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Chefs se mobilizam contra arrastões

Após 22 ocorrências registradas neste ano, nomes de destaque de SP promoverão um panelaço por mais segurança

Vítimas dos ladrões, empresários contratam mais seguranças e instalam ou ampliam circuito de câmeras

GUSTAVO SIMON DE SÃO PAULO

"Quero gritar para todos que meu restaurante foi vítima de arrastão e que isso não pode continuar", diz a chef Danielle Dahoui.

A matriz de seu bistrô Ruella, no Itaim, sofreu um assalto na noite do dia 30 de maio, quando foi invadido por três homens armados.

Em vez de instalar (mais)câmeras e contratar (mais) seguranças, Dahoui pediu audiências com o governador Geraldo Alckmin e com o prefeito Fernando Haddad, ainda não confirmadas, e mobilizou sindicatos do setor e chefs contra a violência.

São nomes como Alex Atala (D.O.M. e Dalva e Dito), Carolina Brandão (Las Chicas) e Raphael Despirite (Marcel) que manifestaram apoio à iniciativa da chef.

Sob liderança de Dahoui, eles estão promovendo reuniões para discutir o problema e organizar um panelaço (ainda sem data) para chamar atenção para o movimento.

"Nós [restaurateurs] trazemos turistas, damos empregos, movimentamos a economia... Temos força para reivindicações", diz Dahoui.

O caso do Ruella foi o 21º registrado na cidade em 2013, entre outros restaurantes, bares e cafés. Depois dele, em 6 de junho, o bar Quiosque Chopp Brahma, na rua Santa Justina, próximo dali, também sofreu arrastão.

Como nem todos são informados à polícia, o número pode ser maior. Segundo a Folha apurou, já seriam pelo menos 40 casos só neste ano. Em 2012, foram 34.

MAIS SEGURANÇAS

A reportagem ouviu 13 donos de casas que sofreram, somadas, 15 arrastões de janeiro a maio --algumas foram vítimas mais de uma vez. São pontos em bairros como Higienópolis e Pinheiros.

Em comum, todos reforçaram a segurança. Metade instalou, ampliou ou modernizou o circuito de câmeras.

"Colocamos três câmeras no salão e no entorno da casa", diz Ivo da Silva, dono do Empório 4, no Butantã, vítima de arrastão em maio.

Cinco chefs contrataram ou ampliaram o quadro de seguranças. "Nosso vigilante agora entra às 17h", diz Paulo Leite, do Empório Sagarana --o bar na Vila Romana sofreu dois arrastões em maio.

As medidas incluem ainda a antecipação da hora de fechamento e o reforço no serviço de delivery noturno.

Por ora, os empresários dizem que as mudanças não alteraram os preços do cardápio. "Nos dias úteis o movimento caiu 40%. Se repassar os custos, vou dar um tiro no pé", disse um gerente que não quis se identificar.

O Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic) criou uma delegacia para comandar as investigações de arrastões.

Um banco de informações, que começou a ser abastecido em maio, pretende dar subsídios para ampliar ações preventivas e de combate.


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