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06/12/2010 - 10h20

Longe do crime, ex-traficantes assistem aliviados às ações policiais no Rio

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TARSO ARAUJO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Rodrigo Gomes, 24, entrou na delegacia de short e tênis, com dinheiro numa bolsa, maconha, crack, cocaína e um rádio. "Quero me entregar!", disse.

Longe do crime, ex-traficantes assistem aliviados às ações policiais no Rio
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Na noite anterior, ele havia sido cercado pela polícia em um tiroteio. Escapou, mas viu a morte de perto e decidiu mudar de vida. Como se entregou, responde à Justiça em liberdade.

"Hoje, posso tirar carteira de motorista e até fiz um curso de eletricista. Deus vai me dar força para ter uma vida diferente", diz Rodrigo, que encontrou abrigo no IVR (Instituto Vida Renovada), que acolhe alguns daqueles que abandonaram o tráfico.

Rafael Mota, 22, passou dois meses procurando emprego ao deixar o tráfico. "Ninguém quer dar trabalho para ex-traficante", diz.

Monitor da creche do Ibiss, ele trabalha num prédio com marcas de bala que ele mesmo pode ter disparado quando pertencia a uma facção criminosa local.

"[Quando era traficante] Não podia passear no shopping, ir no McDonald's, pegar uma praia. Às vezes chegava tarde e saía cedo, nem via minha mulher e meu filho. Agora posso curtir a minha família."

Seu ex-companheiro de tráfico e atual parceiro no Ibiss, Luiz Carlos, 24, é monitor de futebol da mesma ONG na Vila Cruzeiro. "Perdi vários amigos, todos mortos. Não penso em voltar", diz.
Priscila Cristina, 25, penou para deixar o crime, por causa da dependência em cocaína. Livre do vício há dez meses, ela trabalha como cozinheira no IVR. E faz planos.

"Quero trabalhar em casa de família, casar e cuidar da minha filha", diz.

Tarcísio Gomes, 23, parou de traficar no Complexo do Alemão no ano passado e foi trabalhar em um estacionamento, mas continua morando na Fazendinha, uma das favelas do local.

Ele assistiu aliviado à ação policial que expulsou os traficantes do pedaço. Na última semana, passava sem medo pelas revistas de entrada e saída do Complexo do Alemão.

"Eles me revistam e me mandam embora. Agora não devo nada a ninguém."

George Magaraia/Folhapress
Priscila, 25, com sua filha Tainá
Priscila, 25, com sua filha Tainá
(articleGraphicCredit)..
Ex-traficantes
Tarcísio, 23, no estacionamento onde trabalha
(articleGraphicCredit)..
Ex-traficantes
Rafael Mota, 22, abandonou a vida no tráfico
 
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