaivotas.
O cenário da chegada à baía da Guanabara é deslumbrante. Ao amanhecer, os transatlânticos navegam por entre as ilhas Cagarras e, a seguir, aproximam-se da costa, desfilam ao largo da Barra da Tijuca, passam perto de Ipanema e de Copacabana e quase encostam no Pão de Açúcar, para, então, atracarem no cais.
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