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25/05/2006 - 09h17

Parques Nacionais: Quedas deslumbram olhos em Foz do Iguaçu

GUSTAVO FIORATTI
Colaboração para a Folha de S.Paulo, em Foz do Iguaçu (PR)

O trajeto de 1,5 km pelo chão de concreto, úmido mesmo em dias mais secos, em seu leve declínio vai se moldando ao abismo, com visão panorâmica para a imensa cortina de água das cataratas do Iguaçu, a maior do mundo, em extensão. Descendo por ele, ouvem-se o rufar das quedas, o som de animais, pássaros e, principalmente, sente-se o cheiro de mato.

Em determinado ponto, sobre uma ponte de madeira, os respingos se avolumam e viram nuvens, encharcando grupos de turistas, gente vestida dos pés à cabeça.

De todo o aparato turístico criado em torno do Parque Nacional do Iguaçu, essa trilha para as cataratas continua sendo o ponto fundamental, motivo para deslumbrar os olhos de centenas de milhares de turistas que passam lá anualmente.

Mas ao fenômeno visual das quedas hoje acrescenta-se uma lista de passeios de barcos, bicicleta, jipes e até helicóptero, num clima de falsa aventura que às vezes faz lembrar os rituais de parques aquáticos, com grupos conduzidos por guias, romantizando a adrenalina de uma volta em bote inflável ou de uma pegada de onça-pintada no concreto.

O Parque Nacional do Iguaçu, fundado em 1939, se equipou para receber melhor seus turistas e reverter a queda no movimento sentida desde o final dos anos 90. A implementação, por meio de parceria entre o Ibama e concessionárias, de atividades ligadas aos recursos naturais da região, como safáris e rapel, e uma estratégia mais afinada de divulgação do destino pelas Secretarias Municipal e Estadual de Turismo deram resultado: de 2002 para o ano passado, o número de visitantes que passaram pelas cataratas cresceu 42%, de 764.709 para 1.084.239. Estrangeiros dão volume ao grupo: 57.626 espanhóis, 38.199 norte-americanos e 22.638 ingleses estiveram no parque em 2005.

A melhoria se faz notar para quem não passa pelo parque há mais de quatro anos. No fim da passarela principal foi instalado um elevador com vista panorâmica; a pouco metros dali, um deque ambienta os entornos de uma praça com restaurante, lojas, postos de informação e um cyber café, no ponto mais alto das quedas; o pouso do vôo de helicóptero foi retirado de dentro da área de proteção ambiental, por conta do impacto do barulho das hélices; cinco passeios realizados pela mesma empresa, a Macuco Ecoaventura (www.macucoecoaventura.com.br), possibilitam visitas a lugares do parque antes pouco explorados; e o sistema de transporte agora adota ônibus circulares de dois andares e não-poluentes.

A impressão é que a administração passou por uma espécie de amadurecimento. Além dessa estrutura, as estratégias educativas implementadas pelo Ibama, por meio de placas e panfletos, parecem funcionar: não se vê sinal de lixo deixado por turistas, o que nos anos 90 era comum, e dificilmente alguém alimenta um animal.

O quati, uma espécie de mamífero, por exemplo, pode ser visto por toda a região das cataratas e chega tão próximo dos turistas que, conta-se por lá, já roubou a carteira de couro de uma mulher inglesa.

Com seu jeito molengo, o quati é o símbolo do parque. Faz as vezes de mestre-de-cerimônias, celebrando um ponto de equilíbrio, hoje visível, entre a exploração do turismo e a preservação da natureza.

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