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Brincadeira infantil inspira peça de coreógrafo alemão

"Peekaboo" foi criada especialmente para São Paulo Companhia de Dança

Novo espetáculo do renomado Marco Goecke foi ovacionado em sua pré-estreia ocorrida na Alemanha

MARCIO AQUILES DE SÃO PAULO

Dez minutos. Foi a duração dos aplausos após a estreia de "Peekaboo" em Wolfsburg, na Alemanha. A nova coreografia do alemão Marco Goecke criada exclusivamente para a São Paulo Companhia de Dança agradou o exigente público tedesco.

O título da peça, que faz seu debute no Brasil na quinta, refere-se a uma brincadeira em que um adulto aparece e se esconde repetidamente para divertir uma criança.

"A inspiração veio da composição infantil Simple Symphony', de Benjamin Britten, devido a sua doçura e jovialidade", afirma Goecke.

Além da natureza lúdica, a peça tem um caráter tenebroso, com movimentos oscilantes e uma intrincada coreografia que combina os corpos dos bailarinos com suas sombras projetadas no solo.

Metáfora para o ato de esconder, conceito norteador da montagem, as sombras representam "o assustador e o mistério", diz Goecke.

"O desenho de luz é fundamental em todas as minhas peças, por isso faço questão de trabalhar sempre com o mesmo iluminador, Udo Haberland", revela.

A mítica a respeito da penumbra provocou o interesse do cenógrafo durante o processo de criação.

"Há várias histórias e contos de fada em que as pessoas lutam contra ou tentam vender a própria sombra."

A temporada 2013 da São Paulo Companhia de Dança, iniciada anteontem no Teatro Sérgio Cardoso com três montagens, trará também outro produto de Goecke.

"Supernova", criada originalmente em 2009 para a Scapino Ballet Rotterdam, e encenada pela SPCD em 2011, surgira da combinação da música de Antony and The Johnsons e do interesse pelo fenômeno astronômico.

O antagonismo entre os conceitos chama a atenção. Se na primeira peça o coreógrafo envolveu complexas noções de física e uma banda "hype", no novo espetáculo ele trabalha o oposto: a simplicidade de um jogo infantil ao som de música erudita.

"Minhas coreografias dependem sempre do meu estado de espírito no momento de sua criação. Em Supernova' eu estava interessado na tênue linha entre a existência e a não existência. Em Peekaboo', foi a brincadeira de esconder e procurar que me fascinou", assume.


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