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Roteirista de 'Skins' conta por que versão americana é careta
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CHICO FELITTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Meses antes da versão de "Skins" estrear na MTV americana, em janeiro, associações de pais à flor da pele protestavam.
Reclamavam de tudo o que fez o seriado famoso: nudez juvenil, sexo (hétero, homo e coletivo) adolescente, consumo de drogas por menores de idade.
De tanto estrilar, os progenitores gringos conseguiram que grandes anunciantes, tipo Taco Bell e Subway, desistissem de vender seu peixe na remontagem da série britânica que revolucionou a TV teen há cinco anos. Mas deu que a defesa superou a ameaça. O remake foi para a tela dos EUA encaretado.
Quem diz isso ao Folhateen não são só a nudez coberta, os fãs e a crítica televisiva, mas também Matt Pelfrey, um dos roteiristas que adaptaram o texto original para o gosto ianque.
"O público americano tem um problema com o explícito. Pode ter sexo, pode ter tóxico, mas não pode ser aberto, escancarado e cínico como na Inglaterra", diz Pelfrey.
E olha que o autor está acostumado a causar: suas premiadas peças de teatro têm sexo e escatologia em histórias como a de mundo dominado por caubóis do cigarro Marlboro ou de homens-barata tentando tomar o globo.
"É como se precisasse colocar uma camada de plástico encerado em cima de tudo que está aí na rua", continua a explicar Matt, por telefone.
Divulgação | ||
Michelle e Tony em cena do "Skins" americano |
Mas mesmo a versão com "magipack" da série causou estardalhaço. Alguns dos 3,3 milhões de telespectadores do primeiro capítulo escreveram a Pelfrey. Na correspondência, ele achou termos como "pervertido" e "ameaça à juventude".
Sua resposta para os incomodados? "'Skins não ensina", diz, 'só conta histórias honestas de jovens, e isso vai envolver sexo, drogas e rock and roll. Se você for professoral, vai entrar por uma orelha e sair pela outra."
IGUAL OU DIFERENTE?
Outro bombardeado por reclamações quanto a série foi o diretor Bryan Elsley. Ele teve de aguentar a onda de queixas durante a primeira temporada, na conta de Twitter que criou para falar com seu público. E aproveitou para se explicar: "Para ser claro: a primeira temporada de 'Skins EUA' vai começar muito similar e terminar MUITO DIFERENTE do show do Reino Unido", tuitou.
Então, se você já andou baixando episódios e sentindo falta de pimenta, prepare-se que a coisa vai ficar ainda mais puritana, adianta outra postagem de Elsley. "Queremos escritores americanos e histórias americanas. A maioria dos jovens daqui nunca viu 'Skins', e a série é realmente para eles.'
Por aqui, a versão gringa estreou ontem (25) na grade da MTV.
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