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Café terá ano difícil no Brasil, diz produtora

Discussão fez parte de evento organizado pela Folha e pela rádio CBN no último sábado

MARÍLIA MIRAGAIA DE SÃO PAULO

"O próximo ano será extremamente difícil para qualquer produtor de café do Brasil", disse Isabela Pascoal Becker, da fazenda Daterra, em evento sobre café brasileiro promovido pela Folha e pela rádio CBN no último sábado.

Para ela, o cenário de queda de preços que o grão enfrenta não condiz com altos custos de mão de obra, insumos e tecnologia que o produtor tem no Brasil.

Presente na plateia, Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), explicou que a redução nos valores faz parte de um movimento natural, mas pode ser danosa à produção. "Na última grande crise do café, em 2002, muitos produtores desistiram das lavouras. Mas esse ciclo de preços altos e baixos é normal em uma cultura bianual, como a do café. No último ano e meio, tivemos preços elevadíssimos."

Ao mesmo tempo, o país vive uma alta no consumo interno da bebida e pode, em até três anos, se tornar o primeiro consumidor mundial do grão --superando os EUA--, de acordo com a Abic.

O aumento do consumo também é registrado na categoria de cafés de alta qualidade. "Foram 200 anos de café cultivado de qualquer maneira, tendo como objetivo exportar o máximo, sem qualidade, para chegarmos a esse estágio de sofisticação", disse Ana Luiza Martins, autora de "História do Café".

COADO

O método coado é o predileto dos especialistas. Segundo Isabela Raposeiras, do Coffee Lab, ele é tecnicamente melhor pois exalta sutilezas do grão. "Temos uma impressão distorcida da preferência pelo expresso. Muita gente toma este método por falta de opção."

O chef Benny Novak, porém, nota que em seus restaurantes há uma predileção dos clientes pelo expresso. Mas ele acredita que o coado é uma "cultura que deve ser retomada" e pretende incluir esse método de preparo em suas casas, a começar pelo Tappo, nos Jardins.

No bate-papo também foram apontados fatores que melhoram o resultado da bebida. Entre eles, uso de água mineral, o consumo de café fresco e moído na hora.

O evento, gratuito e aberto ao público, foi realizado no teatro Eva Herz, no Conjunto Nacional, com transmissão ao vivo pela CBN. Participantes lotaram o auditório --cerca de cem pessoas ficaram de fora.

A mediação ficou a cargo de Luiza Fecarotta, editora-assistente de "Comida" e "Turismo", e de Fabíola Cidral, âncora do "CBN São Paulo". Houve participação do violonista Chico Pinheiro.


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