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Espiões do RH
DE SÃO PAULOUma empresa de São Paulo radicalizou a ideia de caçar talentos. Em vez de esperar que candidatos a trainee se inscrevam para vagas, pesquisadores da companhia vão até a faculdade ou a bares nas redondezas para buscar alunos que tenham o perfil para a vaga.
Recrutadores da Next, ligada à agência Box 1824, que analisa tendências de consumo, abordam os estudantes dizendo que estão fazendo um levantamento.
"Nossos pesquisadores têm perfis parecidos com o dos alunos e a aproximação não causa estranhamento", diz Camila Marder, 31, uma das gestoras da Box 1824.
Na faculdade, eles querem saber quem são os alunos influentes e os que são empreendedores ou inovadores.
Geralmente, eles têm uma semana para entender o quem é quem em cada escola. "Começa-se a construir um mapa de influências dentro da faculdade", afirma o diretor Rajesh Rani, 30.
Eles, então, indicam aos clientes os estudantes que podem se encaixar na vaga.
Grandes empresas, como Fiat, Ambev e Itaú Unibanco já usaram o serviço.
O banco contratou seis pessoas por esse sistema, conta Marcele Correia, superintendente da área de pessoas do Itaú. "Esse novo processo é para um perfil muito particular, que talvez não fosse conversar conosco se não fosse dessa maneira."
Danute Gardziulis Carneiro, consultora que atua com executivos, diz que a tática é nova e estranha. "Nos EUA, recrutadores se aproximam dos professores e pedem indicações de alunos com potencial. Acho mais interessante."