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18/05/2006 - 09h35

Brasília: Visitas dirigem os turistas pelos corredores do poder

JULIANA DORETTO
Colaboração para a Folha de S.Paulo, em Brasília (DF)

"Vocês podem ver que no plenário há apenas 401 cadeiras para 513 deputados. É que a Câmara é dinâmica. As negociações são feitas também nos corredores, no cafezinho...", explica o guia. "É. Além disso, tem uns que nem aparecem por aqui, né?", atiça um visitante. O funcionário não diz nada: só solta um sorriso esperto, no canto do lábio. Enquanto isso, crianças brincam com os botões das bancadas usadas por deputados, casais posam abraçados para fotos na entrada do salão, turistas se esparramam em sofás no hall ao lado. Nada de sisudez nas visitas aos prédios públicos em Brasília. Guias bem-humorados, entrada gratuita e acesso amplo às salas oficiais fazem desses passeios um roteiro quase obrigatório.

A visita ao Palácio do Congresso Nacional --onde está o Senado Federal e a Câmara dos Deputados-- ocorre todos os dias, das 9h30 às 17h, de meia em meia hora. Nos fins de semana e feriados, prepare-se para se juntar a grupos enormes. É preciso se espremer para conseguir ouvir as frases do guia e entender a diferença entre o plenário do Senado e seu carpete azul (a "bacia" virada para baixo) e o da Câmara (a "bacia" que fica para cima), entapetado de verde. Tudo menor do que parece ser na TV, contrapondo-se à amplitude dos pátios, gramados e ruas do lado de fora.

Apesar da simpatia do condutor, o passeio cansa um pouco pelo blablablá. Não seria necessário explicar o funcionamento das assembléias tão minuciosamente. Valeria mais gastar o tempo com uma visita aos famosos prédios paralelos, em formato de "h", onde funcionam setores administrativos. É falha privar o turista da vista dos andares mais altos.

Chora de inveja

O Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, guarda o mais rico dos acervos artísticos dos edifícios públicos, como pinturas de Tomie Ohtake, Arcangelo Ianelli e Candido Portinari e móveis que dantes pertenceram ao barão do Rio Branco e à princesa Isabel. Nos jardins suspensos, esculturas de Victor Brecheret; no jardim externo, a obra "O Meteoro", de Bruno Giorgi, que se tornou símbolo do edifício.

"O Itamaraty é tão bonito que a Justiça chora de inveja", galhofa o guia. À frente, na sede do Ministério da Justiça, cascatas de água caem de lajes de concreto curvas.

Os passeios ocorrem de segunda a sexta, das 14h às 16h30. Aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 15h30.

Sem subir a rampa

No Palácio do Planalto, as visitas acontecem apenas na folga semanal do presidente: aos domingos, das 9h30 às 13h. O tempo restrito torna o passeio muito disputado, e a desorganização na formação dos grupos (de no máximo 25 pessoas) rende até bate-boca.

O visitante deve esperar no estacionamento ao lado --de pé, à sombra de mirradas árvores--, mas, ao chegar, não recebe nenhuma senha. Meia hora depois, o funcionário pede aos turistas que lá estão há mais tempo que formem uma fila, para a criação de mais um grupo. Está armada a confusão. Uma família alega que estava aguardando mais ao longe; o funcionário explica que não tem como se lembrar de todos... A simples anotação dos nomes de acordo com a chegada resolveria.

Lá dentro, a longa espera é recompensada pela gentileza da guia, que mostra o salão Oval, onde há reuniões ministeriais, aponta para o mastro Nacional de 100 m (a bandeira pesa 90 kg e mede 286 m2) e explica que os Dragões da Independência, que ficam parados na entrada do prédio, podem se mexer apenas em conjunto. "Pela tradição, se um deles sentir cócegas, avisará ao outro, e os dois coçarão a cabeça, juntos."

E lá se vão mais corredores encarpetados e obras de arte, até o grand finale. Por uma porta de acrílico, vê-se o gabinete do presidente, de mobiliário de madeira escura e estofamento vermelho. Só faltava subir a rampa. "Essa, só com autorização do presidente", avisa a guia.

Congresso - tel.: 0/xx/61/3216-1771; www. camara.gov.br e www.senado.gov.br
Planalto - 0/xx/61/3411-2317; www.presidencia.gov.br
Itamaraty -0/xx/61/3411-8051; www.mre.gov.br

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